Discurso durante a 159ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Considerações sobre o debate realizado pela Rede Globo, entre os candidatos à Presidência da República. Críticas à ausência do presidente Lula no debate de ontem. Expectativa com relação à origem dos dólares para a compra do dossiê.

Autor
Heráclito Fortes (PFL - Partido da Frente Liberal/PI)
Nome completo: Heráclito de Sousa Fortes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Considerações sobre o debate realizado pela Rede Globo, entre os candidatos à Presidência da República. Críticas à ausência do presidente Lula no debate de ontem. Expectativa com relação à origem dos dólares para a compra do dossiê.
Publicação
Publicação no DSF de 30/09/2006 - Página 29668
Assunto
Outros > ELEIÇÕES. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • CRITICA, AUSENCIA, PARTICIPAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, DEBATE, EMISSORA, TELEVISÃO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), CANDIDATO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, DESRESPEITO, ELEITOR.
  • ANALISE, MOTIVO, AUSENCIA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, DEBATE, APREENSÃO, ENCONTRO, CRISTOVAM BUARQUE, HELOISA HELENA, SENADOR, VITIMA, DEMISSÃO, CARGO PUBLICO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA EDUCAÇÃO (MEC), EXPULSÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).
  • COMENTARIO, TENTATIVA, OPOSIÇÃO, PEDIDO, ESCLARECIMENTOS, CORRUPÇÃO, PAIS, REGISTRO, ORADOR, VISITA, PRESIDENTE, BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN), ACELERAÇÃO, INVESTIGAÇÃO, IRREGULARIDADE, GOVERNO FEDERAL.
  • SUSPEIÇÃO, OMISSÃO, PRESIDENTE, BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN), CORRUPÇÃO, PAIS, QUESTIONAMENTO, ATUAÇÃO, MINISTERIO DA JUSTIÇA (MJ).
  • COMENTARIO, NOTICIARIO, DENUNCIA, NECESSIDADE, RECLAMAÇÃO, OPOSIÇÃO, POSTERIORIDADE, ATUAÇÃO, BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN), INICIO, INVESTIGAÇÃO, ORIGEM, DINHEIRO, AQUISIÇÃO, DOCUMENTO, DIFAMAÇÃO, CANDIDATO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB).
  • QUESTIONAMENTO, ATUAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, ALTERAÇÃO, COMPORTAMENTO, ABANDONO, POVO, BRASIL.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, cheguei essa madrugada do Rio de Janeiro. Como coordenador da campanha de Geraldo Alckmin à Presidência da República, representando o PFL, fui acompanhar o candidato ao último debate promovido pela Rede Globo.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é inadmissível que o Presidente da República deixe de comparecer a um debate como ocorreu ontem.

Desta tribuna, li sobre o encontro de Sua Excelência com seu estado maior de campanha; soube que foi instruído a fazer perguntas, a questionar, a ironizar seus adversários, segundo o BLiG do Tão, o blog do jornalista Tão Gomes Pinto. Foi estimulado a tratar de assuntos pessoais, o que nem sequer estava de acordo com as regras impostas pela Globo e que não tinha a concordância dos coordenadores e dos representantes dos candidatos.

O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva comunicou à Rede Globo sua presença; o assessor indicou 30 nomes da comitiva do candidato que compareceriam e dirigiu-se à Base Aérea de Brasília com viagem programada para o Rio de Janeiro. Assessores engravatados aguardavam Sua Excelência na Base Aérea, onde o Presidente decidiu tomar outro rumo e seguir para São Paulo.

Ir ou não ir a debate é uma decisão individual de cada um. Mas o Presidente Lula desrespeitou o eleitor, o telespectador e, acima de tudo, a organização de uma emissora de televisão que promove debate dessa natureza em nome do aperfeiçoamento da democracia. Além de desrespeito e desatenção, a sua atitude foi, acima de tudo, uma demonstração autoritária de que a opinião pública não merece do mandatário maior da Nação nenhuma explicação, nenhuma satisfação.

A carta remetida e lida pelo jornalista William Bonner nos momentos iniciais do debate é de uma insensatez e leviandade que me leva a crer que tenha sido redigida por aqueles mesmos assessores do Presidente Lula que, na calada da noite, nos hotéis de São Paulo, traficavam dólares e dinheiro para finalidades escusas. Tenho certeza de que não passou pelas mãos hábeis e equilibradas de alguns assessores que ainda lhe restam no Palácio e que, pelo menos até o momento, estão imunes a esses escândalos que se sucedem.

Sr. Presidente, é no mínimo uma piada ver temer a agressão quem, reunido com a sua assessoria, se prepara para agredir. Achar que aquele debate seria palco de atitude dessa natureza é mostrar despreparo. O que faltou a Sua Excelência, o Presidente da República, na condição de candidato, foi a humildade de dizer a verdade ao povo brasileiro, que não teria condições morais de olhar na cara da Heloísa Helena e do Cristovam Buarque.

