Discurso durante a 161ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Saúda a aplicação da cláusula de barreira que irá auxiliar o futuro Presidente da República no seu relacionamento com o Congresso Nacional. Satisfação com a existência do segundo turno para a consagração do Presidente que for eleito em 29 de outubro.

Autor
Ramez Tebet (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
Nome completo: Ramez Tebet
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES. HOMENAGEM.:
  • Saúda a aplicação da cláusula de barreira que irá auxiliar o futuro Presidente da República no seu relacionamento com o Congresso Nacional. Satisfação com a existência do segundo turno para a consagração do Presidente que for eleito em 29 de outubro.
Aparteantes
Leonel Pavan.
Publicação
Publicação no DSF de 04/10/2006 - Página 30120
Assunto
Outros > ELEIÇÕES. HOMENAGEM.
Indexação
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, CLAUSULA, FIXAÇÃO, NECESSIDADE, OBTENÇÃO, PERCENTAGEM, VOTO, ESTADOS, VIABILIDADE, FUNCIONAMENTO, PARTIDO POLITICO, OBJETIVO, MELHORIA, RELACIONAMENTO, CONGRESSO NACIONAL, PRESIDENTE DA REPUBLICA.
  • REGISTRO, REDUÇÃO, VOTO NULO, ELEIÇÕES, MOTIVO, CONSCIENTIZAÇÃO, ELEITOR, CONTRIBUIÇÃO, REFORÇO, DEMOCRACIA, BRASIL, COMENTARIO, IMPORTANCIA, SEGUNDO TURNO, POSSIBILIDADE, AUMENTO, TEMPO, POPULAÇÃO, ESCOLHA, CANDIDATO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA.
  • SAUDAÇÃO, VITORIA, ELEIÇÕES, EX PREFEITO, CANDIDATO, GOVERNADOR, ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), DEPUTADO FEDERAL, SENADOR, DEPUTADO ESTADUAL, COLIGAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), PARTIDO DA FRENTE LIBERAL (PFL), CONTRIBUIÇÃO, DEFESA, INTERESSE, REGIÃO.
  • REGISTRO, DESPEDIDA, HELOISA HELENA, RODOLPHO TOURINHO, JUVENCIO DA FONSECA, SENADOR, CONGRESSO NACIONAL, CONTRIBUIÇÃO, DEFESA, INTERESSE, ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS).

O SR. RAMEZ TEBET (PMDB - MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, todos nós fizemos campanha dentro das nossas casas, tentando contribuir para um País melhor. E, Sr. Presidente, a Senadora Heloísa Helena me encontrou em minha residência, quando o meu Estado teve a honra de recebê-la.

Senadora Heloísa Helena, V. Exª pôde constatar que eu estava em estado de reflexão por condições da vida. Uma das minhas reflexões é a de que o brasileiro é competente, o brasileiro é sábio. Começamos esta campanha sob o signo do voto nulo e da abstenção. Todos diziam que a história brasileira registraria a maior abstenção da sua vida republicana e falavam da preocupação quanto ao voto nulo. Não existiu uma coisa nem outra, Sr. Presidente. Diminuíram a abstenção e os votos nulos.

Sr. Presidente, a reflexão mais importante que tirei é a de que podemos pensar em muitas reformas políticas no País, como a cláusula de barreira, que vejo com muita alegria, está encaminhada e vai ajudar o futuro Presidente da República no seu relacionamento com o Congresso Nacional. Não haverá necessidade, Senador Antonio Carlos Magalhães, de o Executivo se reunir com duas dezenas de partidos, que não são duas dezenas, mas 40 ou 50 incrustados no partido, com segundas intenções. A cláusula de barreira veio, e isso vai melhorar o diálogo.

Mas, mais do que isso, o que sinto e vejo é que, dessas reformas políticas todas, uma tem de permanecer - pelo menos foi o que senti: é o resultado do que percebi nas ruas, do que percebi no meu Estado de Mato Grosso do Sul. Sabem qual é? A existência de um segundo turno é imprescindível, porque, Sr. Presidente - V. Exª é testemunha disso porque é Corregedor desta Casa -, nunca o Brasil viveu um Estado tão atônito no meio da sua população e, portanto, no seio do seu eleitorado, como viveu nesta campanha eleitoral.

