Discurso durante a 147ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defesa do trabalho conjunto das polícias no combate ao crime organizado.

Autor
Aloizio Mercadante (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
Nome completo: Aloizio Mercadante Oliva
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EXPLICAÇÃO PESSOAL. SEGURANÇA PUBLICA.:
  • Defesa do trabalho conjunto das polícias no combate ao crime organizado.
Publicação
Publicação no DSF de 06/09/2006 - Página 27993
Assunto
Outros > EXPLICAÇÃO PESSOAL. SEGURANÇA PUBLICA.
Indexação
  • CRITICA, DISCURSO, ARTHUR VIRGILIO, SENADOR, INEXATIDÃO, ACUSAÇÃO, NEGLIGENCIA, GOVERNO FEDERAL, FRONTEIRA, APRESENTAÇÃO, DADOS, ESPECIFICAÇÃO, CRESCIMENTO, ATUAÇÃO, POLICIA FEDERAL.
  • ANALISE, DADOS, POLICIA CIVIL, POLICIA MILITAR, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), INFERIORIDADE, SALARIO, DEMORA, UNIFICAÇÃO, CADASTRO, SEGURANÇA PUBLICA, UTILIZAÇÃO, INFORMATICA, REGISTRO, COLABORAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, LIBERAÇÃO, RECURSOS, REITERAÇÃO, ORADOR, DEFESA, PARCERIA.

            O SR. ALOIZIO MERCADANTE (Bloco/PT - SP. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, vou ser muito breve, apenas um minuto, respeitando a lista de inscrições.

            Eu queria basicamente dizer que, primeiro, em relação à questão da segurança pública, é verdade: temos 17 mil quilômetros de fronteira, um dos países que tem a maior fronteira seca do Planeta, só temos 15 mil homens na Polícia Federal, e temos porque este Governo a ampliou, contratou, motivou e fortaleceu. Nos três últimos anos do Governo Fernando Henrique Cardoso, a Polícia Federal só teve 20 operações e 54 pessoas presas. Nos três primeiros anos deste Governo, foram 2.971.

Só com relação ao tráfico de drogas, foram 750 pessoas presas e 350 toneladas de drogas.

            Mesmo em relação ao combate à arma, acaba de ser preso nesta semana, junto com a polícia do Paraguai, mas num trabalho da inteligência da Polícia Federal, US$1 milhão em armas, fuzis, granadas e equipamentos.

            A Polícia Federal tem sido uma polícia republicana exemplar na sua atuação em todo o território brasileiro. Semana sim, semana não, há uma operação de inteligência bem-sucedida, sem nenhum tiro. Essa operação de combate a essa quadrilha que tinha feito o maior roubo da história do Brasil, o segundo maior roubo internacional, foi uma demonstração da inteligência e do preparo da polícia brasileira, porque foi mais de um ano de investigação. Esperaram todos os criminosos e o chefe da quadrilha chegar, estavam acompanhando e monitorando, tiraram o oxigênio e foram prendendo um a um, mais uma vez, sem nenhum tiro, porque, em todas as operações da Polícia Federal, nenhum tiro foi dado.

            Sr. Presidente, Senador Romeu Tuma, que é da área e tem formação nesse setor, sabe que estou fazendo aqui aquilo que é de direito. As dificuldades da polícia no meu Estado é que a Polícia Civil de São Paulo, constituída de 35 mil homens, tem o segundo pior salário do Brasil hoje. A Polícia Militar tem um dos piores salários do Brasil. Falta investimento na inteligência policial! Temos 6 milhões de impressões digitais cartoriais, 60 milhões de dedos que não estão digitalizados, não estão informatizados. O Estado de São Paulo foi o último Estado a entrar no Sistema Único de Segurança Pública para compartilhar informações, trabalhar em parceria no combate ao crime organizado.

            É por tudo isso, Senador Arthur Virgílio, que foram assassinadas em São Paulo, no último trimestre, 1.741 pessoas.

            Mais do que a guerra do Líbano. Estou falando, portanto, de um tema que está presente de uma forma muito importante. Em todas as famílias, há uma preocupação fundamental.

            Concordo com um único ponto: temos que trabalhar essa questão de forma republicana. Têm que trabalhar em parceria: Município, Estado e União. Temos que trabalhar de forma suprapartidária, e o trabalho da Polícia Federal é uma demonstração do esforço de parceria, da disposição de parceria. O Governo Federal, inclusive, liberou R$100 milhões para o Estado. O Secretário de Segurança do seu Partido dizia que aqueles recursos não estavam liberados e não seriam liberados este ano, e, se fossem liberados, ele renunciaria. O dinheiro está lá. Foi depositado na conta do Estado no mesmo dia em que foram apresentados os projetos. Apresentou o projeto ao Executivo para construção dos presídios, para compra dos equipamentos, o dinheiro foi imediatamente liberado.

            Acho que temos, sim, que tratar, com muita responsabilidade e equilíbrio, esses sistemas, especialmente trabalhar na forma de parceria, mas quero aqui defender o trabalho da Polícia Federal, porque ela hoje é um exemplo de eficiência, de competência, de presença nacional, de atitude republicana, de inteligência policial, que seguramente motiva as forças de todos os Estados.

            Fiz palestra para mais de vinte associações da Polícia Militar e Civil do meu Estado, fiz palestra na Associação dos Delegados da Polícia Civil, e o sentimento todo da Polícia de São Paulo é exatamente a parceria com a Polícia Federal, é trabalhar junto, é buscar esse padrão de inteligência e de eficiência.

            Temos o DHPP, o Denarc, o Deic, a P2. Precisamos integrar a inteligência, trabalhar juntos, porque o crime hoje não tem nem mais fronteiras estaduais, nem nacionais. Por isso, o sistema tem que ser único, tem que ser integrado e tem que ser em parceria. E é isso que vamos fazer em São Paulo e no Brasil.

            O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma. PFL - SP) - Senador...

            O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA) - Pela ordem, Sr. Presidente.

            O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma. PFL - SP) - Senador Líder do PT, eu pediria licença a V. Exª, pelo menos para pedir dois favores: primeiro, a Polícia Federal vem evoluindo. Tenho respeito, fui chefe e acho que a evolução dela continuou. Anterior à minha época, tivemos os meios, e este Plenário deu condições legais para uma atividade de inteligência mais desenvolvida. Penso que o Dr. Paulo Lacerda merece o respeito de todos nós, pela dignidade e pelo respeito com que conduz a polícia.

            Eu queria dizer que, na tribuna, há vários policiais federais, e eu pediria a V. Exª que me ajudasse a devolver as emendas da MP nº 305, que trazem benefícios à Polícia Federal. Seca, retirará vários benefícios. Aproveito para pedir a V. Exª, como Líder, que colabore conosco para que possamos reequacioná-la quando chegar.

            O SR. ALOIZIO MERCADANTE (Bloco/PT - SP) - Minha disposição, é evidente, será de colaboração.

            Peço licença, Senador Arthur Virgílio, porque tenho um compromisso agora às 18 horas e estou em cima da hora. Daqui a uma hora, voltarei para continuarmos esse debate, sempre acalorado e motivador.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/09/2006 - Página 27993