Discurso durante a 113ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Relata viagem em que acompanhou o candidato Geraldo Alckimin, nas cidades de Aracajú/SE e Montes Claros/MG. Registro de pesquisa feita pelo Ibope em Santa Catarina, entre os dias 10 e 12 de julho, que constatou a rejeição de 41% ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva.

Autor
Heráclito Fortes (PFL - Partido da Frente Liberal/PI)
Nome completo: Heráclito de Sousa Fortes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Relata viagem em que acompanhou o candidato Geraldo Alckimin, nas cidades de Aracajú/SE e Montes Claros/MG. Registro de pesquisa feita pelo Ibope em Santa Catarina, entre os dias 10 e 12 de julho, que constatou a rejeição de 41% ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva.
Publicação
Publicação no DSF de 19/07/2006 - Página 24684
Assunto
Outros > ELEIÇÕES. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • REGISTRO, DADOS, AUMENTO, REJEIÇÃO, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), CANDIDATO, REELEIÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA.
  • BALANÇO, CRESCIMENTO, APOIO, CANDIDATO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), CRITICA, GOVERNO FEDERAL, DESATIVAÇÃO, PROGRAMA CULTURAL.
  • COMENTARIO, REPUDIO, AGRICULTOR, POLITICA AGRICOLA, GOVERNO FEDERAL, CRITICA, ATUAÇÃO, PUBLICITARIO, TENTATIVA, ELEIÇÃO, ALOIZIO MERCADANTE, SENADOR, CANDIDATO, GOVERNADOR, SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ANALISE, CAMPANHA, CANDIDATURA, GOVERNO ESTADUAL.
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, LIBERDADE, OPINIÃO, DEFESA, ORADOR, DIREITOS, SUSPEIÇÃO, VINCULAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), COMANDO, CRIME ORGANIZADO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP).
  • BALANÇO, PARTICIPAÇÃO, CORRUPÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), CRITICA, POLITICA EXTERNA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, COBRANÇA, ESCLARECIMENTOS, BANCADA, GOVERNO.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, antes de tudo, em respeito aos espectadores da TV Senado, continuo a divulgação da pesquisa em Santa Catarina, onde o Presidente Lula tem rejeição de 41% contra 12% do candidato Geraldo Alckmin. Senador Alvaro Dias, 41% é a rejeição do Presidente Lula em Santa Catarina. Parece-me que o excesso de propaganda, de esforço e de entusiasmo não funcionou.

Faço esse registro por insistência de um ouvinte que gosta das coisas precisas. Dei informação incompleta, aliás, até por culpa dele, que está me passando informações aos poucos; mas faço isso com muito prazer.

Senadora Heloísa Helena, neste final de semana, mais precisamente na sexta-feira, fui a Aracaju, acompanhando o candidato Geraldo Alckmin a um compromisso político naquela cidade. A última vez em que eu tinha estado na capital de Sergipe para cumprir compromisso político foi exatamente no ano de 1984 - no dia 15 de dezembro, para ser mais preciso -, quando ali acompanhava o então candidato a Presidente da República Tancredo Neves. Embora Tancredo Neves participasse, àquela época, de uma eleição no Colégio Eleitoral, o que dispensaria encontros daquela natureza, ele fez questão de percorrer o Brasil inteiro, para, em primeiro lugar, dar satisfações ao povo brasileiro do motivo pelo qual aceitara disputar o Colégio Eleitoral e para, em segundo lugar, mostrar suas propostas para o Brasil.

Aliás, em relação a esse Colégio Eleitoral, condenado à época pelo Partido dos Trabalhadores, num período em que a questão ética era primordial e funcionava, o Partido dos Trabalhadores expulsou o Deputado Airton Soares e a Deputada e atriz Bete Mendes. Parece que o ex-Deputado Airton Soares se reencontrou com seu ex-Partido, porque, vez ou outra, vejo seu nome sendo indicado para possíveis cargos públicos na esfera federal. A ex-Deputada Bete Mendes, ao que me parece, desencantou-se com a vida pública.