Os fatos se sucediam a cada dia, não a cada semana. A cada 24 horas, tínhamos uma novidade. E o povo tinha de saber a verdade. E, diante de tanta informação, Sr. Presidente, acho que o segundo turno veio fazer bem ao País. É preciso, realmente, dar mais uns dias para o povo brasileiro meditar melhor, para o povo brasileiro perceber as imoralidades que se praticam. Não se suporta e ninguém quer mais essa avalanche com que foram tomados alguns partidos do País e, principalmente, o partido que dava sustentação ao atual Presidente da República.

Não é possível! O Brasil nunca viu as coisas acontecerem dentro da própria Casa, e não ir ninguém para a cadeia. A pessoa é suspensa de uma função, por exemplo, da coordenação da campanha, mas continua na Presidência do partido. Esse é um jogo difícil, Sr. Presidente, e nunca vai valer tanto como agora o segundo turno.

O Presidente que for eleito em 29 de outubro virá mais consagrado, mais ungido pela vontade popular e terá mais condições de dialogar com o Congresso, que já não contará com dezenas e dezenas de partidos políticos, uma vez que a cláusula de barreira vai restringir a menos de dez o número deles.

Mas vim hoje só para fazer uma saudação. Eu queria tanto ser mais atuante na campanha e justamente fiquei impedido disso. Mas tenho orgulho de algo, que quero manifestar a esta Casa e a este País. fiquei no meu Estado, dando minha parcela de contribuição, fazendo o que pude, e vi que, em Mato Grosso do Sul, houve o triunfo da vontade popular, pois se elegeu, esmagadoramente, um homem competente, com mais de 60% dos votos.

Quero dizer àquele que foi Prefeito, por duas vezes, de Campo Grande que lhe será entregue, no próximo ano, se Deus quiser, a bandeira da moralidade cívica, a bandeira do progresso e do desenvolvimento do Estado de Mato Grosso do Sul. Quero, portanto, deixar registrada, nos Anais desta Casa, a vitória da coligação de André Puccinelli para Governador, com Murilo Zauith, do PFL, para Vice-Governador e com a Senadora, Sr. Presidente, que por certo vai encantar esta Casa. Refiro-me à primeira mulher sul-mato-grossense eleita para o Senado da República, a Drª Marisa Serrano, que sei que, vindo para cá, será uma Senadora incansável na defesa dos interesses do nosso Estado e do Brasil.

Mas o que também aconteceu de importante em Mato Grosso do Sul é que elegemos uma bancada de oito Deputados Federais, que vou nominar: Waldemir Moka, Nelson Trad, Geraldo Resende, Vander Loubet, Antonio Biffi, Antonio Ferreira da Cruz, Dagoberto Nogueira e Waldir Neves. Eles vão formar uma bancada também de sustentação em defesa do Estado de Mato Grosso do Sul.

O Sr. Leonel Pavan (PSDB - SC) - V. Exª me permite um aparte, Senador?

O SR. RAMEZ TEBET (PMDB - MS) - Pois não, Senador.

