Discurso durante a 161ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Agradecimentos pelos votos dos eleitores, que habilitaram o candidato Geraldo Alckmin ao segundo turno. Comentários sobre o projeto de lei, de autoria do Senador Jorge Bornhausen, que visa reforçar a legislação das eleições para este ano.

Autor
José Jorge (PFL - Partido da Frente Liberal/PE)
Nome completo: José Jorge de Vasconcelos Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), AMBULANCIA.:
  • Agradecimentos pelos votos dos eleitores, que habilitaram o candidato Geraldo Alckmin ao segundo turno. Comentários sobre o projeto de lei, de autoria do Senador Jorge Bornhausen, que visa reforçar a legislação das eleições para este ano.
Aparteantes
Eduardo Suplicy, Romeu Tuma.
Publicação
Publicação no DSF de 04/10/2006 - Página 30110
Assunto
Outros > ELEIÇÕES. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), AMBULANCIA.
Indexação
  • ANALISE, DIFICULDADE, INICIO, CAMPANHA ELEITORAL, GERALDO ALCKMIN, EX GOVERNADOR, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), DISPUTA, ELEIÇÕES, PRESIDENCIA DA REPUBLICA.
  • REGISTRO, CRESCIMENTO, CANDIDATO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), SUPERIORIDADE, EXPECTATIVA, GARANTIA, REALIZAÇÃO, SEGUNDO TURNO.
  • ELOGIO, PROJETO DE LEI, AUTORIA, JORGE BORNHAUSEN, SENADOR, RELATOR, ORADOR, MELHORIA, LEGISLAÇÃO ELEITORAL.
  • COMENTARIO, RESULTADO, ELEIÇÕES, PRIMEIRO TURNO, COMPROVAÇÃO, VONTADE, POPULAÇÃO, ALTERAÇÃO, POLITICA NACIONAL, EXPECTATIVA, ORADOR, POVO, ESCOLHA, GERALDO ALCKMIN, CANDIDATO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA.
  • REGISTRO, DADOS, COMPARAÇÃO, ELEIÇÕES, PRESIDENTE DA REPUBLICA, AUMENTO, ACEITAÇÃO, CANDIDATURA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB).
  • QUESTIONAMENTO, OMISSÃO, POLICIA FEDERAL, OCORRENCIA, CRIME ELEITORAL, NECESSIDADE, DIVULGAÇÃO, NOME, MANDANTE, ORIGEM, DINHEIRO, AQUISIÇÃO, DOCUMENTO, TENTATIVA, PREJUIZO, CANDIDATURA, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), PRESIDENCIA DA REPUBLICA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), PEDIDO, URGENCIA, INVESTIGAÇÃO.

O SR. JOSÉ JORGE (PFL - PE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é com satisfação que volto hoje depois do primeiro turno da eleição em nosso País. A minha primeira mensagem que quero deixar é exatamente de agradecimento. Iniciamos essa eleição presidencial, o Governador Geraldo Alckmin e eu, em circunstâncias muito difíceis. Estávamos lutando contra um candidato à reeleição, o Presidente Lula, com uma máquina partidária importante, uma das maiores do País, além de tudo uma máquina governamental do Governo Federal.

Começamos a campanha numa situação bastante difícil exatamente porque Lula, além de ser o Presidente em exercício do País, é candidato pela sétima vez. Portanto, trata-se de um nome bastante conhecido em todo o Brasil, enquanto o nosso candidato, Geraldo Alckmin, está concorrendo pela primeira vez. Ele é, desse modo, um nome mais difícil de apresentarmos ao eleitorado.

Entretanto, quando iniciamos a campanha, o Presidente Lula tinha cerca de 60% dos votos válidos; nós tínhamos 25%, Senador Geraldo Mesquita Júnior. A partir de então, em nossa campanha, andando por todo o País e visitando todos os Estados, com apoio dos nossos Governadores e dos candidatos a Deputado e a Senador, fomos, pouco a pouco, crescendo de tal maneira que, na véspera da eleição, já havia um empate técnico em relação às pesquisas divulgadas e, no dia da eleição, conseguimos ir para o segundo turno, que era o nosso grande objetivo.