Em Aracaju, tivemos uma reedição do que ocorreu em 1994. Forças que se combatiam, forças antagônicas juntaram-se para enfrentar o mal maior que é a continuação do atual Governo. Lá, vimos a união de Albano Franco e João Alves, que foram aliados, mas que até há bem pouco tempo estavam em campos adversos, e agora se juntaram para apoiar a candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência da República.

Ontem, estivemos em Montes Claros. Foi outra apoteose. Lá, capitaneados pelo Governador Aécio Neves, incontestável liderança em Minas Gerais, tivemos a alegria de ter presentes ao evento cinco Prefeitos do Partido dos Trabalhadores que vão votar em Aécio Neves e Geraldo Alckmin. Realmente, foi um encontro muito positivo.

Geraldo Alckmin reúne-se hoje no Rio de Janeiro com artistas brasileiros, para mostrar programas e projetos de seu governo em relação à classe artística. Aliás, Senadora Heloísa Helena, acho que o Presidente Lula deve uma satisfação ao artista brasileiro. Deve explicar, por exemplo, por que acabou com o Projeto Pixinguinha, um projeto que, com cachês de pequeno valor, movimentava artistas pelo Brasil inteiro, principalmente aqueles que estavam, no momento, com a agenda mais disponível, e promovia cultura pelo Brasil afora. Esse programa durou quase trinta anos, mas foi desativado no atual Governo.

A propósito, desativar programas é uma praxe no atual Governo. Estivemos ontem em Minas, e há uma queixa muito grande de sua população com relação ao sucateamento da Embrapa. Num momento em que o Presidente da República anuncia a instalação de escritórios da Embrapa na África, o que vemos no Brasil é a Embrapa, que sempre foi um órgão técnico, onde não havia nenhuma atividade política ideológica - ali era uma cidadela sagrada para a pesquisa e para os cientistas -, ser completamente desvirtuada, porque se passou a dar espaço apenas para os estrelados de carteirinha, àqueles que tinham acesso ao poder. Essa queixa acontece principalmente em Montes Claros, cidade de um dos maiores Presidentes que a Embrapa teve, o Dr. Elizeu, pois ela tem muita ligação com o setor produtivo.

Senadora Heloísa Helena, V. Exª, que tem percorrido o Brasil inteiro, deve ter visto, onde quer que se produza neste Brasil, o horror que o produtor, que aquele que gera emprego tem pelo atual Governo.

Aquela carta-compromisso com os brasileiros assinada em agosto de 2002 só não foi descumprida no bom tratamento que o Governo insiste em dar aos banqueiros nacionais e internacionais.

Senadora, eu não queria aprofundar-me muito em discursos pesados; quero tentar ser leve.

Meu caro jornalista Luiz Carlos Azedo, que se encontra na tribuna, eu gostaria de registrar nos Anais da Casa um fato histórico: o cumprimento que um candidato a Governador de São Paulo fez a um manequim de porta de loja. Veja a capacidade que tem um “marqueteiro” de mudar as pessoas.

O nosso ex-Líder, que se caracterizou nesta Casa por não cumprimentar ninguém, os seus e os outros, recebeu orientação dos “marqueteiros” para, por onde passasse, cumprimentar as pessoas. Eis que, num burburinho, parece-me que numa loja localizada na Vinte e Cinco de Março - a reportagem não traz detalhe, mas, com certeza, esse fato, que é matéria de primeira página da Folha de S.Paulo, deverá trazer -, há um sorriso e uma empatia fantástica entre o manequim, uma figura inerte, e o Senador Aloizio Mercadante, nosso candidato ao Governo de São Paulo, que queria agradar aos que passavam por onde ele andava. A manchete é exatamente esta: “Candidato cumprimenta manequim”. Ele melhorou muito.

