Discurso durante a 146ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem ao ex-Senador Moacyr Dalla, falecido no último dia 20 de agosto, em Colatina/ES. Lamento por não ter sido possível comparecer à homenagem prestada pelo Senado Federal ao ex-presidente Juscelino Kubitschek. Comentários aos pronunciamentos dos Senadores Marcos Guerra e Eduardo Suplicy.

Autor
João Batista Motta (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/ES)
Nome completo: João Baptista da Motta
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA. POLITICA AGRICOLA.:
  • Homenagem ao ex-Senador Moacyr Dalla, falecido no último dia 20 de agosto, em Colatina/ES. Lamento por não ter sido possível comparecer à homenagem prestada pelo Senado Federal ao ex-presidente Juscelino Kubitschek. Comentários aos pronunciamentos dos Senadores Marcos Guerra e Eduardo Suplicy.
Aparteantes
Marcos Guerra, Paulo Octávio.
Publicação
Publicação no DSF de 05/09/2006 - Página 27830
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA. POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, MOACYR DALLA, EX SENADOR, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES), EX PRESIDENTE, SENADO, ELOGIO, VIDA PUBLICA.
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE MORTE, JUSCELINO KUBITSCHEK, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, ELOGIO, GESTÃO, DESENVOLVIMENTO NACIONAL, ESPECIFICAÇÃO, INDUSTRIALIZAÇÃO, CONSTRUÇÃO, RODOVIA.
  • COMENTARIO, DISCURSO, SENADOR, CRISE, INDUSTRIA TEXTIL, INDUSTRIA AUTOMOBILISTICA, ANALISE, DIFICULDADE, CLASSE PRODUTORA, CAMBIO, DOLAR, PREVISÃO, ALTERAÇÃO, POLITICA CAMBIAL, POSTERIORIDADE, ELEIÇÕES, OMISSÃO, CONCORRENCIA DESLEAL, PRODUTO IMPORTADO, PAIS ESTRANGEIRO, CHINA.
  • CRITICA, POLITICA AGRICOLA, PREJUIZO, AGRICULTOR, INFERIORIDADE, PREÇO, EXPORTAÇÃO.

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs Senadores, inicialmente, eu gostaria de agradecer ao Senador Augusto Botelho pela concessão para que eu falasse também nesta hora.

Hoje, desejo prestar uma homenagem a um capixaba de que muito se orgulhou o Espírito Santo e que, infelizmente, faleceu no dia 20 do mês passado, na cidade de Colatina, naquele Estado. Esse capixaba foi o único a presidir esta Casa, o único capixaba, portanto, a presidir o Congresso Nacional em uma hora difícil, em que o País abandonava o período revolucionário. Ele presidiu a sessão que elegeu Tancredo Neves Presidente do Brasil, colocando fim ao período de Governo militar no Brasil.

O Senador Moacyr Dalla se notabilizou em meu Estado não somente pelos grandes feitos como também pelo grande orador que foi. Ele foi um dos grandes senadores deste País porque, honrando o seu mandato, propiciou recursos para que construíssemos a terceira ponte no Estado do Espírito Santo, ligando Vitória a Vila Velha, uma obra que marcou época.

O Senador Moacyr Dalla, atendendo a pedido meu, conseguiu recursos - tinha força como Presidente do Senado - para a duplicação da BR-101 no Município da Serra, meu Município.

O Senador Moacyr Dalla foi um dos mais brilhantes Deputados Estaduais; foi Deputado Federal, Senador da República, e, por fim, Presidente do Congresso Nacional.

O Estado do Espírito Santo sente profundamente a morte dele. Como um dos capixabas beneficiados por Moacyr Dalla, porque muito me ajudou quando Prefeito do Município da Serra - eu o vi ajudando, por demais, o então Governador Gerson Camata, no período de 1983 a 1986 -, quero deixar o meu voto de condolências à família enlutada e dizer que o Estado do Espírito Santo jamais se esquecerá do ilustre capixaba que foi o Senador Moacyr Dalla.

Sr. Presidente,...

O Sr. Marcos Guerra (PSDB - ES) - Senador João Batista Motta, V. Exª me permite?

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Com prazer, Senador Marcos Guerra.

O Sr. Marcos Guerra (PSDB - ES) - Quero também me associar a V. Exª na homenagem que presta ao ex-Senador Moacyr Dalla, que é da minha cidade, Colatina, que muito se orgulha de ter tido nesta Casa um Senador brilhante. Fica aqui também o meu apoio a V. Exª e o meu pedido para associar-me ao seu pronunciamento. Muito obrigado, Senador.

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Muito obrigado, Senador Marcos Guerra.

