Discurso durante a 137ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem pelo Dia do Maçom.

Autor
Luiz Otavio (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PA)
Nome completo: Luiz Otavio Oliveira Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem pelo Dia do Maçom.
Publicação
Publicação no DSF de 22/08/2006 - Página 27274
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, DIA NACIONAL, MAÇONARIA, COMENTARIO, IMPORTANCIA, HISTORIA, CONTRIBUIÇÃO, REFORÇO, DEMOCRACIA, DIREITOS HUMANOS, LUTA, COMBATE, DESIGUALDADE SOCIAL, ESCRAVATURA, MELHORIA, MUNDO, DEFESA, REGIÃO AMAZONICA.

            O SR. LUIZ OTÁVIO (PMDB - PA. Sem apanhamento taquigráfico.) -

Dia do Maçom

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é com enorme satisfação que, mais uma vez, venho à tribuna para celebrar a Maçonaria Brasileira. Antes de prosseguir, no entanto, gostaria de parabenizar os nobres Colegas que, capitaneados pelo Senador Mozarildo sessão especial para comemorar o transcurso do Dia do Maçom, em 20 de agosto.

            Apesar da importância da Instituição Maçônica ao longo da História Brasileira, Cavalcanti, requereram para não dizer mundial, existe, lamentavelmente, um grande desconhecimento sobre o que vem a ser a Maçonaria. Para grande parte da população, seria apenas um grupo de amigos a seguir rituais secretos, ou, pior ainda, pessoas tramando conspirações de toda espécie. Nada disso, evidentemente, é verdade.

            A Maçonaria, de fato, é algo completamente diferente. E para descobrir o que ela é, vale a pena examinar o sentido da palavra.

            O termo Maçonaria significa, literalmente, “construção realizada por um pedreiro num canteiro de obras” e tem origem no vocábulo francês maçonnerie e no inglês masonry.

            Mais do que um vínculo a uma determinada categoria profissional, a maçonaria implica uma ligação profunda com um projeto de melhoria do mundo. Tanto é assim que as origens da moderna Maçonaria remontam ao início do século XVIII, quando quatro Lojas Maçônicas se reuniram em Londres e formaram a Grande Loja daquela cidade inglesa.

            O ideal maçônico, consolidado naquele momento, rapidamente se difundiu por outras partes do mundo. Em 1728, foi fundada a primeira Loja na Europa continental, em Paris. Pouco depois, sabia-se da existência de lojas nas então colônias americanas e em outras partes da Europa e da América.

            Além disso, os princípios maçônicos de Igualdade, Liberdade e Fraternidade vieram a ser não apenas a base das Revoluções Americana e Francesa. De fato, foram os fundamentos para a construção das principais instituições do mundo moderno, como a Democracia, os Direitos Universais do Homem, a Luta contra a Desigualdade e a Escravidão, a aceitação da Tolerância como valor a ser defendido.

            Não é por acaso que a Maçonaria foi perseguida, durante toda a sua história por regimes autoritários e ditatoriais. Na Alemanha Nazista, estima-se que entre 80 mil e 200 mil maçons foram mortos em campos de concentração.

            Durante o domínio comunista sobre a Rússia e outros países da Europa Oriental, a Maçonaria foi posta na ilegalidade e mantida sob estreita vigilância, com um número incalculável de maçons tendo perecido sob aquelas ditaduras.

            Da mesma forma, durante a longa ditadura de Sadam Hussein no Iraque, a Maçonaria foi perseguida, e ser maçom era considerado crime. 

            Em suma, onde há regime ditatorial, autoritário ou que cerceia a liberdade de expressão, a Maçonaria é vista com desconfiança, perseguida e, inclusive, exterminada.

            Isso ocorre porque a Maçonaria constitui um porto seguro para a defesa da Fraternidade, da Liberdade e da Tolerância, valores estes tidos como fundamentais para o progresso humano.

            No Brasil, da mesma forma, a maçonaria esteve sempre ligada ao progresso e ao desenvolvimento de nossa sociedade. Em nenhum momento a Instituição se furtou de enfrentar os grandes problemas nacionais. Esteve presente, por exemplo, na Inconfidência Mineira, na Independência Nacional e na Proclamação da República.

            No momento atual, está preocupada com a nossa querida região amazônica. O Grande Oriente do Brasil vem promovendo discussões sobre o tema “Amazônia, Soberania Nacional”, que resultarão em Congresso a ser realizado na cidade de Goiânia, no mês de novembro próximo.

            O assunto é crucial para o futuro de nossa Nação. Pensar e defender a Amazônia é imprescindível para a nossa existência enquanto Estado livre e independente. Omitir-se no trato desta questão é permitir que outros se apossem daquilo que foi conquistado a tão duras penas, com o sacrifício de milhares de brasileiros ao longo de séculos.

            Em meu Estado do Pará, há questões prementes a serem resolvidas, especialmente aquelas relacionadas à violência no campo, ao desmatamento desordenado e às invasões de terras promovidas por grupos supostamente sem-terra. Além disso, há uma quantidade impressionante de organizações não-governamentais que se empenham em enfraquecer a soberania nacional ao divulgar idéias que batem, de frente, com os ideais da Pátria brasileira.

            Sob o manto de uma pseudo benevolência, na verdade essas organizações constituem agentes estrangeiros mal-disfarçados que visam, sobretudo, a minar e a desmoralizar o Brasil perante os olhos das outras nações do mundo.

            Essas são questões postas, atualmente, sob o exame da Maçonaria, única entidade que, ao longo de toda nossa História, esteve ao lado do povo brasileiro e desta nação abençoada pelo Grande Arquiteto do Universo.

            Tenho certeza de que, mais uma vez, seremos capazes, com o auxílio da Maçonaria, de fazermos frente aos desafios que enfrentaremos no futuro, em especial no diz respeito à região amazônica.

            Era o que eu tinha a dizer.

            Muito obrigado!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/08/2006 - Página 27274