O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, há algum tempo busco reservar espaço em meus pronunciamentos para a importância dos esportes. O meu interesse foi renovado pelos benefícios obtidos pela Alemanha por ter organizado a última Copa do Mundo.

Evidente que não se trata apenas dos aspectos estritamente esportivos. Os alemães, ao promoverem o último Campeonato Mundial de Futebol, conseguiram, ao fim e ao cabo, uma melhoria significativa em sua infra-estrutura esportiva - que será útil por décadas - e na infra-estrutura necessária para a promoção do evento, mas que será usufruída por toda a população alemã.

Assim, parece-me propício o momento para comentar o “Calendário Esportivo Brasileiro”, publicação do Ministério dos Esportes editada com o patrocínio da Caixa Econômica Federal.

Essa edição representa um fantástico avanço para aqueles preocupados com os esportes no Brasil. Pela primeira vez, afirmo sem ousadias, há uma ferramenta disponível para todos aqueles envolvidos com o planejamento de eventos esportivos. De um lado, tornam-se possíveis os contratos duradouros com patrocinadores. De outro, evita-se a sobreposição de campeonatos ou torneios.

O Calendário mostra-se, pois, como importante para a preparação do Brasil para os Jogos Pan-americanos, de 2007, a serem realizados na cidade do Rio de Janeiro. É um esforço para que mostremos ao mundo que estamos determinados e prontos para realizar eventos esportivos de grande porte.

O Pan, é claro, é apenas um pequeno passo para a realização de Copas do Mundo ou Jogos Olímpicos em terras brasileiras. Tenho o sonho de poder assistir a jogos da seleção brasileira em Copa do Mundo em nosso País. Isso, é claro, sem falar de ver centenas de brasileiros disputando, em sua própria Casa, as mais diversas modalidades esportivas em Jogos Olímpicos.

Os benefícios são muitos. Como lembrei inicialmente, para que possamos realizar a contento tais eventos precisamos investir, e muito, em infra-estrutura.

Não falo apenas em estádios ou ginásios. Falo de investimentos em segurança pública, transportes, saneamento básico, habitação, hotelaria e outros segmentos correlatos.

Os benefícios de tais investimentos, como se pode perceber claramente, não se restringiriam somente ao tempo de realização dos eventos. Seriam duradouros e benfazejos para todos os brasileiros.

Além disso, para a obtenção de bons resultados esportivos é necessário formar atletas. Tal processo, infelizmente, não é rápido nem barato. É longo, custoso e demanda o esforço de gerações.

Em primeiro lugar, é preciso estimular a prática esportiva entre crianças e adolescentes. Um bom exemplo é o programa batizado “Segundo Tempo”, que beneficiou, até o presente momento, 1,4 milhão de jovens. Esse programa permite que, em horários em que não estejam freqüentando a escola, os jovens recebam orientação esportiva, reforço alimentar e escolar.

Em 670 municípios brasileiros, havia, em março último, 3.100 núcleos do Programa. Essa a semente que levará muitos e muitos jovens a se tornarem atletas de destaque nas próximas décadas.

Além disso, pensando em termos mais imediatos, há o patrocínio direito de Confederações esportivas e de equipes de atletas. A Caixa Econômica Federal, por exemplo, está bancando, neste ano, um patrocínio de 9 milhões para a Confederação Brasileira de Atletismo.

Além disso, ainda nessa modalidade desportiva, a Caixa apóia um grupo mais restrito, de 30 atletas, que é a elite do atletismo brasileiro. Paralelamente, há um programa de aperfeiçoamento de técnicos e a busca de técnicos consagrados no exterior, que possam oferecer expertise suficiente para qualificar as próximas gerações de treinadores brasileiros.

Por fim, não se poderia deixar de lado os efeitos sociais do esporte. Um exemplo é o programa “Pintando a Cidadania”. Desenvolvido pelo Ministério dos Esportes, incentiva a contratação, por fábricas de materiais esportivos, de jovens em busca do primeiro emprego, trabalhadores com mais de 40 anos e pessoas com deficiências físicas. É geração de renda e de emprego por meio do incentivo ao esporte.

Enfim, há belas e produtivas iniciativas sendo levadas a cabo pelo Ministério dos Esportes e por seus parceiros, como a Caixa Econômica Federal. Tenho a certeza de que estão no caminho certo não apenas para produzir gerações de vencedores no esporte, mas, sobretudo, formar gerações de brasileiros vencedores na vida.

Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado.