A SRª IRIS DE ARAÚJO (PMDB - GO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Exmº Sr. Presidente, Senador Flávio Arns, a quem cumprimento, nesta oportunidade, pela feliz iniciativa desta sessão, aqui, no Senado Federal; Exmº Sr. Embaixador da República da Áustria, Werner Brandstetter; Exmº Sr. Embaixador da República da Sérvia, Dusan Gajic; Exmªs Srªs e Srs. Senadores; Exmªs Srªs e Srs. Deputados; Exmª Srª Desembargadora do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, Leia Esteves; Exmª Srª Procuradora de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, Maria de Lourdes Abreu; demais membros do Corpo Diplomático; Ilmº Sr. Presidente da Associação Nacional de Equoterapia (Ande-Brasil), Coronel Lélio de Castro Cirilo; Ilmº Sr. Presidente da Associação Australiana de Equoterapia, Philip Walliker; Ilmª Srª Vice-Presidente da Federação Internacional de Equoterapia, Mare Theresa Kuypers; Ilmº Sr. Vice-Presidente da Ande-Brasil, Coronel Carlos Dornelles Passamani; Ilmª Srª Pedagoga e Fundadora da Ande-Brasil, Professora Tereza Cristina; Ilmº Sr. Diretor do Centro Básico de Equoterapia, Professor Vinicius Antunes; Ilmª Srª Presidente da Associação dos Amigos da Saúde Mental, Flora Lúcia Arruda; demais membros da Federação Internacional das Associações de Equoterapia; participantes do XII Congresso Internacional de Equoterapia.

Quero, inicialmente, saudar o XII Congresso Internacional de Equoterapia que se realiza no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, de hoje até o dia 12 de agosto. Trata-se de um privilégio para o Brasil receber especialistas e voluntários de todo o mundo que se empenham nesta sagrada missão de reabilitar vidas, de devolver a confiança e a auto-estima aos nossos irmãos portadores de deficiência ou com necessidades especiais.

Com o tema “Encontro entre dois Amigos”, o importante evento discutirá a utilização do cavalo como agente neste importante processo de reabilitação, que tem contribuído para disseminar esperança e alento, ao mesmo tempo em que proporciona melhores condições de saúde, a todos que se utilizam deste método revolucionário.

Aqui, quero abrir um parêntese para dizer aos participantes desse Congresso que, conhecedora que sou, uma vez que fui pioneira no Estado de Goiás da inclusão da equoterapia em nossos trabalhos sociais, penso que poucos, Senador Flávio Arns, têm conhecimento dos benefícios que esse trabalho traz à pessoas que realmente necessitam dele. Então, considero que este dia, simbolicamente nesta sessão do Senado, em que estamos podendo contribuir não só neste momento com a presença de V. Exªs e V. Sªs, estamos oferecendo, Senador, e muito pela iniciativa de V. Exª, a oportunidade de que esse trabalho tenha uma divulgação maior, por intermédio da TV Senado, que cobre todo o território nacional, logicamente conquistando novos adeptos para que realmente um número maior de pessoas venha a ter esse benéfico.

Acabei de ressaltar a iniciativa de V. Exª, nobre Senador Flávio Arns, ao propor a aprovação do requerimento que viabiliza a presente sessão. O Senado da República, dessa forma, dá prosseguimento à sua permanente luta pela viabilização da inserção social de pessoas portadoras de necessidades especiais, reafirmando o seu inteiro engajamento nas grandes questões que dizem respeito à busca da vida saudável para todos.

Com muita ênfase, queremos saudar os dirigentes da Federação Internacional de Equoterapia, bem como os diretores da Associação Nacional de Equoterapia, a Ande-Brasil, entidades que organizam o congresso. São pérolas da sociedade civil mundial, irmanadas num mesmo propósito - homens e mulheres que se dispõem à tarefa maravilhosa de servir ao próximo com seu amor, com sua devoção às causas grandiosas e solidárias. As atividades, de caráter filantrópico, englobam iniciativas nos setores terapêutico, educativo, cultural, desportivo e assistencial, sem fins lucrativos, voltadas exclusivamente para a inclusão que ressalta o bem comum.

Esta tem sido a rotina da Ande-Brasil, ao contribuir para a reabilitação e educação de pessoas portadoras de deficiência e/ou com necessidades especiais, mediante a prática da Equoterapia. A entidade também atua para capacitar recursos humanos, estimular e apoiar a implantação e desenvolvimento de centros especializados, dentro dos mais rígidos padrões de ética, eficiência e segurança, procurando estender os benefícios dessa importante prática a todas as classes sociais - em especial às menos favorecidas. Esse esforço resulta na educação e formação do caráter de jovens e na reinserção social de pessoas com distúrbios comportamentais.

