Discurso durante a 125ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Debate da extinção do instituto da reeleição.

Autor
João Batista Motta (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/ES)
Nome completo: João Baptista da Motta
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
LEGISLAÇÃO ELEITORAL.:
  • Debate da extinção do instituto da reeleição.
Publicação
Publicação no DSF de 04/08/2006 - Página 26093
Assunto
Outros > LEGISLAÇÃO ELEITORAL.
Indexação
  • ELOGIO, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, PAULO PAIM, CONVITE, VISITA, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES).
  • DEBATE, PREJUIZO, BRASIL, REELEIÇÃO, ESPECIFICAÇÃO, MUNICIPIOS, INTERIOR, DESVIO, GASTOS PUBLICOS, PREFEITURA, UTILIZAÇÃO, MANDATO, CAMPANHA ELEITORAL.
  • CUMPRIMENTO, TASSO JEREISSATI, SENADOR, PRESIDENTE, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), RELATOR, APROVAÇÃO, MATERIA, COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO JUSTIÇA E CIDADANIA.

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sibá Machado, eu gostaria de contribuir com as palavras do Senador Paulo Paim e parabenizá-lo também. Vejo em V. Exª um grande quadro, um grande cidadão brasileiro, um homem que deseja o melhor para este País. Eu gostaria de lhe dar os parabéns por isso tudo e dizer-lhe que o espero no Espírito Santo para uma visita, pois lhe quero mostrar o meu Estado.

Completando o que disse o Senador Paulo Paim com relação à reeleição, nunca vi uma coisa tão terrível e maléfica para o Brasil como esse instituto. Não quero nem me referir ao caso de Presidente e Governadores, mas, principalmente, à reeleição de Prefeitos pelo interior deste País, em Municípios de cinco, 10, 30 ou 50 mil eleitores, que viram feudos.

Imagine V. Exª que quando o Prefeito é eleito e senta-se na cadeira, não está preocupado com mais nada além de trazer para junto de si todos os Vereadores. A partir daí, somente se preocupa com a reeleição. Evidentemente, é reeleito porque está com a máquina na mão, gasta com isso tudo o que a Prefeitura tem no cofre e continua no cargo por mais quatro anos.

Como, no interior do Brasil, os políticos não são profissionais, mas comerciantes, fazendeiros, professores e engenheiros que têm as suas atividades, nesses oitos anos termina a oposição de uma vez. O Prefeito traz tudo para o seu lado. Assim, pode pegar um poste e colocá-lo como candidato que garantirá a eleição desse poste. No entanto, ele não pega um poste, mas uma pessoa da sua algibeira, um secretário amigo que assine tudo o que mandar, e fica por mais quatro anos no cargo - 12, agora. A oposição desaparece no Município. Ele, então, fala: “Garoto, saia da cadeira agora que eu vou voltar.” E fica mais oito! Nunca mais vai haver alternâncias nessas prefeituras. Isso é uma indignidade, uma vergonha.

Quero aproveitar para parabenizar o Presidente do PSDB, Senador Tasso Jereissati, pela força que fez para aprovar hoje, na CCJ, o fim dessa excrescência chamada reeleição.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/08/2006 - Página 26093