Sempre soubemos que não poderíamos ganhar a eleição no primeiro turno, porque, como eu já disse, o Presidente Lula, por toda a estrutura que tinha, além de ser candidato pela sétima vez, levava uma grande vantagem. Nós, no entanto, estávamos praticamente iniciando uma campanha com um candidato novo.

Depois da apuração, observamos que o nosso candidato teve, na prática, 40 milhões de votos, uma diferença em relação ao Presidente Lula, que recebeu cerca de 47 milhões, de apenas sete milhões de votos em aproximadamente 100 milhões apurados. Foi, portanto, um resultado muito melhor do que aquele que esperávamos.

Devo dizer que mantivemos elevado o nível de toda a campanha, em nenhum momento baixamos o nível da campanha, e seguimos as regras eleitorais vigentes.

Quero aproveitar inclusive para comentar um pouco o projeto de lei de autoria do Senador Bornhausen, do qual fui relator, que foi aprovado para reforçar a legislação da eleição deste ano. Na época, esse projeto de lei era criticado como se não pudesse dar grande resultado. Mas ele ofereceu uma situação bastante melhor para a eleição. Nesta eleição, as cidades não ficaram sujas; foi uma eleição mais barata; não havia nada pendurado em postes. Quer dizer, foi uma eleição muito mais civilizada.

No dia da eleição, parecia que estávamos, Senador Geraldo Mesquita Júnior - pelo menos em Pernambuco, onde eu estava -, em um país do Primeiro Mundo, na França ou nos Estados Unidos, em que as pessoas iam votar e votavam tranqüilamente.

Então, eu acho que aquele projeto eleitoral ajudou muito. Ainda há muita coisa a fazer, mas aquele projeto ajudou muito e hoje temos uma situação efetivamente muito melhor.

Agora, nós vamos para o segundo turno, Senador Romeu Tuma. Mas vamos para o segundo turno sem que o Presidente Lula seja o favorito. Agora não há favorito. Agora é um contra um e qualquer um dos dois pode ganhar. E o povo brasileiro é que vai decidir.

Antes, havia uma espécie de operação, comandada pelo Palácio do Planalto, para fazer crer ao Brasil que o Presidente Lula já tinha ganho, que a eleição ia ser decidida no primeiro turno, quando, na verdade, víamos que isso não estava certo. Quando líamos o jornal, quando assistíamos à televisão, tínhamos a sensação de que a eleição já estava decidida.

Lembro-me muito bem de que, ao longo de toda a campanha eleitoral, os jornais e a televisão apareciam dizendo coisas como: “Nova pesquisa do Ibope ou do Datafolha divulgada: o Presidente Lula ganha no primeiro turno”. Durante 90 dias tivemos de conviver com essa realidade, o que tirava o entusiasmo da nossa militância. Mas, mesmo assim, continuamos lutando, falando, viajando e colocando nossas propostas, de tal maneira que, às vésperas da eleição, no sábado, apareceu a primeira pesquisa dizendo que havia empate técnico e que, portanto, havia a possibilidade, que se efetivou, de haver segundo turno.

Concedo um aparte ao Senador Tuma.