O menor problema para o Sr. Luiz Inácio era exatamente o seu mais forte concorrente Geraldo Alckmin. O que doía na sua consciência - isso ele não conseguia olhar de frente - era o que havia feito à candidata Heloísa Helena, a quem ele expulsou do partido, e ao candidato Cristovam Buarque, que demitiu de um Ministério, por telefone, quando ele se encontrava em Portugal a serviço do Governo brasileiro. E não o demitiu por irregularidade ou por incompetência, mas pela necessidade de substituí-lo para atender aos anseios de uma Base aliada que atabalhoadamente tentou criar e que foi o nascedouro do mensalão e dos escândalos que se sucederam no seu Governo. Tirou Cristovam Buarque do Governo em um momento em que a sua performance como Ministro da Educação começava a render ao Brasil os melhores frutos e a dar os melhores resultados, mas tinha que substituí-lo para atender aos caprichos da Base aliada. Aliás, com Cristovam, a sua relação começou a azedar logo após os primeiros despachos do Ministro; a Nação brasileira já começava a sentir isso.

O Presidente Lula não gosta de quem lhe leva problema. O Presidente Lula gosta daquela patota que o agrada, que joga futebol na Granja do Torto, que participa das noitadas, dos sururus, dos carurus e dos vatapás. Sua Excelência não gosta do Ministro que lhe mostra a realidade brasileira.

Com Heloísa Helena foi mais grave. Comandou a expulsão de Heloísa Helena tendo como testa-de-ferro o Sr. Delúbio Soares, o Sr. Silvinho Pereira e outros menos votados, exatamente porque Heloísa não quis mudar os seus compromissos com o povo brasileiro. O Presidente não tinha força moral para, diante de todo o Brasil, que assistiu àquele debate ontem, encarar, olho a olho, nem Heloísa Helena nem Cristovam Buarque.

As perguntas que, evidentemente, seriam feitas, iriam doer na sua consciência. O Presidente deveria ter a humildade de mostrar à Nação essa fraqueza. Não deveria ter criado a expectativa de que participaria do debate. Hoje os jornais começaram a dar versões de que o Presidente se irritou com a posição do PFL e do PSDB porque esses dois Partidos procuraram, dentro do regime democrático em que vivemos, esclarecimentos sobre os fatos horripilantes que ocorreram no eixo Cuiabá-São Paulo-Palácio do Planalto. Esse triângulo de vergonha, montado no ambiente dos Vedoin, em Cuiabá, num hotel em São Paulo e nos porões do Planalto, obriga-nos, muitas vezes a contragosto, a procurar a verdade e esclarecimentos não por vontade nem tampouco por alegria, mas, acima de tudo, porque é preciso que preservemos neste País algumas instituições, entre elas, neste caso, o secular Banco do Brasil. A irritação manifestada pelo Sr. Presidente como argumento, resultante de uma suposta ida minha ao Banco Central acompanhando o Presidente do PSDB, Tasso Jereissati, não tem nenhuma razão de ser.

Hoje, Sr. Presidente, acordei, abri os jornais e vi uma coisa que me deixou estarrecido: declarações atribuídas ao Presidente do Banco Central, Sr. Henrique Meirelles. Segundo a notícia, o Presidente do Banco Central, logo após nossa audiência, teria ligado para o Presidente da República e dito-lhe que mantivemos naquela entidade um diálogo ríspido, cobrando, exigindo explicações.

Não quero crer, nem de longe, que essa informação seja verdadeira. Não posso, Sr. Presidente, pensar, sequer, que o Presidente do Banco Central, Sr. Henrique Meirelles, seja um leviano e um mentiroso, porque nas mãos desse cidadão encontram-se segredos, informações privilegiadas que me remetem - sendo verdade essa informação - à conclusão triste de que temos como guardião da moeda deste País um cidadão sem nenhuma qualificação moral para ocupar esse cargo. É triste que se use de subterfúgios dessa natureza para justificar a covardia de um Presidente da República que tinha o dever para com a Nação brasileira de comparecer ao debate democrático, já que se submete à disputa de um segundo mandato.

Ele não pode justificar a sua ausência, a sua fraqueza, com o fato de dois Senadores da República, representando os seus Partidos e cumprindo com seus deveres, procurar saber a verdade. Se isso irritou muito o Presidente, está aí a prova inconteste do desejo do Governo de colocar embaixo do tapete o que a Nação quer saber.

Sr. Presidente, a conversa com o Sr. Meirelles foi a mais civilizada possível. Trocamos idéias, recebemos informações e chegamos a uma conclusão clara de que havia, por parte do Governo, um jogo de empurra, com o objetivo de ganhar tempo.