O Sr. Leonel Pavan (PSDB - SC) - Senador Ramez Tebet, primeiro, queria dizer que para nós é sempre uma alegria ouvir V. Exª, não só por sua experiência, mas por tudo que V. Exª transmite a todo homem público: segurança, confiança, transparência. V. Exª é um homem que orgulha a todos os brasileiros. Esse é o sentimento não apenas nosso, mas também dos catarinenses. Fizemos uma coligação em Santa Catarina: o PSDB com o PMDB e com o PFL. V. Exª falou sobre o candidato a Governador eleito, sobre a nossa Marisa Serrano, do PSDB, sobre a grande eleição de Deputados Estaduais, de Deputados Federais e da Senadora, feita por meio de um trabalho forte. Em Santa Catarina, com seu amigo Luiz Henrique da Silveira, por pouco mais de 30 mil votos, não vencemos no primeiro turno. Veja que, dos 293 Municípios, vencemos, parece-me, em 249 Municípios - não me recordo bem - e perdemos em apenas 43 Municípios. Portanto, vencemos em 250 Municípios. Dos 40, elegemos 23 Deputados Estaduais e, dos 16, 11 Deputados Federais, mostrando que a nossa coligação foi firme, forte, com a aprovação popular dos catarinenses. Tenho certeza absoluta de que venceremos no segundo turno, para fazer de Santa Catarina e do seu Mato Grosso do Sul dois Estados pujantes, fortes, que possam gerar mais empregos e continuar sendo exemplos para o Brasil. O seu Estado teve o privilégio de eleger o Governador no primeiro turno, mas, no nosso, confirmaremos Luiz Henrique da Silveira no segundo turno, para mostrar seus projetos inovadores de descentralização. Permita-me também agradecer por falar, no aparte que V. Exª me concede, enaltecendo Luiz Henrique da Silveira, seu amigo, uma pessoa tão querida não apenas pelos catarinenses, mas por muitos brasileiros.

O SR. RAMEZ TEBET (PMDB - MS) - Senador Leonel Pavan, agradeço a V. Exª pelo aparte.

O Sr. Leonel Pavan (PSDB - SC) - Permita-me ainda dizer que elegemos um Senador com quase um 1,8 milhão de votos, fazendo mais do dobro de votos da segunda colocada do PT.

O SR. RAMEZ TEBET (PMDB - MS) - Quero desejar a Santa Catarina todo o êxito. Aquilo que acontece em Santa Catarina interessa a Mato Grosso do Sulaquilo, e aquilo que acontece em Mato Grosso do Sul interessa a Santa Catarina. São dois Estados vocacionados, eu diria, para a mesma direção. Mato Grosso do Sul sempre foi grato a Santa Catarina e ao Rio Grande do Sul pela tecnologia que para lá foi levada pelos irmãos desses dois Estados da Federação, principalmente no setor da agricultura e da pecuária.

V. Exª me faz lembrar que, no meu Estado, tivemos uma sorte imensa: elegemos uma bancada de Deputados Estaduais que será coesa e que estará ao lado do Governador em defesa dos interesses do Estado.

Não posso deixar passar esta oportunidade, Senador Leonel Pavan, Srªs e Srs. Senadores. Eu, que não gosto de despedida, por considerá-la algo que sempre compunge os corações, quero despedir-me, por exemplo, do convívio da Senadora Heloísa Helena e, por meio da sua pessoa, dos representantes de todos os Estados da Federação. Despeço-me do convívio do grande Senador Relator Rodolpho Tourinho, que honrou e ainda honra seu Estado nesta Casa, dando suas brilhantes colaborações às nossas causas. E por que não me referir ao meu Estado, a uma figura que trabalhou bastante por Mato Grosso do Sul? Antes fazê-lo agora, agradecendo-lhe, do que fazê-lo às vésperas do desembarque, em 1º de fevereiro; antes abraçar agora o Senador Juvêncio da Fonseca, por duas vezes, Prefeito de Campo Grande, Senador digno, honrado, que sempre esteve ao nosso lado, em defesa dos interesses de Mato Grosso do Sul. Prefiro fazer isso agora, Senador Juvêncio da Fonseca, a fazê-lo em meados ou quase ao fim do mês de janeiro.

Deus concedeu que o povo, na sua sabedoria, tivesse mais alguns dias para escolher o futuro dirigente do País. Que o faça! Que o faça com desassombro, que o faça com coragem, que o faça pensando nos interesses do Brasil, colocando os interesses da população acima de quaisquer outros interesses. Está na hora de este País crescer, Senador Romeu Tuma. Está na hora de vermos um pouco de nossos sonhos realizados. Está na hora de haver uma união, depois de 29 de outubro, uma união nacional em torno de um projeto de Brasil, comandado pelo Presidente da República que for eleito, mas um projeto de Brasil, um projeto autêntico, um projeto de desenvolvimento nacional. É isso que nós precisamos e é isso por que vamos torcer até chegar o dia 29 de outubro.

Sr. Presidente, muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/10/2006 - Página 30120