Discurso durante a 160ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Agradecimentos à população pelos votos que o elegeram vice-governador do Distrito Federal. Satisfação com o resultado da eleição para presidente da república, que será decidida no segundo turno.

Autor
Paulo Octávio (PFL - Partido da Frente Liberal/DF)
Nome completo: Paulo Octávio Alves Pereira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES. HOMENAGEM.:
  • Agradecimentos à população pelos votos que o elegeram vice-governador do Distrito Federal. Satisfação com o resultado da eleição para presidente da república, que será decidida no segundo turno.
Publicação
Publicação no DSF de 03/10/2006 - Página 29996
Assunto
Outros > ELEIÇÕES. HOMENAGEM.
Indexação
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, ELEIÇÃO, SUPERIORIDADE, PARTICIPAÇÃO, ELEITOR, REFORÇO, DEMOCRACIA, PAIS.
  • SAUDAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA FRENTE LIBERAL (PFL), INICIATIVA, TRANSFORMAÇÃO, SISTEMA ELEITORAL, REDUÇÃO, DESPESA, CAMPANHA ELEITORAL, ELIMINAÇÃO, PARTICIPAÇÃO, ARTISTA, COMICIO, ERRADICAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO, OBJETO DE USO PESSOAL, ELEITOR.
  • LEITURA, TRECHO, LIVRO, AUTORIA, JUSCELINO KUBITSCHEK, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, IMPORTANCIA, CONSTRUÇÃO, CAPITAL FEDERAL, CONTRIBUIÇÃO, DEMOCRACIA, LIBERDADE, PAIS.
  • AGRADECIMENTO, ELEITOR, VITORIA, CANDIDATO, GOVERNADOR, DISTRITO FEDERAL (DF), DEPUTADO FEDERAL, DEPUTADO DISTRITAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA FRENTE LIBERAL (PFL), PROMESSA, MELHORIA, SITUAÇÃO, CAPITAL FEDERAL, ESPECIFICAÇÃO, REDUÇÃO, DESEMPREGO.
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, SEGUNDO TURNO, ELEIÇÕES, CANDIDATO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), NECESSIDADE, AUMENTO, DEBATE, ESCLARECIMENTOS, PROPOSTA, PROGRAMA DE GOVERNO.
  • ANUNCIO, SOLENIDADE, TOMBAMENTO, RESIDENCIA, TRABALHADOR, CONSTRUÇÃO, CAPITAL FEDERAL, CIDADE SATELITE, DISTRITO FEDERAL (DF).
  • HOMENAGEM POSTUMA, FAMILIA, VITIMA, ACIDENTE AERONAUTICO, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), REGISTRO, NECESSIDADE, URGENCIA, INVESTIGAÇÃO, CENTRO INTEGRADO DE DEFESA AEREA E DE CONTROLE DO TRAFEGO AEREO (CINDACTA), BUSCA, MOTIVO, DESASTRE.

            O SR. PAULO OCTÁVIO (PFL - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador) - Sr. Presidente, Senador Heráclito Fortes, Srªs e Srs. Senadores, hoje, dois de outubro, acabamos de viver uma data histórica neste País, quando tivemos uma eleição geral, uma eleição com a participação de mais de cem milhões de brasileiros que foram às urnas e votaram, eleição transcorrida de uma forma democrática, normal.

                   Quero cumprimentar o nosso Partido, Senador Heráclito Fortes, o PFL, que fez um trabalho bonito, simplificando essa eleição. Foi no PFL que nasceram as mudanças eleitorais que reduziram as despesas de campanha, os showmícios, a distribuição de brindes, de camisetas. Enfim, soubemos fazer uma eleição mais justa, e esta eleição, sem dúvida, foi muito mais limpa, mais justa e mais correta do que as anteriores. Cumprimento o presidente nacional do nosso Partido, o Senador Jorge Bornhausen, que foi um dos responsáveis por essa diminuição dos gastos de campanha aprovada aqui no Senado Federal.

            Hoje, dia 2 de outubro, também é uma data muito especial. Existe uma frase, lida a quem visita o Palácio da Alvorada, que diz:

Deste planalto central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu país e antevejo esta alvorada com fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino.

