O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Marcos Guerra, prezada Líder, Senadora Ideli Salvatti, Srªs e Srs. Senadores, Srs. Visitantes do Senado Federal, muitas pessoas devem estar se perguntando o que eu, Senador Eduardo Suplicy, estou achando dessas lamentáveis denúncias e dossiês publicados nos últimos dias.

Estou triste.

Eu estou na política porque acredito que é possível praticá-la com ética. Acredito que é possível fazer política e ter como objetivo principal a construção de uma nação justa. É possível fazer política sem mentir, sem enganar o povo, sem dar golpes baixos. Acredito que dá para fazer política falando e buscando a verdade, toda a verdade.

Eu acredito nisso.

É assim que tenho agido em toda a minha vida. Vou me empenhar ao máximo para ajudar a esclarecer tudo em mais esse episódio. É muito importante que o PT, que nós, do Partido dos Trabalhadores, a Polícia Federal, o Ministério Público, a CPI e a Justiça Eleitoral se empenhem, com toda a nossa colaboração, para apurar os fatos. Que fatos e informações tão graves eles revelam?

Acho que José Serra e Geraldo Alckmin também devem ser os primeiros a colaborar para a revelação completa da verdade. Isso também vale para todos nós do PT, para o Presidente Lula, para o Senador Aloizio Mercadante e para mim próprio. Todas as pessoas no Brasil, todos nós, o povo brasileiro quer a verdade.

É com ética, com seriedade, com honestidade e com a verdade que, um dia, vamos mudar a sofrida vida do povo brasileiro.

Sr. Presidente, quando aqui houve a votação da sistemática de procedimentos de registro de arrecadação de recursos e das despesas de nossas campanhas eleitorais, defendi, assim como a Senadora Patrícia Saboya Gomes, no dia em que votamos essa matéria, que pudéssemos ter a transparência, em tempo real, tanto das fontes de arrecadação como das despesas de nossas campanhas. O Deputado Chico Alencar, quando era nosso companheiro, apresentou essa idéia como sugestão à Direção Nacional do Partido dos Trabalhadores.

Consistentemente com aquela minha posição, que infelizmente não prevaleceu, resolvi tornar transparente, mesmo antes de 1º de outubro, toda a arrecadação, as respectivas fontes e despesas.

E, Sr. Presidente, qualquer eleitor, qualquer pessoa, poderá acessar o meu site, que é www.suplicy131.com.br. Vou repetir e peço à TV Senado que mostre corretamente para os nossos telespectadores, porque tenho um site do Senado, mas, para efeito da campanha eleitoral, tenho um site específico, de responsabilidade da Glória Di Mônaco, contratada com a responsabilidade pela minha campanha. A despesa para ter esse site, que é da ordem de pouco mais de R$30 mil, também está devidamente registrada junto à Navigators, cuja diretora responsável é a Glória Di Monaco. Então, www.suplicy131.com.br e ali poderão as pessoas analisar todas as receitas e despesas da minha campanha eleitoral, as respectivas fontes. E gostaria até de registrar que eu me sinto honrado de ter entre as pessoas que contribuíram quatro dos maiores juristas brasileiros, como Celso Antonio Bandeira de Mello, Fábio Konder Comparato, Godofredo da Silva Telles e Dalmo de Abreu Dallari, com contribuições que cada um poderá ver ali. Há também contribuições de algumas instituições, inclusive financeiras, de empresas brasileiras. Com cada pessoa com que dialoguei eu disse: “O senhor (ou a senhora) está dando uma contribuição para que eu, no Senado, possa defender o interesse público, nunca qualquer interesse de grupo privado, de grupo econômico”. E as pessoas disseram: “Exatamente por isso, então, quero dar uma contribuição”. E assim o fizeram. Fiz questão de que isso fosse registrado a fim de que se tornasse transparente, no tempo da eleição. Era esse o registro que gostaria de fazer.

Ainda quero fazer uma recomendação ao meu querido amigo que tanto quero ver eleito novamente, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sua Excelência, na última segunda-feira, ao dar uma entrevista à jornalista Mônica Bergamo, mencionou que não recomenda o sistema de reeleição. Prefere que ele não exista mais. Mas agora se sentiu na responsabilidade de ser candidato novamente a fim de assegurar que o Partido dos Trabalhadores continuasse no Governo, na Presidência.

Faço, aqui, uma recomendação. Levando em conta que o Presidente tem a consciência crítica de que quem está no âmbito da Presidência tem mais vantagens na disputa eleitoral, considerando esse aspecto, a minha recomendação ao Presidente é que ele aceite, ainda nos próximos dez dias de campanha, participar de debates pelos meios de comunicação - quem sabe até reunindo todos os meios de comunicação -, uma vez que outros que o haviam convidado não contaram com a presença de Sua Excelência.

A minha recomendação é que ele aceite, ainda no primeiro turno, o debate, dando um exemplo fortíssimo que levaria, inclusive, o candidato José Serra a aceitar participar de um debate com os candidatos Aloizio Mercadante, Orestes Quércia, Plínio de Arruda Sampaio e outros.

            Portanto, eu tenho a convicção...

(Interrupção do som.)

O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - ...de que os candidatos Geraldo Alckmin, Heloísa Helena, Cristovam Buarque e os demais tratariam com o maior respeito o Presidente Lula, e ele seria engrandecido perante o povo brasileiro se resolvesse aceitar este conselho que espero chegue ao Conselho Político da campanha.

Muito obrigado. (Palmas.)