Tenho certeza de que há aí um pouco do Duda Mendonça. Alguém errou na dose: ou o Senador, por cumprimentar demais, ou o Duda, por ter sido exagerado. Podemos compreender isso. Duda não aparece mais publicamente; atua nas trevas, continuando a orientar o Presidente de República. Por dever de justiça, quero dizer que o caso de Duda com o Senador Aloizio Mercadante - os Anais registram isso - é de amizade. Ele não foi contratado; é amigo do Senador. O Senador fez questão de dizer, nesta Casa, que tem amizade com o “marqueteiro-mor” da campanha passada. Evidentemente, temos de louvar, temos de elogiar essas atitudes do amigo de todas as horas.

Essa genialidade só pode ter saído dessa figura criadora que é o nosso Duda Mendonça. Parece-me - não quero entrar em detalhes - que, se esse manequim existe realmente, o propósito era de fazer com que o candidato treinasse o cumprimento em um recinto fechado, não em público.

Esse é um fato que merece ser explicado, porque o manequim está bem vestido, na porta da loja, e é um cumprimento afetuoso, não é um cumprimento qualquer, não. Quero, então, registrar o fato e mandar meu grande abraço, um abraço carinhoso ao meu colega Aloizio Mercadante, dizendo que é melhor errar por excesso do que por escassez. Tenho certeza de que, de tropeço em tropeço, ele um dia vai chegar à conclusão de que o que eu disse desta tribuna para ele, certa vez, é o correto: não há vantagem nenhuma em o cidadão colocar bom-dia, boa-tarde ou boa-noite na poupança. Não rende nada. Essa história de acumular bom-dia vai, ao final de uma jornada diária, para o espaço.

Faço o registro desse avanço e peço que seja transcrita a matéria nos Anais da Casa, assim como peço que seja publicada também a fotografia, para que as gerações futuras possam vê-la.

Tenho muita esperança de que o Senador Aloizio Mercadante ainda vá servir muito a São Paulo e ao Brasil - não desta vez! Ele é novo, experiente e ainda tem muito serviço a prestar ao Brasil. Quero então, com muito carinho, fazer este registro.

Mas, Srª Senadora Heloísa Helena, o sapato alto do PT, quebrado pela população, começa a fazer com que o desespero tome conta da sua militância de norte a sul do País. Abrimos os blogs do País afora, os jornais, e vemos o que o PT mais gosta de fazer na vida: processar e denunciar os outros. Mas tem horror a que se faça o mesmo com ele.

E aí vemos um fato interessante: abrimos o jornal e encontramos a notícia de que se vão processar três ou quatro Senadores - não me lembro do nome dos ameaçados agora -, porque se faz uma suposta ligação entre o Partido dos Trabalhadores e essa questão que envolve a segurança pública lá em São Paulo.

Ao abrir o blog do Noblat, vemos uma pesquisa em que as pessoas que têm acesso ao blog votam. E lá se vê que 74% da população - e aí vale para o Brasil inteiro - acredita nessa participação. É claro que não é uma participação coletiva. Longe de nós ou de qualquer pessoa de bom senso admitir isso. Mas o povo tem direito de pensar, e não podemos cercear, nem tirar a liberdade de o cidadão acreditar naquilo que lhe convém.

De forma que esse é um registro que deve ser feito, para que não se satanizem alguns companheiros do Partido ou dos Partidos coligados que tiveram a coragem de externar uma opinião - certa ou errada, não se sabe. Ora, Senadora Heloísa Helena, há um ditado que cito muito: “Cachorro mordido de cobra corre com medo de salsicha”.

Todo mundo dizia que o transporte do dinheiro na cueca - aquele lá no Ceará - era calúnia. O rapaz chegou a ir à televisão para dizer que aquilo era fruto do seu laborioso trabalho diuturno, dele, um agricultor de sucesso no Ceará, que vendeu produtos na Ceasa paulista e estava trazendo o dinheiro de volta. O estranho de tudo é que dólar não é moeda corrente na Ceasa de São Paulo. Vai ver que os abacaxis e os pepinos que ele produziu em São Paulo - segundo a primeira versão - foram vendidos para capitalistas de fora. Mas qual nada. Ele não resistiu à primeira investigação, e viu-se que realmente havia o dinheiro na cueca.

