Discurso durante a 158ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem à imprensa brasileira, que tem se destacado na divulgação de detalhes da triste situação por que passa o país. Apelo à população no sentido de que reflita bem antes de votar no próximo domingo. Críticas ao governo Lula.

Autor
João Batista Motta (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/ES)
Nome completo: João Baptista da Motta
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
IMPRENSA. ELEIÇÕES.:
  • Homenagem à imprensa brasileira, que tem se destacado na divulgação de detalhes da triste situação por que passa o país. Apelo à população no sentido de que reflita bem antes de votar no próximo domingo. Críticas ao governo Lula.
Aparteantes
Heráclito Fortes.
Publicação
Publicação no DSF de 29/09/2006 - Página 29601
Assunto
Outros > IMPRENSA. ELEIÇÕES.
Indexação
  • GRAVIDADE, CRISE, POLITICA NACIONAL, EXCESSO, CORRUPÇÃO, ELOGIO, ATUAÇÃO, IMPRENSA, DIVULGAÇÃO, DENUNCIA, INVESTIGAÇÃO, COBRANÇA, PUNIÇÃO.
  • LEITURA, TRECHO, NOTICIARIO, PERIODICO, VEJA, DETALHAMENTO, CORRUPÇÃO, MEMBROS, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), PROXIMIDADE, PRESIDENTE DA REPUBLICA, ESPECIFICAÇÃO, AQUISIÇÃO, DOCUMENTO, TENTATIVA, ALTERAÇÃO, RESULTADO, ELEIÇÃO, GOVERNADOR, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), CALUNIA, JOSE SERRA, CANDIDATO, SUSPEIÇÃO, FALTA, ISENÇÃO, POLICIA FEDERAL, COMENTARIO, ORADOR, RISCOS, REELEIÇÃO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA.
  • CONCLAMAÇÃO, ELEITOR, ATENÇÃO, PRESERVAÇÃO, DEMOCRACIA, COMBATE, CORRUPÇÃO, BUSCA, PROGRAMA DE GOVERNO, DESENVOLVIMENTO SOCIAL, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, REJEIÇÃO, GOVERNO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).

            O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PMDB - ES. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, futuro Vice-Governador desta linda Capital que é Brasília, membro da família Kubitschek, orgulho do País, Srªs e Srs. Senadores, hoje presto uma homenagem à imprensa brasileira, imprensa que às vezes comete enganos, erros, alguns excessos, mas o que seria do País hoje se não fosse a imprensa brasileira?

            Há pouco conversava com o Senador Marco Maciel, que reclamava da demora na tramitação de um projeto de sua autoria que regulamenta a função dos lobistas. Há cinco anos, o projeto tramita nesta Casa em regime de urgência sem que tenha havido uma solução até hoje. Disse ao Senador Marco Maciel que seu projeto está meio fora de moda, porque o lobby já foi o caminho por onde os desonestos caminhavam para se locupletar e tirar dinheiro dos cofres públicos.

            Hoje, com o modernismo petista, a função de lobista saiu da moda. Hoje não se usa mais o lobista ou o empresário para tirar dinheiro dos cofres públicos. Hoje vai-se aos cofres, retira-se o dinheiro e pronto, está acabado. O partido vai ao banco, como foram ao Banco Rural e pegaram os R$50 milhões, e pega o dinheiro - acredito que não pagaram nem vão pagar. Negam, dizem que não houve nenhum empréstimo, mas o que houve foi a proteção do partido da Presidência da República por parte do banqueiro.

            Em todos os escândalos, como o dos Correios, o dos Sanguessugas e o do Mensalão, foi a imprensa a responsável pela descoberta dos fatos e pela publicação dos malfeitos do Governo petista. A imprensa, sempre presente, sempre sábia, sempre competente, busca a verdade, busca a punição para os corruptos, cujo número, infelizmente, hoje é elevadíssimo.

            A revista Veja desta semana traz impressionantes acusações, descobertas. Eu não sei como jornalistas e o pessoal da imprensa de modo geral consegue investigar tão profundamente os fatos e descobrir tantas mazelas, tantos erros e tanta roubalheira.

