Discurso durante a 114ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Críticas aos gastos do governo Lula com publicidade.

Autor
Antonio Carlos Magalhães (PFL - Partido da Frente Liberal/BA)
Nome completo: Antonio Carlos Peixoto de Magalhães
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. ELEIÇÕES.:
  • Críticas aos gastos do governo Lula com publicidade.
Publicação
Publicação no DSF de 20/07/2006 - Página 24741
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. ELEIÇÕES.
Indexação
  • COMENTARIO, NOTICIARIO, IMPRENSA, CRITICA, AUSENCIA, IDONEIDADE, CONDUTA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, EXCESSO, GASTOS PUBLICOS, PUBLICIDADE, OBJETIVO, MANIPULAÇÃO, OPINIÃO PUBLICA.
  • CRITICA, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, RESGATE, BRASILEIROS, PAIS ESTRANGEIRO, LIBANO, SITUAÇÃO, GUERRA.
  • COMENTARIO, APOIO, CRIMINOSO, REELEIÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA.
  • IMPUTAÇÃO, HUMBERTO COSTA, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA SAUDE (MS), RESPONSABILIDADE, TRANSAÇÃO ILICITA, AQUISIÇÃO, AMBULANCIA.
  • EXPECTATIVA, ELEIÇÃO, GERALDO ALCKMIN, EX GOVERNADOR, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), PRESIDENCIA DA REPUBLICA.

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ontem ocupei esta mesma tribuna com o objetivo de demonstrar ao povo brasileiro o descalabro do Governo do Presidente Luis Inácio Lula da Silva - Dr. Lula.

O Dr. Lula, só em publicidade, gastou R$ 2,6 bilhões desde 2003, sem contar os gastos das estatais que ele domina como ninguém. É totalmente irresponsável.

Aqui está a manchete de O Estado de S. Paulo: “Lula gastou R$ 2,6 bi em publicidade desde 2003”. Isso é para que o povo brasileiro veja e sinta como está sendo enganado pelos órgãos publicitários, por um Presidente inescrupuloso. Quando falta escrúpulo, falta tudo. Quando falta escrúpulo, os homens fazem as coisas mais nojentas, as coisas mais sórdidas. E este Governo é exemplo disso em quase todos os setores.

Fico a me perguntar: quando, Senhor, isso terminará? Quando este homem fará um exame de consciência, se é que consciência ele possui, para ver o mal que ele faz ao Brasil e o exemplo que dá às gerações do nosso País? O Presidente Lula perdeu totalmente a capacidade de frear a sua indignação. Indignação, aliás, que ele não tem com fato nenhum.

Parece incrível, mas tudo que acontece de ruim neste Brasil o Presidente “não sabe” (entre aspas), mas, na realidade, ele sabe tudo, porque é ele, Lula, quem promove todos esses escândalos que se multiplicam a cada dia e que tornam o Brasil num País desacreditado, num País onde a moralidade pública foi banida de vez para imperar a desonestidade. E este homem ainda continua a gastar. Gastar para quê? Para enganar o povo. Ele já engana o povo quando aparece na televisão todos os dias e quando vai para o exterior cometer as gafes que já estão notáveis nas suas viagens. Agora, na reunião do G-8, foi um desastre.

Mas, aqui no Brasil mesmo, em Salvador, o desastre não foi menor em relação à África do Sul. Mas houve uma vantagem: ele mandou um dos seus aviões - não o Aerolula, porque este ele não dá a ninguém, é uma propriedade privada do Presidente da República. Ele deu o Aerolula? Não. Mas mandou o Sucatão levar os africanos a seu destino.

Por coincidência, o Líbano estava sofrendo ataques injustos de Israel, e os libaneses brasileiros que lá estavam visitando seus parentes pegaram uma carona de volta no Sucatão, Como se fosse um grande gesto! O avião tinha de parar. Parou e trouxe 100 passageiros que precisavam sair de lá. Até agora não mandou nada para lá, porque a política do Itamaraty, misturada com a de Relações Institucionais, Sr. Presidente, pode ser tudo, menos política - é política contra o Brasil.

Mas quem diz que gastou R$ 2,6 billhões não é só O Estado de S. Paulo; é o Brasil todo. Aqui está O Globo: “Gasto de Lula com publicidade fere a lei”. Pergunta-se: mas quem cumpre a lei em relação ao Presidente da República? Cabe ao Judiciário? Cabe. Cabem os protestos do Legislativo? Cabem. Mas ninguém faz nada. Tenho de estar quase todos os dias nesta tribuna, chamando a atenção do povo para essas coisas.