Depois, quanto à morte do Celso Daniel, já há oito ou dez versões - e as coisas começam a ter clareza.

O episódio envolvendo Toninho do PT, Prefeito de Campinas, o dinheiro vindo de Cuba. Aliás, no Brasil, o grande problema é que a capacidade do Governo de criar escândalos é bem maior do que a capacidade do ser humano de apurá-los.

Senadora Heloísa Helena, V. Exª se lembra de que a esposa, ou ex-esposa de um dos deputados envolvidos na questão de mensalão, mensalinho, esse episódio de corrupção, envolvendo o Partido dos Trabalhadores, disse, em bom tom, que o seu marido tinha sido portador de recursos de Taiwan para a campanha do PT. O PT processou essa senhora, como quer processar um companheiro que emite uma opinião. Quanto àquela questão do dólar de Cuba transportado em caixas de uísque, houve processo?

Senadora Heloísa Helena, a última pessoa submetida ao Conselho de Ética do Partido foi V. Exª, que cometeu o gravíssimo crime, o crime imperdoável de se manter coerente ao que pregou na praça pública em vinte anos de luta. Senadora Heloísa Helena, quem o PT levou ao Conselho de Ética para dar explicação sobre seus atos? Agora, soltaram o Dr. Bruno Maranhão, que atuava nas trevas e invadiu a Câmara dos Deputados, quebrando o patrimônio público e o patrimônio privado. A propósito, essa foi a única vez que o PT agrediu uma instituição financeira. Aquela moça que quebrou os guichês eletrônicos do banco, ou dos bancos que davam atendimento na Câmara, possivelmente será punida pelo PT, porque não admite que se mexa no capital especulativo dos banqueiros brasileiros. Fora isso, o Sr. Bruno Maranhão, que foi solto neste final de semana, já deve estar em Recife preparando a próxima. E o Partido dos Trabalhadores, segundo os jornais de hoje, trabalhou no sentido de libertá-lo. Solidariedade é isso.

Eu tinha a maior simpatia por aquela Deputada, a Deputada Ângela, até porque temos algo em comum: somos gordinhos. Eu me sentava ao lado dela e achava uma coisa fantástica. Agora, a Deputada, a dançarina, está nos palanques de São Paulo, desfilando ao lado dos mesmos.

Quando eu militava no PMDB, o então Deputado e depois Governador Newton Cardoso era meu correligionário. Eu nunca falei mal do Newton Cardoso. Quem falava mal era o Lula. Quem dizia horrores do Newton Cardoso era o PT. E agora vão andar abraçados em Minas Gerais. A revolta do povo lá é tamanha que já há uma reação de setores do PT a subirem juntos nesse palanque. De contradição em contradição, esse Partido está enchendo um caminhão. Daí por que se começa a ver a rejeição que o Presidente tem.

Ele foi agora para São Petesburgo tratar da economia mundial, de colocar o Brasil numa posição excelente, ou de pelo menos defender o País. E discutiu a roldana que içou a estátua de Pedro, o Grande, a uma altura de 80 metros, como também divulgou a qualidade do churrasco brasileiro. Incontestável, até porque as churrascarias brasileiras estão se instalando pelo mundo afora, na Ásia, na América, na Europa. Mas acho que o Presidente da República deveria ir com pauta prévia e ter assuntos tão importantes como o churrasco brasileiro dos quais tratar. Por exemplo, protestar perante o Governo inglês pelo desfecho que vem sendo dado ao caso daquele rapaz que foi assassinado no metrô da Capital inglesa - pelo menos. Cumprir o seu papel de chefe de Estado. É lamentável.