Sr. Presidente, eu queria também lamentar minha ausência aqui no dia em que foi prestada homenagem ao ex-Presidente Juscelino Kubitschek. Infelizmente, não pude estar presente e lamento não ter trazido a esta Casa alguns dados que conheço da vida do ex-Presidente Juscelino. Mas fica aqui o registro de minha parte, porque não me canso de falar, em todos os rincões por onde ando neste País, não me canso de passar para os meus filhos e os meus netos que Juscelino Kubitschek foi o melhor Presidente que este País já teve. Juscelino foi o homem responsável pela indústria automobilística, por todo o parque industrial brasileiro. Às vezes, setores da imprensa querem dizer que Juscelino Kubitschek teve como principal obra a construção de Brasília. Mas é um engano muito grande, pois Brasília foi uma das menores obras de Juscelino. A maior obra foram as estradas, que saíram de Brasília para todas as capitais brasileiras por meio de um novo sistema viário.

Tivemos a produção de ferro, alumínio, vidro. Tudo o que leva um país ao desenvolvimento, Juscelino deu ao Brasil nos seus quatro anos de Governo.

Sr. Presidente, eu queria também me reportar às palavras do Senador Marcos Guerra. S. Exª referiu-se à situação terrível pela qual está passando a indústria têxtil deste País. Quero também fazer referência ao pronunciamento do Senador Eduardo Suplicy, quando S. Exª pede solução para os desentendimentos quanto à continuação de produção de automóveis em São Paulo.

Senador Eduardo Suplicy, o problema da Volkswagen não é diferente do problema na indústria têxtil, do problema na indústria calçadista, do problema dos produtores de soja, do problema dos produtores arroz ou problemas dos pecuaristas. Não! Todos estão no mesmo barco. Ninguém neste País pode exportar com o dólar a dois reais. Não dá para a Volkswagen nem a Ford nem nenhuma empresa brasileira exportar com o dólar a dois reais. O Presidente Lula sabe muito bem disse, mas Sua Excelência está segurando o dólar para mostrar ao trabalhador, para mentir ao trabalhador que ele está ganhando US$150. Depois da eleição, se for reeleito, Sua Excelência mesmo fará o reajuste.

Outro Presidente naturalmente, vencedor da eleição, fará a mesma coisa. Mas, agora, a manutenção do dólar a dois reais é só para enganar o trabalhador brasileiro, fazendo-o pensar que está ganhando US$150.

E mais, financiando o homem pobre da cidade com a produção do interior, fazendo com que os lavradores, os agricultores de norte a sul do Brasil tenham de vender soja, feijão, carne abaixo do preço porque não têm condições de exportá-los. Com isso, os homens que estão na cidade, que estão na cidade grande, os pobres que estão precisando recebem alimentos a preços mais baixos, mas não são alimentos subsidiados pelo Governo Federal ou pelos governos estaduais. São subsidiados pelo suor, pelas mãos calosas dos homens do interior que estão vendendo os seus produtos abaixo do preço para financiar a campanha do Presidente Lula.

Senador Paulo Octávio, é um prazer ouvir V. Exª. Vi levantado o microfone de V. Exª e entendi que...

O Sr. Paulo Octávio (PFL - DF) - Eu apenas quero cumprimentá-lo pelo seu brilhante pronunciamento, muito apropriado para o momento em que vivemos e principalmente no que se refere ao ex-presidente Juscelino Kubitschek, de que V. Exª é um admirador. Quero realçar sempre, em suas palavras, os seus elogios à gestão Kubitschek. Agradeço-o porque V. Exª faz referência a um grande brasileiro, que merece sempre ser lembrado como um herói do nosso País. Parabéns pelo seu pronunciamento tão apropriado para o momento em que vivemos.

O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Muito obrigado, Senador Paulo Octávio.

Sr. Presidente, peço a colaboração de V. Exª para que eu possa encerrar o meu pronunciamento.

Um amigo, sábado passado, mostrou para outros amigos uma calça, uma camisa e uma bermuda compradas num shopping em Vitória, no Espírito Santo. Os três foram confeccionados, produzidos na China.

            Agora, Senador Eduardo Suplicy, vai haver também a importação de automóveis da China; já há importação dos vagões da China. Então, este País trabalha para gerar emprego lá fora, enquanto, no Brasil, arroz, trigo, estão deixando de ser produzidos. Amanhã, teremos importação também, como já está acontecendo, da Venezuela, para atender Hugo Chávez, e da Bolívia, para atender Evo Morales.

Quem quiser continuar com essa política que continue; quem quiser continuar com essa política, que vote no atual presidente e veja no amanhã o que vai ser deste País, pela irresponsabilidade do Governo Federal.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/09/2006 - Página 27830