O SR. EDISON LOBÃO (PFL - MA. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, um fato grave, de origem ainda não totalmente esclarecida, vem assustando a população da região oeste do Maranhão. Trata-se de uma síndrome neurológica, de causa até recentemente ignorada, que já matou 33 dos meus conterrâneos desde janeiro e parece ter atingido outros. Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, edição desta quarta-feira,o Ministério da Saúde concluiu que a falta de vitaminas B1 seria a causa de tal síndrome que atinge a população do oeste do Maranhão.

Somente no município de Imperatriz, desde o dia 25 de maio - quando foi notificado o primeiro caso da doença misteriosa - dezenas de pessoas já foram internadas com a síndrome neurológica.

O assunto, pela sua importância, vem naturalmente despertando ampla cobertura dos veículos de comunicação, tanto nacionais como locais, impulsionando providências urgentes que, felizmente, parece estão sendo acionadas.

Segundo informa o Ministério da Saúde, profissionais de vigilância epidemiológica do órgão estão no Maranhão desde 7 de junho para investigar, em parceria com as secretarias estadual e municipais de Saúde, a síndrome neurológica que ocorre no Estado. A meta é esclarecer, o mais rapidamente possível, as causas que desencadearam a doença.

A maioria dos casos registrados da doença envolve homens jovens que trabalham na agricultura.

Amostras clínicas dos pacientes estão sendo coletadas, assim como de água e bebidas. Técnicos da área de saúde também estão capturando vetores (mosquitos e carrapatos) para identificar possíveis fatores de risco e causas da doença. Todos os exames são realizados no Laboratório Central do Maranhão (Lancen/MA) e no Instituto Evandro Chagas. Dados preliminares sugerem, entretanto, que felizmente não existe a transmissão de pessoa para pessoa.

O Ministério determinou que profissionais de saúde da região notifiquem casos suspeitos às respectivas secretarias municipais de Saúde. São considerados suspeitos indivíduos com idade entre 14 e 50 anos, residentes nas regionais de Tocantins, Pré-Amazônica e Barra do Corda, que, a partir 1º de janeiro de 2006, tenham apresentado edema, diminuição de reflexos e da sensibilidade, podendo ou não ter reduzida a força muscular dos membros inferiores.

Temos encarecido providências urgentes do Governo Federal e uma equipe de neurologistas da Unicamp (Universidade de Campinas), do Instituto Emílio Ribas e da Universidade Paulista de Medicina também foi enviada à região pelo Ministério da Saúde. Essa equipe, no último fim de semana, fez exames em 55 pacientes que chegaram a ser internados no hospital em Imperatriz, com sintomas da doença, mas estão fora de perigo. Oito pessoas continuam internadas, duas das quais na UTI.

Os sintomas da doença são inchaços nas pernas, formigamento, diminuição da força muscular e dificuldades para respirar. Comentou-se a hipótese de que a causa da síndrome possa ser intoxicação por agrotóxicos. Na semana passada, técnicos especialistas do Ministério da Saúde estiveram em Imperatriz para reexaminar pacientes que apresentaram os sintomas. Na ocasião, foram colhidas novas amostras de sangue para exames.

            Sr. Presidente, Srªs e srs. Senadores, cumprimento as autoridades sanitárias de nosso país que, com a colaboração de conceituadas Universidades, estão oferecendo a contribuição dos seus altos conhecimentos científicos para detectar a origem do mal neurológico que já vitimou preciosas vidas de maranhenses. E que intensifiquem suas ações, este o meu apelo, para a tranqüilidade da população do oeste do Maranhão, integrada por homens e mulheres que tanto têm contribuído para o desenvolvimento do meu Estado.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

Obrigado.