            A primeira reportagem se refere ao caso daqueles que tentaram fabricar um dossiê para incriminar, segundo eles, alguns tucanos. A revista começa dizendo o seguinte:

Com seus métodos criminosos, o PT lançou o país em uma grave crise política. Às vésperas da eleição presidencial, o partido cometeu uma violência ao tentar influir nos resultados do pleito estadual paulista pela compra e divulgação de um dossiê falso sobre adversários. O crime foi descoberto.

            Pela proximidade dos seus autores confessos e dos suspeitos com a campanha de reeleição do presidente Lula e com a própria instituição da Presidência da República, as conseqüências legais podem ser severas. Entre os trágicos resultados potenciais do crime está até a impugnação da candidatura de Lula. Se isso vier a acontecer, o PT terá feito algo inédito em sua rica trajetória de delinqüências. O próprio partido de Lula terá conseguido impedir a manifestação da vontade popular dos brasileiros que, nas pesquisas, brindam o presidente-candidato com 50% das preferências de voto. Na terminologia do próprio Lula, o PT terá conseguido “melar” as eleições. Que melancólica ironia! 

O episódio é fruto de desgoverno, da colonização do aparelho de estado por militantes petistas contaminados pela notória ausência de ética e moral da esquerda quando esquadrinha a chance de chegar ao poder - e, depois, de mantê-lo a qualquer custo. Sobre essa delituosa sopa primordial paira a figura complacente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele se jacta de ter afastado os amigos, os companheiros de viagem política, ministros e funcionários de alto escalão pegos com a mão na cumbuca.

            E por aí vai a matéria nesta página sobre este assunto.

            Na página seguinte - não dá para ler toda a matéria -, a revista dá destaque e comenta o seguinte:

            O escândalo do falso dossiê revela que os petistas envolvidos fazem parte do círculo íntimo de Lula - e abre uma crise cujo desfecho é imprevisível.

O escândalo do dossiê, no qual uma dupla de petistas foi flagrada comprando por quase 2 milhões de reais um conjunto de denúncias contra tucanos que não valia um centavo, abriu uma crise gravíssima e imprevisível. Gravíssima porque logo se descobriu que os envolvidos têm laços com a campanha reeleitoral do presidente Lula e com a própria instituição da Presidência da República. Do círculo íntimo do presidente, entre confessos e suspeitos, está Freud Godoy, seu segurança pessoal até a posse e depois nomeado assessor especial, que dormia no Palácio da Alvorada nos primeiros meses do governo e tem sala no mesmo andar do gabinete presidencial no Planalto. Também está Jorge Lorenzetti, o churrasqueiro oficial dos domingos na Granja do Torto e tutor informal de Lurian, a filha mais velha de Lula.

Do círculo político, mas nem por isso menos íntimo, está o Deputado Ricardo Berzoini, presidente do PT, e, até a semana passada, coordenador da campanha reeleitoral de Lula, defenestrado pelo escândalo. Está Osvaldo Bargas, amigo dos tempos de militância sindical nos anos 70, responsável pelo capítulo sobre trabalho no programa de governo - e casado com Mônica Zerbinato, secretária particular de Lula.

A crise é também imprevisível nos seus desdobramentos porque, ao revelar laços de tamanha gravidade com a mais alta autoridade da República, joga uma sombra sobre o futuro. O caso está sendo investigado pelo Tribunal Superior Eleitoral e, teoricamente, pode resultar na impugnação da diplomação de Lula, caso seja reeleito, ou estimular a instalação de um processo de impeachment pelo Congresso Nacional - na hipótese de se comprovar que a campanha do presidente cometeu abuso de poder econômico ou político na compra ou montagem do dossiê contra os tucanos. (Veja reportagem na pág.80). “É algo muito, muito pior que Watergate”, chegou a dizer o Ministro Marco Aurélio Mello, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, referindo-se ao escândalo de espionagem de adversários que, nos Estados Unidos, em 1974, levou o presidente Richard Nixon à renúncia.

            A reportagem continua e é longa. Infelizmente, o tempo não dá para relatá-la no todo.

            Virando mais uma ou duas páginas, temos um outro subtítulo: “Os buracos negros do sistema Lula”.

