Pronunciamento de Tasso Jereissati em 03/08/2006
Discurso durante a 125ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Considerações sobre a inaceitabilidade da censura.
- Autor
- Tasso Jereissati (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/CE)
- Nome completo: Tasso Ribeiro Jereissati
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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SENADO.
PRIVATIZAÇÃO.:
- Considerações sobre a inaceitabilidade da censura.
- Publicação
- Publicação no DSF de 04/08/2006 - Página 26055
- Assunto
- Outros > SENADO. PRIVATIZAÇÃO.
- Indexação
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- INFORMAÇÃO, CENSURA, PRONUNCIAMENTO, ORADOR, RADIO, SENADO, RECEBIMENTO, ESCLARECIMENTOS, DIRETOR, COMUNICAÇÕES.
- IMPORTANCIA, PRESERVAÇÃO, DEMOCRACIA, AUSENCIA, CENSURA, DISCRIMINAÇÃO, POLITICO, PARTICIPAÇÃO, REGIME MILITAR, NECESSIDADE, RESPEITO, INTEGRIDADE, LEGITIMIDADE, REPRESENTAÇÃO POLITICA.
- ESCLARECIMENTOS, PROCESSO, PRIVATIZAÇÃO, BENEFICIO, PATRIMONIO PUBLICO.
O SR. TASSO JEREISSATI (PSDB - CE. Pela ordem. Sem revisão orador.) - Sr. Presidente, pedi a palavra pela ordem porque também fui envolvido no debate. Evidentemente, não houve o objetivo de me ofender, mas fui um dos que foram considerados censurados no pronunciamento do Senador Jorge Bornhausen.
Eu queria dar o meu depoimento de que o próprio Diretor de Comunicações desta Casa reconheceu que isso aconteceu, pediu-me desculpas e disse que esse tipo de coisas não iria mais acontecer.
Esse era o primeiro depoimento que eu queria dar.
O segundo é relativo à censura. Quero dizer que qualquer tipo de censura ou qualquer tipo de discriminação é inaceitável, seja de quem for e de onde vier.
Assim como é odienta a censura que o regime militar fez durante tantos anos neste País, também é odienta a tentativa de rotular pessoas que participaram, ou não, daquele período e, a partir daí, impedi-las de falar.
Eu quero lembrar que essas pessoas, assim como todos os brasileiros, são cidadãos brasileiros e foram eleitos com as mesmas condições que foram levantadas pelo seu povo e pelo seu Estado. Por isso, têm o mesmo direito, a mesma autoridade moral e a mesma legitimidade popular para dar a opinião que quiserem, e fazer a crítica que quiserem, no momento em que quiserem, não importando se eram da Arena, do PSDB, do PT, do PMDB, da Arena 1, da Arena 2 ou de qualquer partido, inclusive daqueles partidos de esquerda, que também praticaram seus crimes durante a ditadura, que também não são aceitáveis.
Hoje, vivemos outra situação neste País. Somos todos integrados na mesma democracia, e é absolutamente inaceitável esse novo tipo de censura que se quer fazer agora, tratando as pessoas de modo diferente em virtude de seu passado político. O importante do passado político de cada um é que se tenha integridade pessoal, independentemente de crenças ideológicas. A integridade pessoal, a meu ver, é o que o povo brasileiro procura hoje.
Quero dizer, porque faço parte daquele grupo que esteve no Poder e fez o processo de privatização, que, graças a Deus, houve o processo de privatização há dez anos. Com certeza, alguns por má vontade, outros por desconhecerem qualquer tipo de aritmética ou matemática financeira, confundem números de dez, quinze anos atrás com números de hoje, que absolutamente não têm nada a ver.
Por isso mesmo, se as empresas estivessem em mãos de quem desconhece as técnicas de gerenciamento, os lucros nunca seriam os mesmos de hoje. O que realmente dá pena é ver estatais na mão de gente corrupta, que desperdiça o patrimônio público, que joga fora o patrimônio público, que desvaloriza o patrimônio público e que desvia recursos do patrimônio público para finalidades absolutamente inconfessáveis. Esse é o problema. Essa é a grande questão que se deve discutir hoje.
Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.