A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Como Líder. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu não quero tecer comentários a respeito de pronunciamentos que me antecederam, porque, com certeza, o melhor é na urna; é isso que é importante. E tem alguma coisa que não consigo às vezes entender: é tão ruim, tão ruim, tão ruim, mas lidera com larga margem de intenção de votos. Então vamos esperar a urna, vamos ver lá na urna como as coisas vão acontecer.

Mas o que me traz à tribuna são as manchetes dos jornais de hoje a respeito do recorde na balança comercial. A Gazeta Mercantil traz que o saldo de US$5,6 bilhões, em julho, é recorde; que a balança comercial registrou o maior superávit mensal da história deste País. O saldo positivo foi de 5,638 bilhões, crescimento de 12,6% na comparação com julho do ano passado, e de 38,1% sobre junho. Portanto, é um recorde significativo, que, como traz a Folha, dá a dimensão exata desse superávit comercial, porque é um superávit comercial que bate recorde com o crescimento das exportações e das importações. Portanto, o saldo é recorde tanto com a exportação como com a importação crescendo. Não vai ser possível verificar aqui, porque o gráfico está muito apagadinho, mas os dois indicadores, tanto da exportação quanto da importação, são curvas bastante ascendentes aí no gráfico do último período.

É claro que com esse superávit comercial e batendo esses recordes sucessivos, creio que são números indiscutíveis, que muitos não querem ver, insistem em não vê-los, em não creditar isso aos esforços e às políticas adotadas pelo Governo Lula.

Além de registrar essa questão do superávit comercial, desse saldo recorde na balança comercial do nosso País, há dois outros registros, Senador Tião Viana, que eu não poderia deixar de fazer. Um deles é o de uma matéria de ontem da Folha de S.Paulo. Sob o título “Remunerar o desempenho”, a matéria informa que o Prefeito Gilberto Kassab, do PFL, em São Paulo, deu um aumento de 9,8% a 54%, aos professores de São Paulo. Eu, como professora, só posso elogiar que alguém dê um reajuste da magnitude de 9,8% a 54,3% para os professores da rede municipal de São Paulo, professores que estavam sem reajuste desde 2002. Portanto, desde o último período eleitoral.

Eu fico me perguntando se esse artigo elogioso, de remunerar o desempenho dos professores, de conceder-lhes um aumento tão substancial, tivesse sido dado neste momento, Senador Renan Calheiros, pelo Presidente Lula, como isso seria tratado aqui na tribuna. Ou seja, como seria tratado aqui o caso de uma categoria que estivesse desde 2002, desde a última eleição, sem reajuste, e agora, em pleno período eleitoral ganhando reajuste de 9,8% até 55%.

Além disso, outra matéria, que não posso deixar de registrar da tribuna, informa que o Supremo Tribunal Federal liberou para que finalmente a Assembléia Legislativa de São Paulo instale as dezenas e dezenas de CPIs que não puderam ser instaladas ao longo dos últimos anos. Nada mais nada menos do que trinta e sete dessas CPIs estão relacionadas à gestão do nosso adversário à Presidência da República, Geraldo Alckmin. O Supremo derrubou, por dez votos a um, a exigência de votar no plenário os requerimentos para instalação das CPIs. E são, como eu já disse, inúmeras. Vou aqui elencar apenas algumas: CPI da Eletropaulo, CPI da Energia Elétrica, CPI da Febem, CPI da TV Cultura, CPI da Fundação Padre Anchieta, CPI dos Grupos de Extermínio, CPI da Saúde, CPI do Rodoanel, CPI da Sabesp, CPI da Violência Policial, CPI dos Cursos Técnicos, CPI da Pirataria, CPI das Ciretrans, CPI do Leite, CPI do Metrô, CPI dos Leilões, CPI do Tietê, CPI do Ipesp, CPI do Transporte Ferroviário, CPI do Detran e Poupatempo, CPI da Nossa Caixa, CPI da Publicidade.

Portanto, já que o Supremo Tribunal Federal derrubou o impedimento regimental que servia de anteparo e não permitia que a Assembléia Legislativa de São Paulo, ao longo dos últimos anos, instalasse as CPIs - e nenhuma foi instalada -, acredito que é de bom tamanho fazer o registro deste assunto, porque temos assistido a discursos da tribuna exigindo apuração, investigação, punição. Que ela se dê em todos os cantos do País, inclusive na Assembléia Legislativa de São Paulo.

Muito obrigada, Sr. Presidente.