Discurso durante a 138ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Críticas à propaganda enganosa veiculada pelo atual governo, apoderando-se de obras que nada têm a ver com a atual administração.

Autor
Flexa Ribeiro (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Fernando de Souza Flexa Ribeiro
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES.:
  • Críticas à propaganda enganosa veiculada pelo atual governo, apoderando-se de obras que nada têm a ver com a atual administração.
Publicação
Publicação no DSF de 23/08/2006 - Página 27338
Assunto
Outros > ELEIÇÕES.
Indexação
  • PARTICIPAÇÃO, ORADOR, CAMPANHA ELEITORAL, ALMIR GABRIEL, CANDIDATO, GOVERNADOR, ESTADO DO PARA (PA), APOIO, POPULAÇÃO, EX GOVERNADOR, REGISTRO, DADOS, PESQUISA, OPINIÃO PUBLICA.
  • CRITICA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, INSUCESSO, TENTATIVA, COMPARAÇÃO, GOVERNO, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, VULTO HISTORICO, ESPECIFICAÇÃO, OMISSÃO, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, ESTADO DO PARA (PA).
  • REPUDIO, CAMPANHA ELEITORAL, REELEIÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, MANIPULAÇÃO, OPINIÃO PUBLICA, INEXISTENCIA, OBRAS, ESPECIFICAÇÃO, FERROVIA, REGIÃO NORDESTE, ALEGAÇÕES, AMPLIAÇÃO, USINA HIDROELETRICA, MUNICIPIO, TUCURUI (PA), ESTADO DO PARA (PA), CONTINUAÇÃO, PROGRAMA ASSISTENCIAL, GOVERNO, ANTERIORIDADE.

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB - PA. Pronuncia o seguinte discurso. Com revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Marcos Guerra; Srªs e Srs. Senadores, venho hoje à tribuna para dirigir-me aos meus amigos do meu querido Estado do Pará, que nos têm recebido em nossa caminhada por todos os municípios, no extenso território paraense com apreço, admiração e carinho na comitiva do candidato ao governo Almir Gabriel. Temos passado por Juruti, Santarém, Itaituba, Oriximiná, Monte Alegre, Capanema, entre outros municípios. Temos andado por todas as regiões, e a receptividade do povo do Pará em ter novamente, a partir de 1º de janeiro, no governo do nosso Estado, o ex-governador Almir Gabriel, que começou a reestruturação do Estado com o projeto do novo Pará, é imensa. Isso já é visto pela própria pesquisa do Ibope, que já coloca o futuro Governador Almir Gabriel, que possui 46% das intenções de voto, bem à frente, com um número de pontos superior à soma dos índices de todos os outros que também concorrem ao governo do Estado do Pará.

Sou surpreendido aqui, Senadora Heloísa Helena, apesar de não ter ouvido o pronunciamento, com a tentativa do Senador Saturnino Braga de tentar comparar o atual Presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o estadista, reconhecido por todos os brasileiros da nossa geração, Juscelino Kubitschek.

O Presidente Lula, ao longo de seu governo, tem tentado se comparar com diversas personalidades. Eu acho que ele deve se considerar, Sr. Presidente, Senador Renan Calheiros, o grande messias que veio para resolver os problemas do nosso País.

Sr. Presidente, quero aqui referendar aquilo que foi muito bem dito pelos Senadores Heráclito Fortes e Paulo Octávio. Vimos que o governo do Presidente Juscelino Kubitscheck foi um Governo de plena democracia, que teve de combater duas tentativas revolucionárias - e o fez de forma democrática -, conviveu com os adversários e transformou este País. O meu Estado, hoje, encontra-se ainda na tentativa de subir no patamar de desenvolvimento, mas muito pior estaria se não fosse a visão de estadista de Juscelino Kubitschek de, naquela altura, abrir a Belém-Brasília, que fez com que a região Norte e, principalmente, o Estado do Pará se interligasse ao resto do Brasil, o que era somente feito por via aérea ou via marítima. Fez por via rodoviária, e abriu aquela que era chamada de “estrada das onças”, hoje, reconhecidamente, um eixo de integração da maior importância não só para a região Norte, para o Estado do Pará, mas também para o Brasil.

Então, nós, que lutamos por uma integração nacional em que as regiões ainda em desenvolvimento possam realmente se incorporar ao esforço de desenvolvimento econômico e social dos brasileiros, lastimamos essa comparação por um Governo que nada fez e nada faz para vencer essa situação de inoperância.

No meu Estado - e acho que nos demais Estados brasileiros - não há nenhuma obra do Governo Federal. Eu desafio que se encontre no Estado do Pará uma obra iniciada e terminada pelo Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como acho que não há em nenhum outro Estado brasileiro.