O Sr. Romeu Tuma (PFL - SP) - Senador José Jorge, apenas peço o aparte para dizer que é muito importante o discurso de V. Exª, que faz uma análise das eleições na vigência da nova legislação. Como diz V. Exª, ela tem de ser aprimorada, mas teve uma validade imensa. Nós, que andamos pelas ruas de São Paulo e pelo interior, tínhamos a impressão de que havia um marasmo, parecia que não havia entusiasmo da população porque não se via aquela movimentação comum nas outras eleições. A legislação promoveu uma alteração bastante grande, mas, no dia da eleição, tudo se transformou: houve presença maciça e poucas abstenções. Ficou claramente evidenciado em vários artigos que hoje os jornais apresentam que os institutos de pesquisa se equivocaram - não sei se erraram, falam muito nos dois por cento para cima ou para baixo. De qualquer forma, não compete a mim analisar, criticar ou vangloriar o que quer que seja, mas uma coisa ficou evidente, Senador José Jorge, candidato à Vice-Presidência: a coragem e a valentia dos senhores mesmo nos momentos angustiantes em que as pesquisas mostravam a dificuldade de se chegar a um segundo turno, os senhores não esmoreceram. Não creio que a militância tenha se entregado à certeza da impossibilidade de um segundo turno ou de uma vitória da situação, acredito que trabalharam. Participei esta manhã de uma reunião em que foram analisados os resultados da eleição. Ficou claro que foram principalmente as regiões agrícolas do norte do País as responsáveis pela vitória de Alckmin, e acredito que tenha sido assim em razão da situação de angústia por que estão passando. V. Exª tem uma visão maior do que a minha, porque analisa os dados todos os dias em reuniões de campanha, mas sei que o caminho está aberto. V. Exª é uma parte importante na arrancada destes 30 dias que se seguirão até a eleição do dia 29. Quero cumprimentar V. Exª e desejar que Deus continue ao lado de V. Exª e de Geraldo Alckmin para que também tenhamos um segundo turno com toda a dignidade e o respeito que caracterizaram o comportamento de nossa coligação no primeiro turno. Gostaria também de cumprimentar o Senador Bornhausen por sua capacidade de gerenciamento e pelo projeto que apresentou, tão bem explicado por V. Exª. Parabéns!

O SR. JOSÉ JORGE (PFL - PE) - Muito obrigado, Senador.

Queremos a verdade. O resultado do pleito de domingo último é o primeiro passo para que a verdade aflore definitiva e inapelavelmente neste País.

Numa eleição em que o Presidente da República já contava que seria reeleito em primeiro turno e em que pesquisas eleitorais realizadas nas vésperas davam diferença de até 15 pontos entre a candidatura de Lula e os votos nos candidatos de Oposição, o Brasil foi confrontado com a verdade de que o País quer mudar.

Por maioria, os brasileiros se opuseram ao sonho de reeleição de Lula. Agora, com a realização do segundo turno, em que somente duas propostas de governo serão expostas à sociedade, com certeza os brasileiros farão uma análise mais acurada dos dois candidatos e optarão pelo mais capacitado e transparente, que é o Governador Geraldo Alckmin.

Diferentemente do pleito de 2002, quando José Serra foi para o segundo turno com Lula tendo conseguido apenas 23,2% e Lula, 46,44%, na atual eleição Geraldo Alckmin teve 41,6% dos votos já no primeiro turno. Serra tinha vencido apenas em Alagoas.

No domingo, Alckmin ficou na frente de Lula em 11 Estados e os candidatos de Oposição tiveram mais votos do que o candidato do PT em 15 unidades da Federação. O Presidente Lula perdeu na Região Sudeste, na Região Sul e na Região Centro-Oeste. Venceu apenas no Norte e no Nordeste.

O resultado das urnas foi acachapante sobre a empáfia do Presidente Lula, que já falava em composição com os partidos aliados e até em governo de coalizão.

Mas o povo, em sua imensa sabedoria, colocou tudo em seu devido lugar, e vamos para o embate eleitoral de segundo turno.

Mas, para que a lisura do processo eleitoral seja plenamente garantida, é necessário que algumas questões fiquem definitivamente esclarecidas. Entre estas dúvidas, destaca-se a definitiva elucidação do crime eleitoral cometido contra a candidatura de Geraldo Alckmin e José Serra.

Não que este fato tenha influenciado grandemente a eleição de domingo último, mas a cortina de fumaça armada pela Polícia Federal deixou no ar dúvida do que estava sendo omitido da sociedade e até que ponto o comitê eleitoral da reeleição estaria envolvido no crime eleitoral.

Passado o primeiro turno, quando o Governo imaginava “quitar a fatura”, a Polícia Federal, que dava indícios de que estava avançada em suas investigações e de que aguardava apenas a reeleição de Lula para divulgá-las, silenciou-se completamente. Passados 18 dias do crime, ainda não sabemos quem são os mandantes, qual é a origem do dinheiro e quem são os envolvidos. E, se não fosse o vazamento de informação da Polícia Federal, até hoje não teríamos visto a “cor do dinheiro”. E a foto tão protegida de fato revelou uma imagem aterradora. Uma montanha de dinheiro sujo que transitava nas mãos de ”meninos aloprados”.

