Pronunciamento de Almeida Lima em 06/06/2006
Discurso durante a 75ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Vandalismo promovido pelo Movimento de Libertação dos Sem-Terras (MLST) nas dependências da Câmara dos Deputados.
- Autor
- Almeida Lima (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/SE)
- Nome completo: José Almeida Lima
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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MANIFESTAÇÃO COLETIVA.
REFORMA AGRARIA.:
- Vandalismo promovido pelo Movimento de Libertação dos Sem-Terras (MLST) nas dependências da Câmara dos Deputados.
- Publicação
- Publicação no DSF de 07/06/2006 - Página 19191
- Assunto
- Outros > MANIFESTAÇÃO COLETIVA. REFORMA AGRARIA.
- Indexação
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- LEITURA, TRECHO, NOTICIARIO, VINCULAÇÃO, LIDER, GRUPO, SEM-TERRA, INVASÃO, CONGRESSO NACIONAL, PRESIDENTE DA REPUBLICA, COORDENAÇÃO, CAMPANHA ELEITORAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).
- REITERAÇÃO, DENUNCIA, AUTORITARISMO, GOVERNO FEDERAL, SUBORDINAÇÃO, UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES (UNE), CENTRAL UNICA DOS TRABALHADORES (CUT), SEM-TERRA, OBJETIVO, AMEAÇA, POVO, BRASIL, EXERCICIO, DEMOCRACIA, CONGRESSO NACIONAL, IMPEDIMENTO, INVESTIGAÇÃO, CORRUPÇÃO.
O SR. ALMEIDA LIMA (PMDB - SE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, leio aqui o que já está na coluna do Cláudio Humberto: “Lula usou o boné dos baderneiros”.
E numa outra notícia extra, de 16 horas e 29 minutos, está dito, expressamente:
Chefe da baderna é do PT e amigo de Lula.
O pernambucano que liderou a invasão e a depredação da Câmara dos Deputados, Bruno Maranhão, é filiado ao PT do seu Estado, milita na CUT e integra a coordenação da campanha de reeleição do Presidente Lula.
No plenário da Câmara, agora há pouco, o Deputado Ronaldo Caiado (PFL-GO) foi o primeiro a mencionar não apenas o nome de Maranhão, mas também o fato de o líder dos baderneiros ser freqüentador de almoços e jantares com o Presidente Lula.
Srs. Senadores, tive a oportunidade, há aproximadamente 30 ou 40 dias, em dois pronunciamentos lidos nesta Casa, de fazer uma menção a essa tropa de choque organizada pelo Governo, pelo Partido dos Trabalhadores, exatamente para amedrontar o povo brasileiro, a Oposição e todos aqueles que procuram apurar e combater a corrupção aqui no Congresso Nacional.
Citei o fato da reunião do Presidente Ricardo Berzoini, em São Paulo, com as lideranças estudantis da UNE, mantidas pelo Governo Federal, que custeia esse movimento e lhe dá treinamento, e com a CUT e com o MST. As três organizações populares, com o Partido dos Trabalhadores, preparando-se exatamente para isso. Mostrei a ação de vândalos ocorrida no campus da Universidade de São Carlos, em São Paulo, onde estudantes do diretório central que reivindicavam restaurante universitário e residência na Universidade foram espancados dentro do campus por dirigentes e militantes da CUT, dentro de sua própria casa.
Mostrei, naquele pronunciamento, que, numa visita do Presidente Lula em Porto Alegre, recentemente, fato idêntico aconteceu: tropa de choque nas ruas para amedrontar a Oposição. Mostrei claramente que tudo isso tinha sentido e não acontecia por acaso. E não acontece por acaso. Tudo isso é devidamente orquestrado.
Já se disse, em várias línguas, que a Oposição, por qualquer manifestação, sobretudo no Congresso Nacional, contra a Presidência da República, pela corrupção que pratica, sofreríamos atentados e ações dessa espécie.
Isso que acontece no dia de hoje, tenham certeza V. Exªs, é a prática para amedrontar o povo brasileiro, o Congresso Nacional e as ações de Parlamentares que desejam a apuração e a eliminação da corrupção neste Governo e neste País, que quando tentam promover medidas dessa ordem sofrem esse tipo de agressão.
Aqui já foi dito e quero repetir: por que o Congresso Nacional? O Governo - foi dito isso da tribuna - não deseja a reforma agrária. Os líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra não desejam a reforma agrária e nem que os recursos sejam utilizados na sua atividade-fim, na finalidade maior, no objetivo que é a distribuição de terra, a assistência aos agricultores. Eles querem os recursos, sim, na atividade-meio, para poderem se armar, criar estrutura e vir combater, no campo da democracia, com a baderna, como estão fazendo.
Isso foi dito em pronunciamentos escritos que fiz da tribuna desta Casa por diversas vezes. Isso não é um fato isolado, não é uma atitude dissociada dessa realidade maior que estamos vivenciando.
Portanto, que os Srs. Líderes, que o Presidente do Congresso Nacional e os Líderes e Presidentes dos Partidos abram o olho porque essa é a realidade. O objetivo é exatamente este e, se nós não tivermos a capacidade suficiente neste momento para conter, dar um chega-pra-lá, colocar o País nos trilhos da legalidade, no rumo da democracia, das atitudes civilizadas, não chegaremos a lugar algum. Chegaremos, sim, àquilo que já foi dito na tarde de hoje, ao caos, que é o que nós não desejamos.
Portanto, Sr. Presidente, é preciso que, na tarde de hoje, não fiquemos apenas nos discursos, mas que atitudes sérias sejam tomadas e que partam de dentro do próprio Congresso Nacional. V. Exª, há poucos instantes, deu um sinal, um toque de luz, quando afirmou que vai submeter às Lideranças a decisão coletiva para a instalação da CPI Mista requerida.
Da mesma forma, reivindico a V. Exª um posicionamento a respeito da Comissão Parlamentar de Inquérito, cujo requerimento se encontra em suas mãos, assinado pela maioria dos Srs. Senadores.
É preciso que o Congresso Nacional dê uma resposta à altura a partir do próprio Congresso, pois a sociedade brasileira não pode confundir as coisas e pensar que essa baderna é do Congresso e quem a merece são os congressistas.
Se ato dessa natureza pudesse ser justificado, não o seria aqui nas dependências do Congresso Nacional, pois, em hipótese alguma, para mim se justifica em qualquer canto deste País, pois a legalidade está acima de tudo.
No entanto, entendo que esta Casa, o Congresso Nacional deve dar o exemplo a partir dela próprio.