O SR. ROBERTO SATURNINO (Bloco/PT - RJ. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - O meu pronunciamento, Presidente Romeu Tuma, é realmente muito modesto, mas queria prestar uma homenagem a esta publicação brasileira que se chama CartaCapital, que é hoje uma revista semanal que chegou ao numero 400, com 12 anos de vida, uma vida economicamente difícil porque se trata de uma publicação que não serve ao grande capital, mas serve à Nação brasileira e à verdade acima de tudo, a verdade que ela, revista, consegue captar e pesquisar.

Trata-se de uma revista que começou mensal, depois passou a quinzenal e hoje é semanal e que não é, e dificilmente será, das maiores em circulação, exatamente porque não serve ao grande capital. Preza a ética, sim. Mas ética, como disse o Senador Simon, não dá voto; ética também não dá dinheiro.

De forma que é difícil crescer, prosperar, afirmar-se, ganhar respeitabilidade prezando a ética e não o escândalo. O que vende e dá dinheiro é o escândalo. A postura de seriedade, de respeitabilidade não vende tanto e, por conseguinte, não dá tanto dinheiro. E, por isso mesmo, é muito difícil uma revista manter-se, crescer e prosperar seguindo a linha que segue a revista CartaCapital.

De forma que eu acho que esse evento merece um destaque, merece uma homenagem e merece o reconhecimento por parte da opinião pública brasileira, que está tão atingida por essa soma de escândalos que se baseiam, sim, em fatos reais, mas são fatos que não são contrabalançados com outros fatos reais, que têm raiz ética. Ética não é notícia. O comportamento ético não é notícia. O que é notícia é o grande escândalo, que é o que vende, o que suscita emoções. Trata-se de uma publicação que não preza tanto o escândalo, porém a ética e defende posições brasileiras. Posições do interesse desta Nação brasileira, como, por exemplo, esse projeto de integração da América do Sul, que não é compreendido por aqueles que querem entregar o País à Alca, é claro. Então, critica-se tudo que se faz na América do Sul, inclusive o financiamento, a exportação de serviços para países da América do Sul. Os países em geral financiam as suas exportações, tem bancos até especializados em financiar a exportação. Agora, quando o Brasil financia uma exportação de serviço para a Venezuela ou para a Bolívia, é criticado porque se trata, em primeiro lugar, de financiar serviços de exportação, e, segundo, financiar serviços de exportação para países da América do Sul. Se fosse da América do Norte e da Europa, provavelmente haveria elogios.

Enfim, Sr. Presidente, acho que a CartaCapital, por todas as posições assumidas, foi uma revista que apoiou a candidatura do Presidente Lula na eleição de 2002 e apoiou abertamente, sem nenhum subterfúgio, porque é uma revista que não tem razão para ocultar as suas posições nem a sua linha de defesa da seriedade, da ética e do interesse nacional.

Por tudo isso, Sr. Presidente, eu queria prestar esta homenagem ao número 400, aos doze anos da CartaCapital, que é uma revista que tem respeitabilidade e merece todo o apreço desta Casa e da população brasileira.