Pronunciamento de Antonio Carlos Magalhães em 23/08/2006
Discurso durante a 139ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal
Apelo em favor da moralidade na administração pública do país e decência nas eleições.
- Autor
- Antonio Carlos Magalhães (PFL - Partido da Frente Liberal/BA)
- Nome completo: Antonio Carlos Peixoto de Magalhães
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
ELEIÇÕES.:
- Apelo em favor da moralidade na administração pública do país e decência nas eleições.
- Publicação
- Publicação no DSF de 24/08/2006 - Página 27384
- Assunto
- Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. ELEIÇÕES.
- Indexação
-
- CRITICA, CAMPANHA ELEITORAL, ESTADO DA BAHIA (BA), PRESIDENTE DA REPUBLICA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), CESSÃO, TEMPO, CANDIDATO, GOVERNADOR, HORARIO GRATUITO, PROPAGANDA ELEITORAL.
- PROTESTO, PRONUNCIAMENTO, ROBERTO SATURNINO, SENADOR, COMPARAÇÃO, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, GOVERNO, JUSCELINO KUBITSCHEK, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA.
- QUESTIONAMENTO, PRONUNCIAMENTO, IDELI SALVATTI, SENADOR, LIDER, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), INEXATIDÃO, DADOS, INFLAÇÃO, COMENTARIO, AUSENCIA, COMPARAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, GOVERNO, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA.
- CRITICA, ATUAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, REUNIÃO, BANQUEIRO, EMPRESARIO, FAVORECIMENTO, ELEIÇÕES.
- QUESTIONAMENTO, NEGAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, INVESTIGAÇÃO, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), CORRUPÇÃO, PAIS, CRITICA, CHEFE DE ESTADO, SOLICITAÇÃO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA SAUDE (MS), ACUSADO, PARTICIPAÇÃO, COMICIO, CAMPANHA ELEITORAL.
- DEFESA, ETICA, ADMINISTRAÇÃO PUBLICA, PERIODO, ELEIÇÕES, PRESIDENTE DA REPUBLICA, AUSENCIA, UTILIZAÇÃO, RECURSOS FINANCEIROS, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), IRREGULARIDADE, ARRECADAÇÃO.
O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, as minhas primeiras palavras são de agradecimento ao nosso Colega que tanto conquista, em pouco tempo, a amizade e o respeito de todos nesta Casa: o Senador Roberto Cavalcanti. S. Exª é uma figura que, realmente, todos nós torcemos para que continue neste Plenário.
Sr. Presidente, estamos diante de uma situação inacreditável: na Bahia, muda-se o candidato sem a Justiça Eleitoral permitir. Jaques Wagner era o candidato e não é mais. O candidato é o Presidente Lula, Sr. Presidente!
Advirto V. Exª para chamar a atenção do nosso Tribunal Superior Eleitoral, composto de gente muito decente, principalmente o seu Presidente, Marco Aurélio, para o fato de que todo programa do PT, do primeiro ao último minuto, é de Lula. Lula faz questão de ser derrotado na Bahia e tirou o seu amigo íntimo. Jaques Wagner desapareceu e aparece Lula de corpo inteiro - coisa que, aliás, não é boa - na televisão, durante todo o tempo.
Em segundo lugar, quero dizer que, se aqui estivesse ontem, eu teria respondido ao Sr. Roberto Saturnino, que agrediu a memória de Juscelino Kubitschek, logo nos 30 anos de sua morte, comparando os ladrões do atual Governo ao Governo Kubitschek. Eu reagiria, com todo vigor, e provavelmente, se V. Exª estivesse aqui, teria de suspender a sessão.
Infelizmente ou felizmente, eu não estava presente, porque eu não poderia permitir isso de um Senador da República com quem não mantenho relações e que talvez não devesse estar aqui, posto que dividiu seu mandato ao meio com o substituto Carlos Luppi, mas não cumpriu. O processo foi ao Conselho de Ética, e não se fez nada!
Uma advertência para quem comete um crime desse, Sr. Presidente, não é o que desejavam fazer comigo em outra época. Quero dizer a V. Exª que não cabe advertência, cabe a perda do mandato. O sujeito, por meio de uma carta, passa metade do seu mandato para seu suplente. E não cumpriu. É algo totalmente diferente.
Tenho procurado tratá-lo convenientemente, sem amor, mas sem ódio. E ele não deveria fazer isso com o Presidente Kubitschek, que tem seu nome gravado no Brasil, enquanto ele não o tem na Prefeitura do Rio de Janeiro, porque, ao contrário, foi a pessoa mais fraca que saiu da Prefeitura do Rio de Janeiro.
