Discurso durante a 102ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Advertência ao Governo do Amazonas no sentido de que seja adotada a máxima cautela ao tratar do problema carcerário, especialmente as transferências de presos. Reconhecimento pelo trabalho que vem sendo realizado pelo Centro de Informações Toxicológicas, do Hospital Getúlio Vargas, da UFAM.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA. SAUDE.:
  • Advertência ao Governo do Amazonas no sentido de que seja adotada a máxima cautela ao tratar do problema carcerário, especialmente as transferências de presos. Reconhecimento pelo trabalho que vem sendo realizado pelo Centro de Informações Toxicológicas, do Hospital Getúlio Vargas, da UFAM.
Publicação
Publicação no DSF de 05/07/2006 - Página 22630
Assunto
Outros > SEGURANÇA PUBLICA. SAUDE.
Indexação
  • COMENTARIO, AMPLIAÇÃO, SISTEMA PENITENCIARIO, CAPITAL DE ESTADO, SUGESTÃO, ATENÇÃO, GOVERNADOR, ESTADO DO AMAZONAS (AM), PROCESSO, TRANSFERENCIA, PRESO, DISTRITO, PENITENCIARIA, MOTIVO, OCORRENCIA, MOTIM.
  • SAUDAÇÃO, ATUAÇÃO, SETOR, HOSPITAL ESCOLA, UNIVERSIDADE FEDERAL, ESTADO DO AMAZONAS (AM), INFORMAÇÃO, ATENDIMENTO, EMERGENCIA, VITIMA, PRODUTO, TOXICO, ENCAMINHAMENTO, VOTO, ELOGIO.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Manaus conta há um mês com um novo presídio, o Instituto Penal Antonio Trindade, criado para desafogar as cadeias dos Distritos Policiais de Manaus.

Com ele, contudo, um problema: o risco de as transferências de presos desses Distritos causarem rebeliões no novo prédio penal da Capital do meu Estado. Os presos não querem ser transferidos.

Na semana passada, houve já um motim, levando o Secretário Estadual de Justiça, Carlos Lélio Lauria a alertar para a possibilidade de isso se repetir, sobretudo se as transferências forem feitas de uma só vez.

            Observa o Secretário que problemas assemelhados ocorrem em todo o País: se transferimos tudo de uma só vez, transferimos também um problema.

         Faço esse registro para apoiar a sugestão do Secretário e, também, para advertir que o Governo do Estado deve adotar a máxima cautela ao tratar do problema carcerário.

De um lado, é preciso que as transferências sejam precedidas de análises, inclusive para se saber se determinado preso integra alguma facção do mundo do crime.

De outro lado, as transferências não podem sofrer demora exagerada. É que as cadeias dos Distritos Policiais ficam nas proximidades de residências. Os moradores das vizinhanças estão inquietos em decorrência de fugas de presos. Quando há uma fuga, só me resta rezar, disse ao jornal A Crítica uma moradora das cercanias do 9º Distrito.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o segundo assunto é para dizer que no Brasil, há algumas instituições que, merecedoras de aplauso, nem sempre são lembradas. É o caso do Centro de Informações Toxicológicas, que funciona desde 1985 no Hospital Universitário Getúlio Vargas, da UFAM.

O CIT existe por iniciativa de um abnegado mestre da Universidade Federal do meu Estado, o Prof. Dr. João Ferreira Galvão, titular da cadeira de Toxicologia.

Hoje, o Centro é uma grata realidade e vem prestando relevantes informações toxicológicas à população de Manaus, durante as 24 horas do dia, sete dias por semana.

            O que essa unidade da UFAM faz - para resumir - é levar informações aos que telefonam querendo saber (às vezes com aflição) os procedimentos a adotar em casos de intoxicação. O maior percentual, pelas estatísticas do CIT, refere-se a intoxicações por medicamentos. Seguem-se, em ordem decrescentes, intoxicação por agrotóxicos, produtos químicos industriais, produtos de limpeza domésticas, plantas, raticidas, animais peçonhentos, cosméticos, produtos veterinários, alimentos e metais.

Não raro, o solicitante é um pai de família desesperado procurando o melhor caminho para o atendimento a crianças intoxicadas no próprio lar. Tanto pode ser um remédio tomado inadvertidamente como a ingestão de alimentos estragados.

Dependendo da gravidade do caso, o atendimento é feito na própria residência, com indicação de antídotos, ou em unidades de saúde, como os pronto-socorros. O plantonista indica o caminho mais seguro para as vítimas de intoxicações e acompanha todos os casos até o total restabelecimento.

Não pára aí a assistência do CIT. O órgão atende também às vítimas de acidentes individuais, que figuram em primeiro lugar(51,64%). Em segundo, as tentativas de suicídio (20,56%), quase sempre com a ingestão de doses elevadas de medicamentos ou até de veneno. Os erros de administração de remédio e a automedicação também motivam os atendimentos do Centro.

O altruísmo dos médicos e plantonistas do Centro é merecedor do nosso mais firme reconhecimento. Por isso, Sr. Presidente, estou também encaminhando à Mesa Voto de Aplauso a essa notável instituição que funciona no meu Estado, na Universidade Federal do Amazonas.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/07/2006 - Página 22630