            Nunca um presidente se viu cercado de tanta gente suspeita.

            Em primeiro lugar temos:

O ex-Ministro José Dirceu, que é acusado de ser o chefe de uma quadrilha especializada em desviar dinheiro público e comprar apoio político.

José Genoino, ex-Presidente do PT, que é acusado de avalizar empréstimos que o PT fez junto a Marcos Valério.

Gilberto Carvalho, chefe-de-gabinete pessoal do Presidente Lula. Na CPI dos Bingos pelos irmãos do prefeito assassinado Celso Daniel foi acusado de participar do esquema de desvio de recursos de prefeituras petistas para financiar o caixa dois do partido.

Antonio Palocci, ex-Ministro da Fazenda, que é acusado de violar o sigilo bancário do caseiro Francenildo e de coordenar um esquema de fraudes em contratos municipais quando prefeito.

Delúbio Soares, ex-Secretário de Finanças do PT e tesoureiro da campanha presidencial em 2002, acusado de ser o operador do mensalão.

Sílvio Pereira, ex-Secretário-Geral do PT, acusado de intermediar negócios de empresas junto ao governo em troca de benefícios. Ganhou um jipe Land Rover.

Osvaldo Bargas, amigo do Presidente desde os tempos do Sindicato dos Metalúrgicos e membro do comitê de campanha. Sua mulher é secretária particular de Lula. Ele é acusado de ter coordenado a negociação do dossiê com Lorenzetti.

Jorge Lorenzetti, churrasqueiro preferido do Presidente, coordenava do ‘setor de inteligência’ de sua campanha. É acusado de ser um dos coordenadores da operação de montagem e compra do dossiê.

            E Lula tem-se mostrado constrangido, triste, aborrecido.

            Imagino que ele fica a se perguntar: “Por que tanta gente tola do meu lado? Por que não fizeram tudo isso de maneira que a imprensa não descobrisse?”. Ora, se ele pensa assim, penso eu, quantos crimes nem a imprensa nem esta Casa conseguiram descobrir!

            Freud Godoy, segurança de Lula desde 1989, acusado de ter providenciado dinheiro para a compra do dossiê contra os tucanos.

            Veja bem, providenciou o dinheiro, quase R$2 milhões, Sr. Presidente, quando tivemos, em um passado próximo, um presidente cassado por causa de um escândalo de uma Fiat Elba, que valia apenas uns R$25 mil. Esse valor, hoje, corresponde a mais de 600 Fiats Elba. Isso sem falar nos R$50 milhões do Banco Rural! Isso sem falar no escândalo dos Correios e tantos outros!

Ricardo Berzoini, Presidente do PT, coordenador nacional da campanha de reeleição de Lula. Do que é acusado? De ter autorizado a operação de compra e divulgação do dossiê contra os tucanos.

Hamilton Lacerda, ex-assessor de comunicação da campanha do candidato Aloizio Mercadante ao Governo paulista, acusado de ter contratado a revista IstoÉ para que divulgasse o dossiê.

João Paulo Cunha, ex-Presidente da Câmara dos Deputados, acusado por meio de sua mulher, sacou R$50 mil das contas de Marcos Valério.

Gedimar Pereira Passos, membro do comitê de campanha de Lula, subordinado a Jorge Lorenzetti, acusado de ter comprado, em nome do PT, o dossiê contra os tucanos.

Paulo Okamotto, amigo íntimo de Lula, ex-tesoureiro de campanha e Presidente do Sebrae, acusado de ter pago dívidas pessoais de Lula e sua filha Lurian com dinheiro de origem suspeita.

Duda Mendonça, marqueteiro da campanha de Lula em 2002, que a CPI dos Correios descobriu - e ele confessou -, ter recebido R$10 milhões do caixa dois do PT em uma conta no exterior.

Expedito Afonso Veloso, ex-Diretor do Banco do Brasil, filiado ao PT, trabalhava na campanha de reeleição de Lula, acusado de ter confeccionado o dossiê e tê-lo repassado à família Vedoin.

Luiz Gushiken, Secretário de Assuntos Estratégicos do Governo, acusado de gerir contratos que bancaram o mensalão.