Tenho aqui, Srs. Senadores, uma charge de Chico Caruso, um dos maiores chargistas do Brasil, que foi publicada hoje no jornal O Globo. Nela o Presidente Lula aparece na frente desta montanha de dinheiro, R$1,75 milhão de dinheiro sujo que até agora ninguém sabe onde está nem de onde veio - os amigos do Presidente Lula sabem, e o Presidente Lula deve saber, mas não diz. E aqui está escrito o seguinte: “Diante daquela parede dourada do Alvorada, o Presidente Lula diz: ‘Eu estou convencido de que no segundo turno teremos discussão mais intelectual da proposta’.”

Era um saco de dinheiro! Não tínhamos uma exata dimensão do que seriam quase R$2 milhões até que vimos as fotos. Para juntar tanto dinheiro, um sofrido trabalhador que perceba um salário mínimo, descontada apenas a contribuição previdenciária, gastaria exatos 453 anos. Para dar uma dimensão temporal, esse trabalhador teria de ser conterrâneo de Pedro Álvares Cabral. Esse trabalhador, para ter esse dinheiro todo ganhando salário mínimo, teria de ter chegado aqui junto com Pedro Álvares Cabral, o descobridor do Brasil.

A versão de que a compra do dossiê contra Alckmin e Serra foi iniciativa isolada de “meninos” não é risível. Não é possível acreditar que um partido que se diz falido em 2005, que tem dívidas sendo executadas na Justiça e que demitiu funcionários da sede do partido em São Paulo aumentando um pouco mais as taxas de desemprego deixe nas mãos de “aloprados” quase R$2 milhões.

Por livre e espontânea vontade, membros graduados do Comitê de Reeleição resolveram dar um tiro no pé, utilizando-se de uma bala de R$1,75 milhão. Tudo à revelia da campanha e do candidato Lula. Não é possível que isso aconteça, qualquer um de nós, que é candidato, sabe que é possível até que o comitê eleitoral use R$5 mil ou R$10 mil sem que o candidato saiba, mas R$1,75 milhão é um grave crime eleitoral.

Essa versão é difícil de ser digerida. Não bate com as práticas usuais das campanhas eleitorais no País e no bom senso que parece não existir em quem pretende contá-la com ares de verdade.

Como já tive oportunidade de comentar desta tribuna, se o Presidente Lula tivesse, de fato, interesse em elucidar os fatos, bastava perguntar a seus auxiliares mais próximos. Um dos envolvidos é seu secretário particular, com assento na sala ao lado no Palácio do Planalto, Freud Godoy. O outro, Jorge Lorenzetti, era usuário habitual da churrasqueira da Granja do Torto.

O Presidente Lula, no início do escândalo contra as candidaturas de Alckmin e Serra, tomou a iniciativa de ligar pessoalmente para o assessor Freud Godoy. Por que Sua Excelência amainou seu ímpeto investigativo?

O Senador Aloizio Mercadante também poderia ajudar nesse esclarecimento, já que o “homem da mala”, Hamilton Lacerda, foi funcionário de seu gabinete até a divulgação do crime eleitoral. Uma conversa frente a frente, de chefe para subordinado, será suficiente para trazer tudo à tona, a não ser que não se queira revelar a verdade.

Quero dizer, a propósito, que conheço bem o Senador Aloizio Mercadante deste plenário. Não acredito que S. Exª esteja envolvido nessa questão. Acho que, se isso fosse responsabilidade do comitê de eleição a Governador de São Paulo do Senador Mercadante, isso não seria feito pelos assessores de Lula, envolveria pessoas de São Paulo. As pessoas que foram pegas com dólares são de Brasília, não são de São Paulo. Então, na realidade, acho que houve uma tentativa de incluir e de responsabilizar o Senador Mercadante por esse fato, porque a candidatura dele já estava derrotada, enquanto que a candidatura do Presidente Lula seria vitoriosa no primeiro turno.

Enquanto as pessoas envolvidas e beneficiadas pelo crime não se pronunciam, fica a dúvida: onde está a verdade?