Que São Petesburgo é uma cidade bonita todos nós sabemos; que tem o Museu Hermitage para ser visto nós sabemos. Agora, é impraticável, nem o Super-Homem conseguiria, vê-lo em 45 minutos. O nosso Presidente tentou. Naturalmente para tirar uma fotografia e dizer que esteve naquela maravilha. Conheço alguns Parlamentares que são chegados à arte, que foram ao museu, e a opinião de todos é que é preciso três, quatro, cinco dias para conhecer a sua grandeza e a dimensão das suas obras. Acho que o Presidente Lula, nessa visita a São Petesburgo e nessas discussões, principalmente em um período de eleição, em que teria que mostrar propostas para ver se aguçava ou reaguçava a esperança do povo brasileiro, deveria ter ido com uma agenda mais concreta, deveria ter mostrado a preocupação que o Brasil tem com o desequilíbrio das contas públicas de alguns países gigantes como os Estados Unidos, por exemplo, que nos assustam a todo momento com ameaças de mudança de taxas de juros, com a questão do petróleo, levando-se em conta a insegurança que estamos tendo em regiões do Oriente, que pode criar algumas dificuldades não só para o Brasil, mas para o mundo. Enfim, uma agenda “propositiva” e uma agenda concreta.

Aliás, falou-se alguma coisa sobre o Brasil ter assento em uma vaga no Conselho de Segurança, aquela vaga permanente. Ninguém sabe, ninguém viu. Mas foi bem melhor do que da última vez, quando a viagem foi bem pior, jornalista Natuza Nery. Ele chegou lá, fez salamaleque para o Evo Morales, enquanto este mandava invadir as dependências da Petrobras. Disse que era amigo do Evo Morales, enquanto este agredia o Brasil, a sua História e a sua soberania. Fez galanteios para Chávez, e este, parceria com Morales. Morales foi mais inteligente; no segundo dia, viu que aquele centro de discussão era um centro de economia mundial, de integração, de globalização, e não o local propício para assuntos daquela natureza. De forma que modificou seu discurso, e ficamos desgastados, como assim estamos até hoje.

Mas, Senadora Heloísa, vou encerrar. Quero até que o Brasil saiba que a generosidade de V. Exª em me dar tanto tempo assim se dá também pela ausência de alguém do Governo aqui no plenário. O Governo mostra a derrota exatamente aqui. Você não vê o Governo fazendo defesa nem nada! Você vê o Governo em ministério, querendo ambulância, querendo liberação de recursos que não são prioritários para o País, mas que são prioritários para a eleição de alguns, e vê acompanhando as caravanas presidenciais pelo Brasil afora. Mas aqui, defendendo aquilo que pregaram durante vinte anos, é muito difícil, mormente numa terça-feira - é claro, estamos num momento onde não temos sessão deliberativa; se tivéssemos, também não adiantava, porque teríamos a pauta trancada pelas medidas provisórias.

Agradeço a V. Exª, Srª Presidente, e quero parabenizá-la pelo seu crescimento em Santa Catarina e estranhar que, com tanta coisa que o Presidente Lula fez por aquele Estado - tenho ouvido isso aqui ao longo de quatro anos -, ele esteja tão mal que a sua rejeição atinja 41%. É realmente triste a rejeição, dez pontos a mais do que a aprovação. Em Santa Catarina, onde ele fez estradas, porto, fez tudo, fez uma nova Santa Catarina, ele está nessa situação - o que mostra, e é um alento, que o povo brasileiro está começando a acordar.

Vou encerrar, Senadora Heloísa Helena, contando o que ouvi de um cidadão no aeroporto de Aracaju. Cheguei um pouco mais cedo, fiquei aguardando a chegada do nosso candidato Geraldo Alckmin, e um popular, no cafezinho do aeroporto, abordou-me e disse:

“- Senador, vou lhe confessar uma coisa: há quatro anos, votei no Lula. Votei, trabalhei, fiz força, mas hoje cheguei à conclusão, Senador, de que cometi uma roleta-russa, e uma roleta-russa usando um revólver com tambor de cinco balas. A primeira vez deu certo; não corro o risco nunca mais, Senador, porque estouro meus miolos e não vim ao mundo para isso. Quero muito bem ao Brasil.”

Muito obrigado.

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR HERÁCLITO FORTES EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

“Candidato cumprimenta manequim”, Folha de S.Paulo


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/07/2006 - Página 24684