Discurso durante a 75ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Vandalismo promovido pelo Movimento de Libertação dos Sem-Terras (MLST) nas dependências da Câmara dos Deputados.

Autor
José Agripino (PFL - Partido da Frente Liberal/RN)
Nome completo: José Agripino Maia
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
REFORMA AGRARIA. MANIFESTAÇÃO COLETIVA.:
  • Vandalismo promovido pelo Movimento de Libertação dos Sem-Terras (MLST) nas dependências da Câmara dos Deputados.
Publicação
Publicação no DSF de 07/06/2006 - Página 19190
Assunto
Outros > REFORMA AGRARIA. MANIFESTAÇÃO COLETIVA.
Indexação
  • REGISTRO, ANTERIORIDADE, DISCURSO, ORADOR, DENUNCIA, OMISSÃO, GOVERNO FEDERAL, SUPERIORIDADE, NUMERO, SEM-TERRA, EXPECTATIVA, REFORMA AGRARIA, PRECARIEDADE, VIDA, MARGEM, RODOVIA.
  • GRAVIDADE, OFENSA, CONGRESSO NACIONAL, INVASÃO, DEPREDAÇÃO, SEM-TERRA.
  • CRITICA, LIDER, GRUPO, SEM-TERRA, MEMBROS, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), NATUREZA POLITICA, INVASÃO, CONGRESSO NACIONAL, MOTIVO, NECESSIDADE, COBRANÇA, EXECUTIVO, VERBA, REFORMA AGRARIA, SUSPEIÇÃO, TENTATIVA, DESVALORIZAÇÃO, LEGISLATIVO.
  • COBRANÇA, PROVIDENCIA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PUNIÇÃO, MEMBROS, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), INCITAMENTO, SEM-TERRA, INVASÃO, CONGRESSO NACIONAL.

O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL - RN. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, vou falar pela ordem, mas peço licença a V. Exª para vir à tribuna pela gravidade do fato que quero analisar.

Desta mesma tribuna, há uma semana, eu manifestava e denunciava ao País a minha preocupação com o descaso do Governo com um milhão de acampados. Não é um milhão de assentados, desamparados, mas um milhão de acampados que servem de estatística para que o Governo Lula se apresente como um grande realizador de reforma agrária. Eu falava desse fato há uma semana e me referia aos acampados e não aos assentados.

Tenho certeza, Senador Renan Calheiros, de que o noticiário nacional e internacional, desta noite e de amanhã, será a desmoralização do Congresso.

Senadora Heloísa Helena, o que é MLST? É o Movimento de Libertação dos Sem-Terra. Não é MST. É o MLST que invadiu e depredou o Congresso, quebrou vidraças, virou carro. Tem um comando, uma coordenação? Sim, Senador João Alberto Souza. Qual é o nome dele? Chama-se Bruno Maranhão. Ele é apolítico? Não. Ele é filiado a partido político. A qual partido? Ao Partido dos Trabalhadores. O Sr. Bruno Maranhão é o coordenador do MLST, que invadiu o Congresso brasileiro. Em nome de quê? Qual era a reivindicação? A reivindicação era a atenção ao descontingenciamento de verba para o atendimento aos milhares de acampados.

Pelo amor de Deus, no Congresso Nacional? Por que no Congresso Nacional? Quem descontingencia verba não é o Presidente Renan Calheiros nem sou eu nem o Senador Antonio Carlos Magalhães.

Quem descontingencia verba é o Ministro do Planejamento, por ordem de Sua Excelência o Presidente da República, que está ali, a metros.

Mas não, Bruno Maranhão é PT. Bruno Maranhão quer desmoralizar o Congresso Nacional, em nome de uma causa cuja responsabilidade é do Poder Executivo, é de Lula. E vem aqui por quê? Senadora Heloísa Helena, eu sei por que é. Sabe por quê, Senador Efraim Morais? V. Exª é Presidente da CPI dos Bingos. A CPI dos Bingos votará o relatório final, incriminará Paulo Okamotto, Antonio Palocci, GTech, Celso Daniel com seus assassinos, isso tudo. Dará uma demonstração de altivez. Interessa ao Poder Executivo, ao PT do Sr. Bruno Maranhão desmoralizar o Congresso na hora em que o Congresso dará, como deu no caso da CPMI dos Correios, um gesto de afirmação perante a sociedade.

Sr. Presidente, vim aqui arrancar a máscara da farsa. Vim aqui mostrar ao Brasil a farsa que estamos vivendo. O MLST é comandado pelo Sr. Bruno Maranhão, filiado ao PT, que veio reivindicar descontingenciamento de verba, que o Congresso Nacional não pode descontingenciar. Veio sujar os tapetes do Congresso para enlamear a imagem do Congresso. Tem de bater às portas do Palácio do Planalto.

No entanto, Sr. Presidente, quero ver o que é que Sua Excelência o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará. Ele permitirá a baderna? Ele permitirá que o investidor estrangeiro, vendo as manchetes amanhã, fuja do Brasil? Ou ele tomará, como um estadista faria, as providências de coibição do erro, de manutenção da ordem, custe o que custar, usando as armas que são da sua obrigação usar, se for o caso, até com o próprio Exército, como sugere o Senador Antonio Carlos Magalhães.

Quero só ver qual será a atitude de Lula! O Congresso foi ultrajado de forma injusta, foi invadido injustamente! Nesta hora, quem deveria estar invadido era o Palácio do Planalto. Quem deveria estar com as pernas molhadas eram os membros do MLST, que deveriam ter varado o lago em frente ao Palácio do Planalto, mas nunca invadido as dependências do Congresso Nacional!

Acho que o Presidente tem contas a prestar ao País. Senadora Lúcia Vânia, quero só ver se o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deve ser amigão do peito de Bruno Maranhão, filiado ao PT, vai se dirigir a ele, vai pedir ao PT que o desfilie, vai passar a mão na cabeça dele, vai abençoá-lo ou vai aplicar uma reprimenda como o País espera.

Com a palavra, Lula. O País espera, a ordem quer. Como Presidente, Sua Excelência tem a obrigação de manter a ordem no Brasil.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/06/2006 - Página 19190