Causou-me profunda estranheza o fato de o Banco Central estar alheio à maioria dos episódios. Dissemos isso ao presidente, com a maior franqueza, e recebemos dele, na presença de diretores e assessores, sugestões que não vou revelar aqui, por não ser leviano, mas que as circunstâncias poderão levar-me a fazê-lo.

Saí dali com a impressão de que S. Exª procurava cumprir o seu dever, um pouco amarrado na burocracia mas, acima de tudo, pressões que não consegui ainda identificar com mais clareza, vindas de outros setores do Governo, como, por exemplo, do Ministério da Justiça.

Sr. Presidente, as preocupações externadas pelo Senador Tasso Jereissati, corroboradas por mim e por toda a Nação brasileira, foram confirmadas no correr do dia de ontem por meio de nota de uma associação de servidores de delegados da Polícia Federal, que protestam pelos rumos das apurações, pelo uso político da entidade e, acima de tudo, pela vontade de adiar, de levar com a barriga os fatos.

Em nenhum momento, trocamos palavras ríspidas ou desagradáveis com o Presidente do Banco Central. Tanto é verdade que tivemos dele a gentileza e a cortesia de nos levar até o elevador do seu uso privativo e, ali, ficar a nosso lado enquanto o elevador chegava. Não sei a quem interessa informações descabidas, levianas e irresponsáveis dessa natureza. Se o guardião da moeda brasileira deu informações ao Presidente da República com o intuito de fazer média, coitado! Não precisa disso, tem uma biografia que o dispensaria de expedientes dessa natureza. Quero crer que seja mais uma informação atabalhoada dessa desesperada e despreparada assessoria do Presidente da República, com o intuito de envolver o Presidente do Banco Central, uma vez que sabemos que, nessa comandita palaciana, existem também os que odeiam o Sr. Meirelles por sua origem.

Mas, Sr. Presidente, senhoras e senhores, vejam bem: se não tivéssemos tomado a atitude que tomamos ontem, nós e toda a Nação brasileira continuaríamos a viver dúvidas. Até porque os jornais também noticiam que foi após a visita que fizemos ao Banco Central que algumas providências foram tomadas no sentido de esclarecer esse fato.

É preciso que se veja como estranho é tudo isso. Até a data de ontem, da nossa visita, o Ministério da Justiça não tinha comunicado ao Banco Central, nem pedido ao Banco Central providências sobre os fatos. O Presidente do Banco Central mostrou estranheza sobre um episódio passado - o que me causou estarrecimento pela posição que ocupa e não saber -, envolvendo outro diretor do Banco Central em escutas telefônicas.

Mas, Sr. Presidente, imagine se a Oposição brasileira resolve fazer o que o Presidente da República quer: silenciar e colocar debaixo do tapete todos os escândalos? Waldomiro Diniz ainda estaria negociando com bicheiros; aquele rapaz do Ceará estaria transportando dólares na cueca a seu bel-prazer; o Silvinho Pereira, a essa altura do campeonato, teria uma frota de Land Rover; os dólares transportados, segundo notícias e nenhum desmentido, continuariam percorrendo pelo Brasil; a morte de Celso Daniel continuaria como um crime comum; não se saberia de episódios que envolveram também a morte do Toninho do PT em Campinas; o Brasil estaria enganado, porque enganando a todos estaria o Presidente e seu Governo. Aliás, o Presidente foi Oposição e sabe o que é o dever da Oposição. Um dos fatos mais graves e que o atrapalhou foi querer cooptar quem se elegeu pela Oposição para apoiá-lo no Governo. E aí nasceram o mensalão e os escândalos das mudanças partidárias e da traficância de influência, que tanto desgastaram e macularam o Governo e a imagem de um Presidente de origem trabalhadora.

Não pode Sua Excelência querer calar a voz da Oposição e tampouco cercear os seus companheiros de debate, limitando as perguntas às questões da sua conveniência. Não sei com relação aos outros, mas, para o candidato Geraldo Alckmin, o debate ontem serviria para que Sua Excelência, por exemplo, pudesse explicar o porquê do baixo crescimento do Brasil nos últimos quatro anos, o porquê da divergência entre o Banco Central e o Ministro Guido Mantega com relação ao crescimento deste ano.

Os jornais hoje começam a mostrar o porquê do não-investimento do Brasil no setor energético, nos últimos três anos e oito meses, para dar continuidade a um programa de prevenção a possíveis crises energéticas que estão próximas. O seu Partido, que, quando Oposição, criticou tanto o episódio do apagão, vivido no Governo anterior, não teve a capacidade sequer de gerar uma nova unidade de energia no Brasil. Sua Excelência não pode deixar que a Oposição queira o esclarecimento de alguns fatos.