Felizmente estou sendo ouvido. Em cada lugar do Brasil por onde passo sou procurado pelo povo que diz que estou certo e que é impossível dar guarida a um Governo de incompetência e desonestidade.

Ontem, Sr. Presidente, eu falava desse Bruno Maranhão. Hoje esta manchete diz tudo. Ah, Sr. Presidente, desculpe tomar-lhe a atenção, mas a manchete diz tudo: “Da cadeia para a defesa da reeleição de Lula”. Todos os desordeiros ou ladrões que saem da cadeia, ou por facilidade judicial, ou porque a lei é frágil, saem para a reeleição de Lula. Será possível que se forme uma equipe só de pessoas desse tipo?

Essa figura, Bruno Maranhão, não poderia estar em outro lugar senão na cadeia. Tinha que estar preso, tinha que estar realmente numa posição que não pudesse invadir o Congresso Nacional. Amanhã vai invadir o Judiciário. E só não invade o Palácio do Planalto porque seu correligionário dá-lhe toda a força para invadir as outras instituições.

Se o próprio Lula amanhã fraquejar um pouco, o Bruno senta na cadeira de Presidente.

Tal é a força do roubo deste Governo que, inclusive, são dados recursos às ONGs para repassar ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, para invadir as propriedades privadas. Este Governo só cuida de uma coisa - fico até um pouco perplexo -, ele cuida agora de trazer a maior parte do PMDB. Quando digo a maior parte, não digo se é a pior ou a melhor parte, mas uma parte. A outra parte reage com Jarbas Vasconcelos, com Michel Temer, com Luiz Henrique, com Rigotto, com Pedro Simon e com tantos outros Parlamentares.

Mas, Sr. Presidente, não se loteia Governo para ganhar eleição. Quando isso ocorre, os compromissos são tão grandes que fazem surgir as operações do valerioduto e dos mensalões.

Não vou falar agora dos sanguessugas, mas posso afirmar que, na hora em que chamarem o Ministro Humberto Costa para depor, ele que vai ser o responsável por tudo isso, pelo roubo das ambulâncias no Brasil. Vai ser o Ministro Humberto Costa, aquele que desta tribuna eu chamei de “vampiro em banco de sangue”.

Por isso, Sr. Presidente, a cada dia, fico mais perplexo e, a cada dia, sinto-me obrigado a vir a esta tribuna. Quantas vezes eu esteja nesta Casa, mesmo em recesso parlamentar, como agora, virei cumprir o meu dever.

Creio que, a cada dia, abro, com minhas palavras, a consciência de um brasileiro para que mude o rumo do seu caminho. Se ele vota porque não sabe o que Lula faz nem o seu Governo, venho aqui para chamar a atenção desse brasileiro. Vamos procurar honrar a nossa Pátria. Vamos dar a ela um Presidente que dignifique o nosso País. Vamos fazer com que Geraldo Alckmin atinja a Presidência da República. O segundo turno já está assegurado. Ainda bem que está assegurado. E, no segundo turno, as coisas vão mudar.

Presidente Valdir Raupp, agradeço a V. Exª. E agradeço também agora a presença constante do Presidente Renan Calheiros, a quem sempre dedico o maior apreço e o meu respeito como Parlamentar, pela maneira que conduz esta Casa: com independência, sem subserviência e sem trair aqueles compromissos que julga indispensáveis para sua vida pública.

Sr. Presidente, Senador Renan Calheiros, mais uma vez, acabei de citar os gastos de publicidade do Governo, que, sem computar os gastos das estatais, chegam a R$ 2,6 bilhões.

Também faço um alerta, que não é tanto para V. Exª, que soube agir na hora própria, mas para o ilustre Presidente da Câmara dos Deputados, de que Bruno Maranhão está solto, trabalhando a toda corda para a reeleição do Presidente. De uma hora para outra, aproveitando este recesso, ele pode invadir o Congresso Nacional, mais uma vez, sem que nada lhe aconteça, a não ser uma prisão de dois ou três dias, para que ele possa meditar sobre outras invasões que ele fará por este Brasil.

Vamos lutar, Sr. Presidente. Nós contamos com V. Exª; nós contamos com o Senado Federal. Vamos fazer deste País um grande País, mas, para isso, temos de mudar toda a estrutura que está no Governo.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/07/2006 - Página 24741