            Virando mais uma página da revista Veja, vemos que inúmeras outras denúncias e acusações foram feitas contra membros do PT.

            Mais à frente nas páginas 71 e 72:

            O guarda-malas do Planalto.

Assessor especial do Presidente Lula envolvido com a compra do dossiê tucano era responsável pela segurança do ex-tesoureiro Delúbio Soares.

O assessor especial do Presidente Lula, Freud Godoy, era, até a semana passada, um ilustre desconhecido. Além de amigo e ex-segurança do Presidente, pouco se sabia sobre suas atividades, a não ser o fato de que era uma espécie de faz-tudo no Palácio do Planalto. Freud Godoy, sabe-se agora, era muito mais que o mordomo de luxo. Apontado como homem encarregado de supervisionar a parte final da operação da compra do dossiê tucano, ele se demitiu. Antes, confirmou que esteve com o ex-policial preso com as malas de dinheiro, mas disse que nada sabia sobre a história do dossiê.

            Eu nunca vi, Senador José Jorge, uma equipe, uma quadrilha tão organizada. Eles não se denunciam, nunca apontam o chefe, nunca dizem de onde veio o dinheiro conseguido.

            Virando mais uma ou duas páginas, depois de inúmeras denúncias:

O churrasqueiro Lorenzetti ajuda a levar a brasa do dossiê para dentro do Planalto.

O negociador do dossiê anti-tucano é um amigo íntimo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva. A confiança do Presidente no catarinense Jorge Lorenzetti, de 54 anos, é tão profunda que ele lhe atribuiu a tarefa de assistir e socorrer sua filha Lurian, que mora em Florianópolis. No campo político, o Presidente conferiu a Lorenzetti a chefia do Núcleo de Informações e Inteligência da sua campanha de reeleição. Nesse cargo, tornou-se um dos comandantes da guerra eleitoral suja do PT”. [Quem está dizendo é a revista.] Na semana passada, ele depôs sobre o caso na Polícia Federal. Como é regra no Partido, eximiu seus superiores de qualquer culpa no episódio. Seu depoimento resguardou Lula e o Presidente do PT, Ricardo Berzoini.

         A matéria continua e é muito extensa. Infelizmente, meu tempo não permite relatá-la toda.

     Sr. Presidente, uma coisa que nos intriga e nos preocupa, nós que sempre tivemos grande respeito pela Polícia Federal. A revista fala o seguinte:

A Polícia Federal finge que investiga, enquanto o PT tenta achar alguém para assumir a titularidade do 1,7 milhão de reais apreendidos.

Em velocidade incomum para os padrões morosos da burocracia brasileira, o Coaf (órgão que fiscaliza movimentações financeiras) forneceu em apenas três dias à Polícia Federal todos os dados bancários de Francenildo Costa, o caseiro que revelara as idas do então Ministro da Fazenda Antonio Palocci à mansão brasiliense na qual seus amigos de Ribeirão Preto faziam negócios.

     Vejam bem: em apenas três dias, tudo se sabia da conta, do dinheiro, tudo o que foi feito, todo o sigilo quebrado, tudo irregularmente, mas de imediato atendido. Quebraram a cara porque não havia negociação nem havia rasteira contra o Ministro Palocci, comandada pela Oposição.

     E se deram mal porque o que havia de errado era devido ao ex-Ministro, por conta dos bacanais feitos naquela mansão e por conta dos negócios espúrios realizados ali. Diz ainda a revista:

Isso foi em março passado, quando interessava ao Governo o uso célere e eficiente dos instrumentos do Estado. Naquela ocasião, os dados bancários do caseiro vazaram ainda mais rápido, numa tentativa do governo petista de desmoralizá-lo. Não se vê tal rapidez e tal publicidade agora, na investigação sobre a origem do 1,168 milhão de reais e dos 248,8 mil dólares usados pelo esgoto sindical do Partido dos Trabalhadores para comprar um dossiê falso contra o candidato do PSDB ao Governo de São Paulo, José Serra. A lógica é apertar o pé no breque, é proteger o Governo de qualquer revelação comprometedora. Como explicou na última sexta-feira, à sua maneira, o Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos: “Não se pode condicionar uma investigação policial à lógica e ao tempo de uma campanha eleitoral. Não se pode prejudicar uma investigação para obter um efeito eleitoral.

