Discurso durante a 106ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Cumprimentos aos matogrossenses que conquistaram o título de campeões mundiais de vôlei de praia, no Campeonato Mundial de Vôlei de Praia, realizado na Austrália.

Autor
Ramez Tebet (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
Nome completo: Ramez Tebet
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESPORTE.:
  • Cumprimentos aos matogrossenses que conquistaram o título de campeões mundiais de vôlei de praia, no Campeonato Mundial de Vôlei de Praia, realizado na Austrália.
Aparteantes
Antonio Carlos Magalhães.
Publicação
Publicação no DSF de 11/07/2006 - Página 23282
Assunto
Outros > ESPORTE.
Indexação
  • CRITICA, PERDA, TIME, FUTEBOL, CAMPEONATO MUNDIAL, AUSENCIA, EMPENHO, DEFESA, INTERESSE, POPULAÇÃO, PAIS.
  • ELOGIO, ATLETA PROFISSIONAL, VOLEIBOL, PRAIA, VITORIA, CAMPEONATO MUNDIAL, REALIZAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, AUSTRIA, REGISTRO, PATROCINIO, PREFEITURA MUNICIPAL, ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), SERVIÇO SOCIAL DA INDUSTRIA (SESI), COMENTARIO, IMPORTANCIA, ESPORTE, INTEGRAÇÃO SOCIAL, SOLIDARIEDADE, VIDA, EDUCAÇÃO, ETICA, COMPARAÇÃO, PRATICA ESPORTIVA, POLITICA.

O SR. RAMEZ TEBET (PMDB - MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras e Srs. Senadores, pode dar a impressão de que o assunto que me traz a esta tribuna não diga respeito aos interesses do País, não possa justificar a minha presença na tribuna. Venho falar um pouco de esporte, Sr. Presidente.

Tenho convicção - porque vivi, nestes dias, momentos de tristeza e de alegria -, com todo o respeito à nossa seleção, de que fizemos pouco diante do muito que poderíamos fazer em favor do nosso País.

Sr. Presidente, também vivi momentos de alegria porque retornei no tempo. Meu espírito reverteu no tempo, fazendo-me lembrar das peladas, das partidas de futebol de que participei, das partidas de basquete, até mesmo de um pequeno ensaio no voleibol.

Mas, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, passou despercebida - não quero que isso aconteça - a atuação da nossa equipe no torneio de futebol mundial, afinal vencida pela França, que, em festa no Arco do Triunfo, viu sua equipe vice-campeã. A Itália se coloriu todinha como campeã. Esses fatos fizeram, com toda a certeza, com que a imprensa nacional não registrasse um fato auspicioso que eu gostaria que constasse nos Anais do Senado Federal. Esse fato diz respeito ao Campeonato Mundial de Vôlei de Praia.

O Senador Antonio Carlos Magalhães deve estar se perguntando: “Por que o Senador Ramez Tebet está trazendo isso aqui?”. Estou trazendo porque os vencedores são da minha cidade natal. Eu sou como V. Exª. Se V. Exª coloca a Bahia acima de tudo, eu coloco o Mato Grosso do Sul como a razão de ser da minha vida política. E coloco a minha cidade natal, o meu berço natal, porque a Pátria começa no torrão natal, já dizia alguém.

Foram quatro trabalhadores de Três Lagoas, quatro habitantes da minha cidade, que está se preparando para a industrialização, que, com a ajuda da Prefeitura Municipal e do Sesi, trouxeram esse campeonato mundial, Senador Gilberto Mestrinho, para o Brasil.

Faço questão de registrar nos Anais da Casa os cumprimentos e a saudação que o País está devendo a Geovani Prates, Welinton de Barros, Leandro Coelho e Frederico Dacema, os quatro atletas que, depois de vencerem os torneios municipal, regional e nacional, foram para a Áustria e trouxeram para o Brasil o título de campeões mundiais de vôlei de praia.