O PT, felizmente para todos, tem a sua arrogância, o seu veio autoritário restrito ao Brasil. Se o Presidente tivesse influência lá fora, imagine o que faria hoje com o correspondente do jornal inglês The Economist, quando, em uma matéria, diz que Lula perdeu o brilho e hoje é liderado por Hugo Chávez. Mostra razões e apresenta argumentos fantásticos. Por menos disso, pelo fato de o Sr. Larry Rohter, jornalista norte-americano, ter escrito artigo dizendo que o Presidente era chegado ao vício de abusar de copos fora do expediente, o autoritarismo do Governo pediu sua expulsão do País.

Sr. Presidente, enquanto isso, os jornais noticiam que a Polícia faz busca em quatro bancos para identificar a origem do dinheiro e seus sacadores. O jornal O Estado de S. Paulo diz com todas as letras: “Banco Central só começa a rastrear dinheiro depois de cobrança da Oposição”. Imagine se a Oposição não cobrasse, não quisesse investigação... Onde é que estaríamos? E aparece um subtítulo segundo o qual, após 14 dias, a Polícia Federal ainda não sabe detalhes sobre a origem do dinheiro.

A manhã do Presidente ontem foi repleta de assessores. Tivemos o seu politburo com disputa de influência. Vários assessores participaram de uma queda-de-braço, uns mostrando a necessidade, outros, a inconveniência da presença de Sua Excelência ao debate. No final da manhã, recebe o seu grande conselheiro, Paulo Okamotto, aquele doador universal, que, às vésperas das eleições, visita o Presidente no Palácio do Planalto.

Pode-se ver no jornal O Globo uma frase do Lula que é “perfeita”: “Aprendi muito em quatro anos”. Aprendeu o quê? Creio, Lula, que você aprendeu nas caminhadas das caravanas da cidadania pelo Brasil afora, ao ver a dor dos seus irmãos nordestinos. Mas o Palácio do Planalto lhe fez mal, porque o afastou da pobreza e da miséria. Você trocou as barcaças, as gaiolas do rio São Francisco, os buracos da Transamazônica que prometeu construir por um jato de R$ 180 milhões, igualzinho ao do Hugo Chávez. Mudou de costume, sofisticou-se, passou a ter um alfaiate de elite para lhe compor nas suas aparições pelo mundo afora. Gostou dos palácios, como naquela viagem inesquecível que fez à Inglaterra, andando de charrete, ao lado da rainha, enquanto o País inteiro pedia explicações sobre a morte de um brasileiro, de Minas Gerais, que foi assassinado no metrô de Londres.

Mas, quando ele diz que mudou muito em quatro anos, não precisa ir tão longe. Quem não se lembra das campanhas passadas, quando o Lula encerrava, de maneira apoteótica, com compositores brasileiros como Wagner Tiso e Chico Buarque de Holanda? Ele mudou. Ontem, Presidente João Batista, ele encerrou com a sinfonia de Beethoven. Vai ver, inclusive, que, nestes quatro anos de mudança, está aprendendo a tocar piano. Espero que seja aquele piano de tecla e não aquele tradicional e constrangedor das qualificações que todos nós sabemos.

O Presidente Lula se aborrece com a posição indormida da Oposição, que representa aqui o pensamento dos brasileiros em querer saber a verdade. E é preciso que saibamos a verdade, porque, por parte do Governo, ela não virá. O que há são versões que querem que aceitemos como a final. Imaginem se nos tivéssemos calado à primeira informação de que seus assessores nada sabiam e nada viram. Que o Sr. Hamilton Lacerda apenas foi procurar uma revista com o intuito de fornecer dados para uma matéria jornalística. Imaginem se tivéssemos aceitado esse argumento. Jornais, televisão mostraram ontem o circuito fechado do hotel onde o Sr. Hamilton entrou e de onde saiu carregando malas de dinheiro. Vindos de onde? Para quê? Para quem? E esse dólar é ilegal? O dólar era para viagem? Quem viajou? Quem chegou? Quem retirou? Não, Senhor Presidente, Vossa Excelência pode deixar de ir a debate que quiser, quantas vezes quiser, pelas suas fraquezas, pela falta de autoridade de enfrentar Heloísa Helena e Cristovam Buarque, mas não jogue as suas fraquezas, o seu fracasso na conta da Oposição.

Vossa Excelência pode ouvir Beethoven, eu continuo fiel ao Rei do baião. V. Exª pode fazer o que quiser, desde que não prejudique nem o povo brasileiro nem os cofres da Nação. Mas Vossa Excelência não tem o direito nem conseguirá calar a voz da Oposição no Brasil, porque ela vai cumprir o seu papel.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/09/2006 - Página 29668