De fato, as investigações sobre a origem da dinheirama caminham de forma hermética, lenta e errática. Tão errática que a Polícia Federal chegou a escantear das investigações a equipe dos delegados que prendeu o ex-policial Gedimar Passos e conseguiu obter dele as únicas informações válidas nessa investigação, sem as quais esse escândalo nunca teria sido descoberto - a confissão de que a dinheirama ilegal vinha da Direção Nacional do PT e o envolvimento no caso de Freud Godoy, o assessor especial do Presidente Lula. Desde o afastamento dessa equipe, revelado pela Folha de S. Paulo, a Polícia Federal proibiu a divulgação das imagens do dinheiro apreendido e das gravações do circuito interno do Hotel Ibis, onde as prisões foram feitas. Em entrevista na última sexta-feira, o delegado Edmilson Bruno, um dos policiais escanteados pela Polícia Federal, deu pistas sobre o motivo de seu afastamento. ‘O Gedimar disse que o dossiê era muito maior, envolveria todos os partidos políticos e o próprio PT.

Em nenhum momento o Sr. Gedimar disse que era um dossiê contra o PSDB. Se vocês tiverem acesso aos meus autos, no futuro, verão que ele não fala do PSDB.

Na prática, a Polícia Federal mais esfumaça o cenário do que investiga. Na última sexta-feira, por exemplo, divulgou a blogueiros amigos ter descoberto de onde foi sacado 1 milhão do 1.168 milhão de reais apreendidos. A Polícia Federal teria chegado a tal descoberta”

            Sr. Presidente, vou encerrar por aqui, porque sei que estou sendo muito longo tentando mostrar àqueles que hoje estão assistindo à TV Senado aquilo que pode ser lido e visto na revista Veja.

            O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - V. Exª me permite um aparte?

            O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Perfeitamente, Senador Heráclito Fortes.

            O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - V. Exª na realidade não é longo; V. Exª até que é abreviado. Longos são os problemas que este Governo criou e nós temos que trazer a público da tribuna do Senado. V. Exª está de parabéns pela coragem de abordá-los um a um, fundamentados, mostrando exatamente porque este Governo caiu no descrédito da Nação. Muito obrigado.

            O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Por essa razão, Senador Heráclito Fortes, agradeço a interferência de V. Exª e repito que às vésperas das eleições que ocorrerão no domingo eu faço um alerta ao povo brasileiro. Não é momento para se correr risco, não é o momento para colocarmos em jogo a nossa democracia, conseguida com tanto suor, tanta lágrima e até com o sangue de muitos brasileiros que lutaram para que vivêssemos o momento que estamos vivendo. Suplantamos as crises, como a ocorrida no Governo Collor; suplantamos crises difíceis e temos também de superar as dificuldades de hoje.

            Penso que, para continuarmos no regime democrático combatendo a corrupção e para que neste País partidos não virem quadrilhas, teremos de repensar nossa realidade. O brasileiro tem de repensar e de escolher um candidato que possa trazer-nos esperanças, um candidato que possa mostrar um currículo, que possa mostrar o seu passado, que possa mostrar que está em condições de governar este País e de acabar com a burocracia que o assola, que possa dar-nos uma reforma tributária e uma reforma previdenciária, que possa fazer com que o povo brasileiro tenha saúde e educação, um candidato que possa, pelo menos, recuperar as estradas brasileiras, tão abandonadas, que possa tirar o País do marasmo em que se encontra, que possa dar esperança ao homem do campo, ao agronegócio, aos industriais, aos funcionários públicos, aos velhos e às crianças deste País, que necessitam ver um novo governo, um governo de coragem, um governo que tenha peito para enfrentar os grandes problemas deste País. Por isso, faço, finalmente, um apelo ao povo brasileiro: neste momento, para o bem dos nossos filhos e dos nossos netos, dê um basta a este Governo, que tanto tem desrespeitado o povo brasileiro, que é o Governo do PT que está aí.

            Muito obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/09/2006 - Página 29601