            Trata-se de um trecho do texto escrito por Juscelino Kubitschek no Livro de Ouro de Brasília no dia 2 de outubro de 1956, em sua primeira visita ao local onde Brasília seria construída. A frase está afixada no Palácio da Alvorada e no Museu da Cidade. Isso foi há exatamente cinqüenta anos, no dia 2 de outubro de 1956.

            O tempo passa e nós, a cada dia, constatamos a importância do Presidente Juscelino, não só na construção de Brasília, mas na democratização, na liberdade do País e principalmente na capacidade de elaborar um projeto, um plano de metas, que foi respeitado do começo ao fim.

            Na semana passada, estive aqui no Senado, com vários pronunciamentos, lembrando a necessidade de o Brasil ter um segundo turno. Parece, Senador Heráclito, que fomos atendidos. O Brasil, os brasileiros concedem ao País a possibilidade de uma disputa eleitoral em segundo turno, entre Geraldo Alckmin e o Presidente Lula.

            O Brasil precisa deste debate, que será fundamental para esclarecer pontos duvidosos, pontos que precisam ser esclarecidos. E nada melhor que um debate transparente, claro, límpido, que certamente vai ocorrer nesse segundo turno eleitoral. O País viverá um momento bonito de democracia, um momento bonito de reflexão sobre o futuro que queremos.

            Era exatamente isso que pregávamos aqui na semana passada.

            Naqueles momentos ninguém acreditava que teríamos segundo turno. Mas eis que, de repente, o povo brasileiro, com a sabedoria que tem, leva a campanha presidencial ao segundo turno, e teremos a possibilidade de acompanhar um embate muito importante para o melhor esclarecimento das duas propostas de governo. O Brasil tem que escolher o seu caminho de futuro e vai escolhê-lo no debate desta campanha presidencial, o debate entre a proposta de Lula e a proposta de Geraldo Alckmin.

            Quero, também, aproveitar para dizer que tivemos, aqui em Brasília, uma vitória bonita do nosso Partido, o PFL, uma vitória no primeiro turno, com a candidatura vitoriosa do Deputado José Roberto Arruda, conseguindo mais de 50% dos votos dos brasilienses.

            Aproveito para, desta tribuna, neste momento, agradecer a todos que confiaram seus votos, que depositaram a sua confiança na nossa chapa.

            É um momento importante para Brasília, que caminha também para o seu cinqüentenário de inauguração. Isso ocorrerá justamente em 21 de abril de 2010. Temos que ter a sabedoria, a inteligência e a força de vontade para transformar esta cidade e prepará-la para o seu grande salto, para o seu grande desafio: adequar Brasília - esta cidade que foi construída, com tanto sacrifício, por todos os brasileiros, que vieram de todos os cantos nessa missão de dar ao Brasil uma nova capital -, prepará-la para completar seus cinqüenta anos e, logicamente, para ter um governo com uma proposta bem elaborada, um plano de metas, o qual fiz questão também, na última semana, de entregar aqui para que fique constando nos Anais do Senado Federal.

            Por sinal, fomos o único candidato que teve esse privilégio de poder entregar, com antecipação, ao Senado Federal o seu plano de trabalho, o plano de metas para o futuro.

            Entendo que, daqui para frente, cada vez mais, a sociedade brasileira vai querer discutir idéias, propostas, projetos. Entendo que os partidos devem preocupar-se muito com isso, até porque, durante algum tempo, o Brasil discutia nomes, discutia um debate muitas vezes personalista. De agora em diante, cada vez mais vamos discutir idéias, projetos, propostas, como acabou de muito bem colocar o Senador Cristovam Buarque, ele que tem uma proposta determinante para o futuro da educação brasileira. Discutir idéias é o que queremos para o futuro.

                   Hoje também, aqui em Brasília, temos um evento muito importante que é o tombamento da velha casa de fazenda do Gama, a qual foi recuperada depois de décadas de abandono e espera. Daqui a pouco, às 15 horas, teremos uma solenidade oficial de entrega do decreto de tombamento do Brasília Country Club, com a presença do médico pioneiro - esse sim, uma figura importantíssima na cidade - Dr. Ernesto Silva e de D. Zenaide, que foram testemunhas da visita de Juscelino ao Planalto Central cinqüenta anos atrás. A casa serviu de alojamento para os primeiros operários que chegaram à região e de apoio para a pista de pouso que foi aberta ao lado.