Saliento aqui o sentido de cooperação, pois esporte é solidariedade, vida, educação e ética. Seja em um campo de futebol ou de vôlei de areia, qualquer modalidade esportiva se assemelha à própria vida. Não foi à toa que um dos maiores ídolos da França, Zidane, foi expulso imediatamente, punido, porque deu uma cabeçada, agrediu fisicamente um adversário.

No esporte também existe ética, e se pune para dizer que é preciso respeitar o cidadão. Isso não é apenas na política. Nós temos que buscar exemplos na própria vida, repito. Esse exemplo nós encontramos na coragem desses moços, humildes trabalhadores.

Esse campeonato foi de trabalhadores, ajudados pela Prefeitura e pelo Sesi. Cito aqui o nome do Gerente Regional do Sesi na minha cidade de Três Lagoas: Dorival Morales. Cumprimento o Superintendente do Sesi em Mato Grosso do Sul, Eder Xavier, a Prefeitura e a Câmara de Três Lagoas, porque foi preciso essa união para obter os recursos, e para que a cidade, o Estado e, afinal de contas, o País saíssem engrandecidos dessa peleja.

Sr. Presidente, vim aqui para dizer, sem tirar o tom com que o Senado Federal discutia a ética na política, debatida pelo ícone chamado Pedro Simon e pelo Senador Antonio Carlos Magalhães, que parece que o esporte está na frente da política, porque as coisas lá acontecem. Há patriotismo, há civismo. Ninguém ganha a Copa do Mundo se não jogar suando a sua camisa. Quando o torcedor fala que é preciso suar a camisa, ele está falando que é preciso defender os interesses da cidade e do Estado, é preciso defender com galhardia e amor os interesses do País. Nem todos são vencedores, mas não podem ser medíocres perdedores. Quando perdem, têm que perder com honra, dignidade, suando, batalhando, como se fora um campo de batalha.

E foi por isso que fiquei alegre. É a primeira vez que acontece isso em minha cidade. O Poder Executivo e o Poder Legislativo se juntaram à iniciativa privada e fizeram com que trabalhadores, filhos de modestas famílias, pudessem ir ao exterior, enfrentar percalços até de idioma, e tudo o mais, para trazer o título para minha cidade. Como é que eu não ia falar disso? Fica para depois, na imaginação daqueles que estão me ouvindo, a comparação que quero fazer entre o esporte e a política. No Brasil, o esporte está muito à frente da política, mas a política é uma atividade nobre. É ela que decide se vai ou não vai.

Não fosse a política, os atletas não estariam lá. Não fosse a iniciativa privada, conjugada com o Poder Público, eles não estariam lá também, Sr. Presidente e Srs. Senadores, e eu não estaria aqui cantando um hino de louvor a esses atletas da minha cidade.

Senador Antonio Carlos Magalhães, por favor.

O Sr. Antonio Carlos Magalhães (PFL - BA) - Eu louvo a fala de V. Exª pelo seu Mato Grosso do Sul e, em particular, pela sua cidade. Eles souberam honrar o nome do Brasil. A única coisa de que discordo de V. Exª, concordando em parte, é que o gesto do jogador Zidane foi realmente antiético e merecia a expulsão que houve. Entretanto é o melhor jogador do mundo, e nós temos um Presidente da República que é o pior Presidente do Brasil. De maneira que há uma diferença muito grande entre Zidane e esse jogador mambembe que está no Palácio do Planalto.

O SR. RAMEZ TEBET (PMDB - MS) - Senador Antonio Carlos Magalhães, eu me referi a Zidane porque o clima aqui era de impunidade. Eu quis dizer que, no campo de futebol, até os maiorais, quando cometem erros, são verdadeiramente punidos. Às vezes, corretamente, às vezes, incorretamente, porque um juiz nem sempre acerta ao apitar o jogo. Contudo, acertou a Prefeitura de Três Lagoas, acertou o Sesi e acertou a Câmara de Vereadores de Três Lagoas quando enviou os quatro atletas, que, com tanto brilho e com tanta garra, trouxeram esse título para o Brasil.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/07/2006 - Página 23282