O meu pronunciamento de hoje, Senador Marcos Guerra, Senador Sibá Machado, coincidentemente, era nessa direção. Na propaganda eleitoral do candidato Lula, ele se apodera de obras, algumas inexistentes, como é o caso da Transnordestina, onde esteve lá há pouco, assinando, talvez, um termo de início de serviço. Rodou por seis quilômetros de linha férrea - e o Senador Sibá com certeza reconhece isso - com vagões levados, por via rodoviária, de Fortaleza até o trecho iniciado da Transnordestina, para que ele pudesse colocar na sua campanha eleitoral que a Transnordestina é obra dele. É uma desfaçatez! Não há como. Os paraenses têm a oportunidade de me ver e ouvir pela TV Senado e Rádio Senado, Senador Sibá Machado. É impressionante como o Presidente Lula pode dizer para a Nação brasileira que foi ele quem duplicou a Hidrelétrica de Tucuruí. Não há como se entender um negócio como esse. Deveria haver, Presidente Renan Calheiros, uma legislação que punisse os candidatos “promesseiros” que se comprometessem junto à população, à sociedade brasileira, com promessas - porque não são compromissos, e não cumprissem. Teria de haver algo como uma punição. Pior ainda são aqueles que, como o Presidente Lula, se apoderam de obras que não são suas, que não foram iniciadas no seu governo, e quando muito, foram concluídas nesta gestão, como é o caso da Hidrelétrica de Tucuruí, que ele tão-somente, Senadores Sibá Machado e Wellington Salgado, inaugurou a montagem das últimas turbinas.

Aí verificamos que a população brasileira, eu acho, não está enxergando essa jogada de marketing que está sendo feita; e ela não pode separar o joio do trigo daquilo que é mostrado à Nação como sendo obra do atual Governo.

Realmente, eu lamento. Gostaria até de estar aqui na tribuna, fazendo oposição ao Governo, por ser da base do Partido de Oposição, mas de uma Oposição que pudesse reconhecer algo que tivesse sido feito de avanço para a sociedade brasileira.

Eu digo - e tenho dito aqui até a Senadora Ana Júlia Carepa, do Estado do Pará - que todos os programas deste atual Governo foram iniciados no Governo passado, e só se deu continuidade a eles. Os programas implementados por outros Governos foram só continuados. Eu até brinco com a Senadora Ana Júlia Carepa, digo a ela que só vou referir-me a esses programas pelo seu nome de batismo, ou seja, pela denominação que tinham, quando foram criados no Governo de Fernando Henrique Cardoso. É o caso do Bolsa Família. Então, vamo-nos referir ao Bolsa Escola, ao Vale Gás, que, fundidos e ampliados, deram origem ao Bolsa Família.

O Partido dos Trabalhadores induz a Nação brasileira. Tenho absoluta certeza de que o Brasil quer um momento novo no País, de desenvolvimento, de progresso, de geração de emprego e renda. Ainda no domingo, no programa Fantástico, houve uma declaração, se não me falha a memória, em um município da Bahia, de uma pessoa que queria emprego. Ela não queria esmola, mas uma oportunidade de trabalho para os filhos, que, naquele município, viam apenas a vida passar, sem terem oportunidade de evoluir como cidadãos.

Então, o Bolsa Família precisa ser continuado, não há dúvida disso. Ele não pode ser extinto, até porque começou no Governo passado, mas tem que ser direcionado àquelas pessoas que precisam de um atendimento emergencial, para que possam ter um emprego, gerar renda e, com dignidade, sustentar a sua família.

O Luz para Todos, tão festejado neste Governo, foi iniciado no Governo Fernando Henrique Cardoso como Luz no Campo e apenas continuado por este Governo. Qual é técnica do PT?

(Interrupção do som.)

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB - PA) - Já concluo, Sr. Presidente.

Assume os projetos do Governo passado e faz com que esses projetos rebatizados sejam absorvidos como de autoria dele próprio. Isso não é possível! Não é possível enganar todo o mundo todo o tempo.

Então, eu tenho absoluta certeza de que a Nação brasileira irá refletir sobre aquilo que está sendo mostrado e há de ver que nós precisamos, sim, ter um Governo que coloque este País - ainda, se possível, nesta onda de desenvolvimento internacional - num patamar pelo menos próximo daqueles países que pretendem, como nós, alcançar o nível de Primeiro Mundo, e não ficar disputando índices de crescimento com o Haiti. Ou seja, ao invés de nós estarmos disputando a presença no pelotão principal dos países em desenvolvimento, nós estamos disputando quem vai ficar por último no desenvolvimento nacional. Isso prejudica toda uma geração que pretende, com certeza absoluta, melhores condições de vida.

Se o Presidente me permitir, eu darei um aparte ao nobre Senador Sibá Machado.

Encerrando, quero dizer que essa propaganda que eu diria enganosa que está sendo veiculada há muito tempo - não é de agora - inclusive com verbas vultosas federais, agora, em nível eleitoral, continua na mesma linha de se apoderar de obras e de serviços que não têm nada a ver com este Governo.

No meu Estado, volto a repetir, eu desafio que alguém aponte uma única obra que tenha sido iniciada e tenha sido terminada por este Governo. E, no Brasil, uma obra de vulto que tenha sido iniciada e concluída nesta gestão do Presidente Lula.

Era o que eu tinha a dizer. E agradeço a generosidade do Presidente Renan Calheiros pelo tempo em que foi transcorrido.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/08/2006 - Página 27338