Devemos, Srªs e Srs Senadores, cada vez mais, destacar e estimular a ação dos que se dedicam ao trabalho voluntário que muda a perspectiva de vida de milhares de pessoas. Esses abnegados estão em todos os setores da comunidade, doando uma parte preciosa do seu tempo à tarefa de socorrer e amparar os que necessitam: uma ajuda espontânea e sincera, que, sem qualquer dúvida, FAZ DIFERENÇA.

Os voluntários doam sua energia, sua generosidade e trazem consigo a disposição que vem de Deus, para compartilhar alegrias, aliviar sofrimentos, melhorar a qualidade da vida em comum. Com altruísmo, atuam diretamente no mundo real, em contato com as mais diferentes situações humanas, numa prática permanente da bondade, sempre fazendo do seu gesto uma firme demonstração de responsabilidade e compromisso social. Dessa forma, disseminam virtudes!

Esse deve ser o nosso comportamento, Sr. Presidente.

Desde criança aprendi quão fundamental é para todos nós a atitude de compartilhar, de estender as mãos, de apoiar e de caminhar juntos com os que necessitam. Ao nos mobilizarmos por causas de interesse social e comunitário, estabelecemos laços de amor e de confiança. Só por esses caminhos se torna possível a tão sonhada PAZ SOCIAL.

Assim, o compromisso de lutar contra todas as formas de discriminação aos portadores de deficiência e/ou necessidades especiais deve ser permanentemente reafirmado não só por discursos e declarações de boas intenções, mas, em especial, pela prática, pelo trabalho concreto. Como eu disse, em Goiás, fui das pioneiras ao introduzir a equoterapia como técnica terapêutica avançada, tendo em vista a educação, a reabilitação e a inserção social. Hoje, alegra-nos saber que esse método se espalhou pelo País, levando alento e esperança a todos os corações.

Uma sociedade realmente justa precisa maximizar o seu compromisso com as minorias, em especial com as pessoas portadoras de deficiência, para que se tornem, em tudo, participativas, conscientes de seus direitos e deveres.

Infelizmente, no Brasil e em todo o mundo, portadores de deficiência e/ou necessidades especiais são vítimas de discriminação, ao serem ignorados ou desprezados e, principalmente, ao não encontrarem as condições e as estruturas para que possam desenvolver o seu potencial. Acabam prisioneiros em suas residências, porque na sociedade não encontram o imprescindível acolhimento.

É em face desse cenário que surgem os valorosos voluntários que se aliam aos educadores, pais e familiares, para promover a inclusão e resgatar o respeito humano e a dignidade de tantos.

Surgem os movimentos nacionais e mundiais, que discutem e definem políticas a serem acatadas pelo Poder Público e pela sociedade. É nesse contexto que se fortalece o Congresso Internacional de Equoterapia - que o Brasil tem a primazia de sediar.

Destaco a importância de duas das diversas iniciativas em tramitação no Congresso Nacional: o projeto de lei que inclui a Equoterapia entre os tratamentos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde, de autoria da Senadora Lúcia Vânia, de Goiás, meu Estado; e o Estatuto da Pessoa Portadora de Deficiência, projeto do Senador Paulo Paim, do Rio Grande do Sul, que, com muita propriedade, considera crime punível com reclusão de um a quatro anos qualquer forma de discriminação - inclusive recusar matrícula em estabelecimento educacional, dificultar acesso a cargo público e negar trabalho ou assistência médica a portadores de deficiência.

            Ao finalizar, quero, mais uma vez, acentuar a importância da Equoterapia como tratamento complementar de reabilitação física e mental, que utiliza o cavalo como instrumento de trabalho em uma abordagem multi e interdisciplinar. Por meio do pleno contato com a natureza, a técnica permite formas de aplicação de exercícios de recuperação e integração, complementando as terapias tradicionais, que se valem de instrumentos tecnológicos em clínicas e consultórios.

Graças a Deus, o processo milenar que une o homem ao cavalo tem aqui uma nova dimensão, que propicia percepções e vivências ao praticante, levando-o a experimentar sentimentos de liberdade, independência e capacidade - emoções importantíssimas para a aquisição da autoconfiança, realização e auto-estima.

Que possamos multiplicar a prática da Equoterapia em todas as comunidades do Brasil e do mundo, não apenas auxiliando pessoas especiais, mas também dando apoio aos que têm dificuldades escolares, dependência física, stress, aos integrantes da terceira idade e a todos aqueles que buscam oportunidades de crescimento, melhoria na qualidade de vida e pleno equilíbrio físico e mental.

Nossas calorosas saudações ao XII Congresso Internacional de Equoterapia.

Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigada.

Sejam bem-vindos. Parabéns. (Palmas.)