O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB - AL) - Sem dúvida, V. Exª tem absoluta razão.

Antes de conceder a palavra ao Senador Cristovam Buarque, quero dizer à Casa que foi com enorme pesar que o Brasil recebeu a notícia do falecimento de Dante Martins de Oliveira, aos 54 anos de idade, em decorrência de complicações advindas de infecção.

Dante, com quem tive a honra e o privilégio de conviver, teve atuação destacada no Poder Executivo: foi Prefeito de Cuiabá por duas vezes, foi Ministro de Estado da Reforma e do Desenvolvimento Agrário e, por duas oportunidades, foi eleito Governador de seu Estado.

A consagração das urnas fez justiça à atuação do homem probo e democrata que Dante simbolizava.

O vínculo de Dante de Oliveira com a democracia do Brasil estará gravado para sempre nas melhores páginas de nossa história.

A campanha em favor da aprovação da Emenda Dante de Oliveira alcançou os rincões mais distantes de nosso território e ganhou, sem dúvida nenhuma, caráter fortemente suprapartidário.

Com o benefício da visão retrospectiva, olhamos vinte e dois anos para trás e percebemos que a derrota da Emenda Dante de Oliveira fica pequena diante da importância simbólica do gesto do ilustre Deputado mato-grossense.

Dante deixou-nos a lição de que “a luta política não se faz num ringue, mas na verdadeira arena que é o plenário das Casas do Congresso, onde se lida com idéias e ideais e com energia cívica”.

A partida de Dante é prematura e choca a todos. Porém, o saudoso Deputado, Prefeito e Governador Dante de Oliveira demonstrou, pelo exemplo de coragem e de espírito cívico, que é possível ser, a um só tempo, testemunha e protagonista da história.

Dante era um democrata na acepção da palavra e deixa muitas saudades. Perdemos o convívio com o apaixonado e idealista militante político, mas guardamos conosco a certeza de que sua trajetória ainda há de gerar muitos frutos na democracia de nosso País.