            É História, e o Correio Braziliense registra com muita competência essa data: 02 de outubro de 1956. Cinqüenta anos depois, aqui estamos neste salão azul do Senado Federal, respirando liberdade e democracia. A cada dia, enche-nos mais de orgulho viver neste País abençoado que é o Brasil. 

            Eu gostaria de aqui fazer minhas as palavras do Senador Heráclito Fortes, quando S. Exª pede que sejam enviados a todas as famílias dos passageiros da Gol votos de condolências, de pêsames, a todas essas famílias. Mais de 150 famílias estão envolvidas nesse fatídico acidente com o avião da GOL que vinha de Manaus para Brasília.

            Quero dizer a todos que hoje tive a oportunidade de fazer uma visita ao Sr. Neném Constantino e falei também com o Sr. Júnior Constantino - uma família de Brasília -, eles que fazem parte da diretoria da GOL, essa companhia que tem prestado um trabalho enorme ao País e que tem tido, nesse momento, uma postura transparente, clara, corajosa. Eles não se furtaram às entrevistas, não se furtaram a ajudar as famílias e querem realmente resolver a questão da forma menos dolorosa para as famílias.

            Entendo que o que aconteceu merece uma reflexão muito grande por parte da Agência Nacional de Aviação Civil, bem como do Cindacta, porque, num espaço aéreo tão grandioso como o do Brasil, num espaço aéreo sem tanto tráfego como o é na região do Cachimbo, é inexplicável uma colisão entre dois aviões. Houve um erro e temos que saber efetivamente quem errou, se foi a torre de controle de Manaus, se foi a torre de controle de Brasília. Como se dá a mesma altitude para dois aviões em rotas convergentes?

            Entendo que temos de saber exatamente o que houve e por que chegamos a um momento de tanta tristeza no Brasil, com o maior acidente de tráfego aéreo do nosso País. É importante um esclarecimento até para a segurança de milhares de pessoas que entram nos aviões todos os dias, até porque no Brasil não se tem, efetivamente, outro tipo de transporte. Já que não temos ferrovias e nossas rodovias estão dilaceradas, o transporte aéreo num país continental como o nosso é fundamental. Por isso, a Agência Nacional de Aviação Civil, cuja criação foi aprovada nesta Casa, tem um papel importantíssimo para o esclarecimento, descobrindo quem errou e punindo, mostrando, efetivamente, que está antenada na solução dos problemas brasileiros. Essa é uma questão grave, que não pode ser escondida.

            A mesma transparência que está tendo a direção da Gol no atendimento à imprensa, às famílias, mostrando a vontade de solucionar o problema é importante que as autoridades também a tenham para, rapidamente, esclarecer o que aconteceu e como foi possível dois aviões se chocarem em pleno ar numa região com tão pouco tráfego aéreo.

            Quero dizer também que tenho certeza de que o PFL de Brasília deu sua contribuição para a festa da democracia que vivemos. Aqui, tivemos a oportunidade de fazer uma união até então desconhecida no Brasil, quando dois candidatos com percentuais de votos semelhantes procuram fazer uma união numa indicação de candidato a governo e vice, dentro do mesmo Partido, uma união por muito tempo questionada, uma união que muitos acreditavam ser impossível. Hoje, posso subir à tribuna e dizer, como Presidente do Partido da Frente Liberal em Brasília, que a união foi vitoriosa. Foi graças a esse esforço, a esse trabalho, a essa dedicação, a esse desprendimento que nós conseguimos chegar à vitória no primeiro turno. Foi uma vitória sem a máquina administrativa do Governo estadual, que estava contrária à nossa candidatura, sem a máquina administrativa do Governo Federal, que também estava contrária à nossa candidatura, sem o apoio das grandes lideranças da cidade. Foi, enfim, uma campanha baseada só no trabalho, em propostas, em projetos, em diálogo com a sociedade, uma campanha vitoriosa graças ao esforço político de entender a necessidade da população brasiliense.

