O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Obrigado.

Sr. Presidente, primeiramente, em relação aos requerimentos, não tenho objeção a que se votem, aliás, ambos os requerimentos do Senador Antonio Carlos Magalhães pautados para hoje. Mas também gostaria que fosse votado este requerimento sobre a questão relativa ao Sr. Sérgio Vieira de Mello, uma vez que nós, na Comissão de Relações Exteriores, apoiamos requerimento no sentido de que...

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma. PFL - SP) - V. Exª poderia encaminhar depois esse requerimento.

O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Então, eu agradeço a atenção, porque falarei muito brevemente sobre ele quando estiver na pauta.

Quero saudar aqui a presença do Deputado Ivan Valente e expressar o meu cumprimento pelo aniversário da Senadora Heloísa Helena.

Senador Antonio Carlos Magalhães, não acredito que seja objeto de comemoração um fato triste que aconteceu, nem mesmo para se expressar um voto de repúdio. Então, não vou votar favoravelmente ao requerimento. Contudo, é importante fazer uma reflexão, Senador Antonio Carlos, relativamente à sua proposição.

Obviamente, esses episódios, que muito nos preocuparam e entristeceram, fizeram com que alguns companheiros, como Ivan Valente, Plínio de Arruda Sampaio e Orlando Fantazzini, deixassem o meu Partido. Inclusive, fui convidado por eles para refletir sobre tal decisão. Na oportunidade, eu disse que, uma vez pertencendo a um Partido constituído por seres humanos, se alguns erraram, eu considerava importante colaborar para que superássemos e corrigíssemos os erros, tomando as medidas necessárias para que os erros não se repetissem e, assim, pudéssemos prevenir problemas, tais como os que aconteceram.

Avalio que o melhor a fazer é tomarmos tais medidas, inclusive aquelas com as quais avançamos parcialmente, para procedermos melhor, com mais transparência, no que diz respeito à forma de financiar e realizar gastos nas campanhas eleitorais. Eis por que tenho defendido que registremos na rede mundial de computadores, na Internet, todas as fontes de receitas e respectivas despesas de campanha. Espero que isso seja realizado pelo meu Partido.

Sobre as finanças da eleição do PT para o Senado, pela qual, segundo a nova lei, sou responsável, quero assim proceder; e a minha proposta é a de que o Partido dos Trabalhadores, na disputa para o Governo Estadual e para o Governo Federal, assim também proceda.

Eu gostaria que o mesmo procedimento fosse colocado em prática pelos demais Partidos, inclusive pelo PFL, que foi um dos proponentes dessa alteração na lei. Porém, infelizmente, na hora de a matéria ser apreciada novamente pelo Senado, isso não foi confirmado pelo conjunto dos Partidos, ainda que algumas vozes aqui tenham sido favoráveis ao procedimento de transparência total em tempo real.

            Mais uma vez, aqui, expresso o meu sentimento de solidariedade aos seguranças da Câmara dos Deputados que foram feridos hoje e a minha condenação por esses atos que não são recomendáveis para quem quer que seja.

Reitero ao MLST que será sempre melhor para a causa que defende, a da realização da reforma agrária, a utilização de meios criativos e interessantes - são tantas as formas de fazê-lo -, e jamais meios que firam ou que ameacem as pessoas de morte. Digo ao Bruno Maranhão: “Não sei exatamente qual é a sua responsabilidade, porque não o ouvi em relação às violências cometidas hoje, mas é importante que reflita que isso pode estar prejudicando o Partido do qual o senhor é membro”. Na condição de membro da Direção Nacional, ele tem responsabilidades e, obviamente, vamos querer ouvi-lo e saber das circunstâncias.

Porém, de maneira alguma, pode-se referir ao episódio ocorrido hoje de outro modo, senão com palavras de condenação pelas práticas contra pessoas que aqui trabalham e contra as dependências do Congresso Nacional.