Sr. Presidente, acho que é uma vergonha esses números falsos apresentados pela Líder do PT! Eles são falsos, e lê-se no próprio O Globo de hoje: “Lula erra na TV: inflação no seu Governo não é a menor, foi menor no Governo Fernando Henrique”. Esse é um dado; outros foram salientados pelo Senador Heráclito Fortes. Tudo é uma farsa, mas uma farsa que beneficia os poderosos.
Ele, que era um torneiro mecânico, pobre, paupérrimo, que veio em um pau-de-arara, janta hoje - ou jantou ontem - com os milionários do Brasil: os banqueiros; com os empresários maiores deste País, ele janta. E, na véspera da eleição, esses jantares têm um significado diferente!
Vejam bem, não se admite mais caixa dois, e esse jantar tem um significado. Por que só agora? Por que tiveram lucros tão grandes? Por que mentem nos números, como diz bem O Globo? Por que pediu à ONU para não averiguar a situação de corrupção no Brasil antes das eleições? Está aqui: porque se a ONU viesse verificar, diria que nenhum país, nem mesmo os da África, vive uma situação tão grave quanto o Brasil no que se refere à corrupção; corrupção essa que parte do Palácio do Planalto e segue em todos os Ministérios.
Ora, não é sem razão que ele designa um homem do Ministério da Saúde, um da era dos vampiros, dos sanguessugas para representá-lo no evento da sua campanha. Está aqui também. Hoje, ele indica um sanguessuga para isso.
Sr. Presidente, é uma situação grave esta do País! Este Presidente não toma juízo!
O único dado certo que a Senadora apresentou, com certeza, é o de que aumentou o consumo de bebidas no Palácio do Planalto. Quanto a isso, não há dúvida, ninguém duvida, ninguém contesta, até porque ele diz que gosta de tomar seu uísque, seu vinho e sua cachacinha. É o próprio Presidente da República quem o diz! E é uma pena que não digamos isso no nosso programa eleitoral. Aí vai uma crítica ao PSDB e ao PFL, no caso, de não apresentar fatos graves como esse no programa eleitoral.
Defenderei - e não defendi - o governo Fernando Henrique, comparando-o com o de Lula. Não há comparação possível nem em relação aos números, nem em relação à moralidade! Fiz críticas fortes ao governo Fernando Henrique, mas sua honorabilidade nunca poderá ser comparada à do Presidente Lula ou à de qualquer Ministro do Presidente Lula.
Defendo-o aqui e agora, dizendo que estarei pronto, em qualquer trincheira, para lutar pela moralidade pública do Brasil.
Ontem, eu disse aqui - e alguém duvidou - que Lula fez comentários favoráveis ao governo militar brasileiro. Elogiou o General Emílio Garrastazu Médici, que, segundo o jornal - com o que não concordo -, foi quem mais fez repressão militar no País.
Ainda há mais: no auge da ditadura, vivemos um boom de empregos na história deste País, e houve um crescimento de 10% ao ano.
O que dizer de um País que está crescendo apenas 2,5%? É Lula quem o diz: 1970 foi a maior época de empregos, e houve o maior crescimento do PIB brasileiro.
É Lula quem diz que o regime militar teve essas virtudes; e registra outras que, certamente, farei publicar.
Sr. Presidente, cumpro meu dever nesta tribuna, chamando mais uma vez a atenção do Tribunal Superior Eleitoral para o fato de que não se pode mudar candidato a não ser oficialmente. Já tiraram o Jaques Wagner e colocaram o Lula na Bahia. O Governador Paulo Souto pouco se incomodou, porque, com Lula ou Jaques Wagner, ele vai vencer no primeiro turno com uma grande diferença.
Por tudo isso, quero pedir moralidade na administração, decência nas eleições e, sobretudo, que o Presidente da República não se utilize, como certamente vai fazê-lo, de caixa dois, prática que ele tanto condenou, mas que achou natural quando esteve na França. Hoje, ele tem todos os elementos do caixa dois, todos aqueles que respondem a inquéritos, os mais graves, na República, ainda não solucionados, como aqueles do seu Estado-Maior.
Portanto, o Brasil com Lula é uma sede de corrupção do mundo inteiro, é o País mais corrupto que existe no universo.
Muito obrigado!
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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES EM SEU PRONUNCIAMENTO
(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)
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Matéria referida:
“Petista também faz elogios aos militares”, da Folha de S.Paulo.”