            Nesses últimos anos, percorremos todas as ruas, todas as quadras, andamos por todas as cidades, discutimos com todos os segmentos sociais e com todos os segmentos econômicos as necessidades do futuro. Lançamos, como eu disse há pouco, um projeto, um plano de metas que foi entregue aqui para os Anais do Senado que - isto é que é importante - queremos respeitar, que queremos cumprir na sua integralidade. Assim deve ser o dirigente do futuro, assim deve ser o político amadurecido para os novos tempos que o Brasil tanto requer. O Brasil exige, cada vez mais, do administrador público eficiência, competência, honestidade. Entendo que é isso que a população quer.

            Quero deixar bem claro que vamos fazer um Governo voltado aos mais carentes, aos mais necessitados. O Governo deve voltar seus olhos a uma parcela da sociedade hoje marginalizada. No caso de Brasília, apesar de termos aqui bons indicadores sociais e econômicos, temos também um nível de desemprego muito alto. Chegamos a ultrapassar duzentos mil brasilienses desempregados, fora os desempregados que vivem nas regiões do Entorno da cidade.

            Temos, então, uma situação dramática numa cidade jovem, que não tem indústrias, que não foi vocacionada para ser um grande centro empresarial e industrial, mas que superou as expectativas iniciais e hoje é uma referência na região Centro-Oeste. Eu diria que Brasília é a capital da região Centro-Oeste e é uma cidade que cumpre muito bem não só o seu papel de capital de todos os brasileiros, de capital administrativa do País, como também de uma capital indutora do desenvolvimento de toda a região Centro-Oeste, que abriga brasileiros de todos os cantos. Aqui, temos uma miscigenação muito interessante, com a união de nordestinos, sulistas, cariocas, mineiros. Esta é a sociedade brasiliense, que representa muito bem o Brasil.

            Tivemos, em Brasília, na eleição presidencial, a vitória de Geraldo Alckmin, bem à frente, com 44% dos votos válidos. É uma vitória expressiva, graças ao trabalho do PSDB, do PFL e de parte do PMDB que apóia o candidato Geraldo Alckmin. Tenho certeza de que agora, no segundo turno, vamos intensificar esse trabalho e que, sem dúvida, poderemos dar a Alckmin uma vitória mais ainda forte nesta cidade.

            Sr. Presidente, quero agradecer a cada um dos brasilienses. Tivemos 663 mil votos. É a maior votação para o Governo de Brasília, histórica. Tivemos a oportunidade muito rica de obter a vitória no primeiro turno.

                   Quero dar um abraço no Deputado José Roberto Arruda, novo Governador de Brasília, nosso amigo, e também em todos os Deputados Federais, principalmente no Deputado Fraga e no Bispo Rodovalho, que assumem a partir do ano que vem, eleitos pelo PFL.

            Quero cumprimentar também o Deputado Augusto Carvalho, do PPS, também coligado conosco. Que dar um abraço em cada um dos Deputados Distritais eleitos pelos Partidos coligados pela nossa união por Brasília. Nossa coligação tinha o nome “Amor por Brasília” e foi uma coligação vitoriosa: chegamos a fazer 11 dos 24 Deputados Distritais e 3 dos Deputados Federais.

            Pelo trabalho que tivemos, pelo prazer de termos percorrido todas as ruas da cidade, de termos travado o bom combate, o bom debate, o debate construtivo, quero cumprimentar toda a nossa equipe, todas as pessoas que trabalharam por essa vitória.

            Logicamente, ao terminar minhas palavras, quero agradecer e dedicar este pronunciamento, no dia em que Brasília completa 50 anos da chegada de JK às terras do cerrado, a todos os brasilienses que nos honraram com seus votos. Saberemos respeitar, saberemos dignificar essa votação tão expressiva que obtivemos. Saberemos corresponder à expectativa do povo de Brasília.

            Meus cumprimentos ao meu querido Senador Geraldo Mesquita, que preside a sessão. Meus cumprimentos a todos os Senadores e muito obrigado, Brasília, pela confiança que foi no PFL e em nós depositada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/10/2006 - Página 29996