Discurso durante a 94ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Considerações sobre o problema do endividamento dos agricultores da Paraíba. (como Líder)

Autor
Ney Suassuna (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
Nome completo: Ney Robinson Suassuna
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA.:
  • Considerações sobre o problema do endividamento dos agricultores da Paraíba. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 04/07/2006 - Página 22224
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • VISITA, MUNICIPIOS, ESTADO DA PARAIBA (PB), COMPROVAÇÃO, GRAVIDADE, PROBLEMA, DIVIDA AGRARIA, EXPECTATIVA, AGRICULTOR, COOPERATIVA, MELHORIA, NEGOCIAÇÃO.
  • SOLIDARIEDADE, REIVINDICAÇÃO, PRODUTOR, CANA DE AÇUCAR, REGIÃO NORDESTE, DIFICULDADE, CONCORRENCIA, REGIÃO SUDESTE, NECESSIDADE, FATOR, PREÇO, INJUSTIÇA, CULTIVO, MILHO, ALIMENTAÇÃO ANIMAL, ALIMENTO HUMANO, DISCRIMINAÇÃO, SUBSIDIOS, SOLICITAÇÃO, APOIO, MINISTERIO DA AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO (MAPA).

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Srª Presidente.

Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, chegando neste momento do meu Estado, a Paraíba, onde passei por muitas cidades - Catolé do Rocha, Belém do Brejo do Cruz, Patos, Itaporanga, Piancó, Campina Grande, João Pessoa, Brejo, Cariri, Curimataú, ou seja, praticamente todas as áreas do Estado - dou conta de que não há outro clamor senão o relativo ao problema do endividamento, entre outros casos dos agricultores. Todos perguntando: “E aí, quando é que vai sair? E aí, quando vamos ter? E aí, quando se vai resolver?”

Até agora, nada foi resolvido. Realmente, isso aflige as cooperativas, os agricultores, ainda que pequenos, porque, mesmo os empréstimos menores - já que são até cem mil, na origem -, pois há coisas pequenas que se transformaram em gigantescas com o acúmulo dos juros, da correção monetária e tudo mais. E todos clamam por uma solução.

E aqui, na última semana, falávamos daqueles que já foram executados e que já estão na Dívida Ativa, que não foram incluídos na nossa negociação. Então, vejam que há cooperativas, associações, pessoas físicas e duas categorias: as que estão para ser protestadas e as que já o foram, entraram na Dívida Ativa da República e sequer foram incluídas naquela negociação. O clamor é geral, porque, apesar de o inverno ter sido bom para todos nós, com boa produção de milho e feijão, com uma grande safra, com o gado também engordando, a despeito das secas anteriores, estamos com uma insegurança tremenda de quando isso será resolvido.

Desta tribuna, não somente peço à Câmara dos Deputados que vote - e parece que, a partir da noite de hoje, serão feitas sessões de maior volume de trabalho -, mas também peço à equipe econômica que encontre uma solução. Não é fácil. Eu queria muito ver um burocrata da equipe econômica no Semi-árido, vendo as dívidas impagáveis como uma cruz nas suas costas e sem saber que solução dar. Todos nós estamos aflitos, e é esse o pedido que quero fazer desta tribuna.

Mais uma vez quero falar sobre os plantadores de cana, que estão também aflitos, porque se viram sem o fator da equalização e a concorrência entre as regiões Sul, Sudeste e Nordeste é muito grande. O problema dos plantadores de milho para alimento humano contra a situação dos que plantam milho para ração. Para um, existe subsídio; para o outro, não. Ou seja, para os animais há o subsídio de R$5,00 por saca de milho; para o consumo humano, não há subsídio. É muito mais caro.

São esses os assuntos que afligem. Eu havia falado com o Ministro da Agricultura sobre essa questão do milho, e S. Exª disse que estava buscando uma solução. A questão da equalização não estava fácil, segundo palavras do Ministro. Agora, o problema das dívidas agrícolas certamente foi um componente que complicou a atuação do Ministério da Agricultura, uma vez que isso aflige a todos os pequenos produtores do País. Porém, minha argumentação trata principalmente dos produtores e agricultores do Semi-árido nordestino, que abrange o grande sertão da Bahia, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará. Enfim, os nove Estados nordestinos e uma parte do Estado de Minas Gerais.

            Eram essas as colocações que eu queria fazer, Srª Presidente, pedindo que o novo Ministro se sensibilize como estava sendo sensibilizado o Ministro da Agricultura que saiu, e busque uma solução para um problema que vem se arrastando. V. Exª, como Senadora, vem há anos brigando por isso. Dou o meu testemunho nesse sentido. O Senador baiano, César Borges, também fez todo esforço para resolver a situação. Isso já está cansativo. Parece algo da mitologia grega: aquilo que se faz durante o dia desmancha-se à noite para não ter uma solução nunca. É hora de se buscar uma solução.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/07/2006 - Página 22224