Concedo um aparte ao Senador Suplicy, e ao mesmo tempo, quero me congratular...

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma. PFL - SP) - Eu só pediria que o aparte fosse rápido, porque o tempo de V. Exª já se esgotou.

O SR. JOSÉ JORGE (PFL - PE) - Eu pediria ao Senador Suplicy que fosse rápido, porque eu já ultrapassei bastante o meu tempo, mas não poderia deixar de congratulá-lo...

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma. PFL - SP) - Em homenagem ao Vice-Presidente, podemos conceder a V. Exª mais alguns minutos.

O SR. JOSÉ JORGE (PFL - PE) - ... pela reeleição. V. Exª é Senador por um partido adversário, o PT, mas certamente honra o Senado e sempre tem se colocado ao lado da verdade.

Concedo um aparte a V. Exª.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Senador José Jorge, em primeiro lugar, quero cumprimentar V. Exª e o candidato Geraldo Alckmin da coligação PSDB/PFL pelo resultado alcançado. Na verdade, devemos festejar a democracia brasileira, pois, felizmente, diferentemente de um período passado de três décadas, desde 1989 estamos vivendo um período em que, no Brasil, o povo brasileiro pode escolher o seu Presidente, o seu Governador, Senador, Deputado Federal, Deputado Estadual. Agora, como nunca antes, tivemos 128 milhões de eleitores comparecendo às urnas. Quero dizer a V. Exª que considero correto o seu apelo para que haja a elucidação completa desses episódios relativos ao dossiê. Tenho transmitido à Direção Nacional e à Direção Estadual do Partido dos Trabalhadores, aos presidentes Ricardo Berzoini e Paulo Frateschi, inclusive publicamente, que avalio ser da maior importância que esse assunto seja de vez elucidado e, se possível, nesta semana. Será muito melhor que tenhamos tudo resolvido para que o povo brasileiro e nossos eleitores tenham um período de debates centrado em propostas, a começar pelo debate de domingo na Rede Bandeirantes. Que as emissoras que convidarem tanto o Presidente Lula quanto o ex-Governador Geraldo Alckmin para debates possam transmitir planos para o desenvolvimento sustentado da economia, para melhorar a distribuição da renda, formas de erradicar mais depressa a pobreza absoluta neste País e de como construir, enfim, uma sociedade justa e solidária. Eu espero que seja esse o conteúdo maior do debate entre ambos, mas é claro que a questão ética precisa estar presente. Eu espero, Senador José Jorge, que seja sobretudo o conteúdo das proposições de ambos os candidatos que venha a fazer o povo brasileiro escolher, da forma mais democrática e livre, o nosso Presidente. Quero aqui também externar o meu apelo àqueles que possam contribuir, também no âmbito do próprio PT, para elucidar o episódio o mais rapidamente possível. Igualmente, considero importante que possam José Serra, Barjas Negri, o empresário Abel e os irmãos Vedoin esclarecer o quanto antes se houve dossiê e de que tipo, qual, afinal de contas, era a intenção de pai e filho Vedoin ao fazerem afirmações sobre o Sr. Barjas Negri e sobre o ex-ministro José Serra. Que isso seja inteiramente esclarecido. Fui colega do ex-Ministro José Serra no Senado, por muitas vezes com ele interagi e sei da história de seriedade dele. Tenho certeza de que ele deve ser a primeira pessoa a querer esclarecer qualquer história que porventura tenha ocorrido relativamente àquele dossiê.

O SR. JOSÉ JORGE (PFL - PE) - Agradeço ao Senador Eduardo Suplicy o aparte e quero dizer que concordo com S. Exª: devemos saber isso o mais rapidamente possível, se não for assim, esse tema tomará conta do segundo turno. E o Presidente Lula pode saber isso rapidamente, basta consultar os companheiros que estão envolvidos.

Queremos saber a verdade. Doa a quem doer, a verdade deve vir à tona. E quando soubermos os autores do crime, a meu ver, não restará dúvida quanto ao envolvimento do Partido dos Trabalhadores e do Comitê de Reeleição do Presidente Lula.

Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado.

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/10/2006 - Página 30110