Discurso durante a 161ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Saudações ao advento da festa e da procissão do Círio de Nazaré.

Autor
Luiz Otavio (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PA)
Nome completo: Luiz Otavio Oliveira Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. IGREJA CATOLICA.:
  • Saudações ao advento da festa e da procissão do Círio de Nazaré.
Publicação
Publicação no DSF de 04/10/2006 - Página 30153
Assunto
Outros > HOMENAGEM. IGREJA CATOLICA.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, FESTA, SANTO PADROEIRO, IGREJA CATOLICA, REALIZAÇÃO, MUNICIPIO, BELEM (PA), ESTADO DO PARA (PA), MANIFESTAÇÃO, CULTURA, PARTICIPAÇÃO, CRISTÃO, IMPORTANCIA, ATIVIDADE CULTURAL, INCENTIVO, RESPEITO, TOLERANCIA, IGUALDADE, UNIÃO, INEXISTENCIA, VIOLENCIA.
  • CONCLAMAÇÃO, BRASILEIROS, PARTICIPAÇÃO, FESTA, TRADIÇÃO, POVO, ESTADO DO PARA (PA).
  • HOMENAGEM, ARCEBISPO, IGREJA CATOLICA, ESTADO DO PARA (PA), LIDERANÇA, ORGANIZAÇÃO, FESTA, RESPONSABILIDADE, MENSAGEM (MSG), IMPORTANCIA, FAMILIA, SOCIEDADE.

O SR. LUIZ OTÁVIO (PMDB - PA. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs Senadores, novamente, como todos os anos eu faço, venho à tribuna do Senado para saudar o advento da festa e da procissão do Círio de Nazaré, que, como se sabe, é a maior manifestação de religiosidade e de fé cristã do meu Estado do Pará, e talvez de todo o Brasil.

Por meio da participação comovida no Círio de Nazaré, o paraense e o brasileiro reafirmam publicamente sua devoção ao nosso salvador Jesus Cristo e à sua mater dolorosa, a Virgem Maria. Acompanhando, com respeito e admiração, a imagem daquela que teve de sofrer a compreensão de que seu filho estava destinado ao sacrifício em nome da redenção da humanidade, o povo sai às ruas de Belém, numa romaria mística que transforma em espetáculo grandioso a humildade da devoção dos que crêem.

A cada ano que venho a esta tribuna para tentar expressar a força e a importância do Círio, mais uma vez eu fracasso, pois as palavras, pelo menos as que eu tenho escolhido, nunca chegam a representar minimamente a dimensão religiosa, social e cultural daquela autêntica manifestação de nosso povo.

O que talvez mais me impressione, a cada evento anual do Círio de Nazaré, é o espírito de congraçamento de toda a gente, -- espírito que, por assim dizer, penetra e comanda a procissão, fazendo de uma imensa massa humana, de cerca de 2 milhões de pessoas, um grupo pacífico e ordeiro. É digno de nota, - Sr. Presidente, - que, em mais de 200 anos de existência do Círio, não tenha havido nenhum registro de morte por acidente, ou por fogos, ou no trânsito, ou por brigas, ou por quaisquer outros motivos. Numa sociedade tão desigual quanto é a brasileira e a paraense, o rico caminha ao lado do pobre; o elemento branco, ao lado do negro e do índio; o jovem, ao lado do velho; o doutor, ao lado do homem do povo, de poucas letras. Todos vão unidos e seguem em paz. Naquele momento importa somente a fé, a graça da santa, importa a solidariedade que deve existir entre um e outro pecador, ninguém é melhor ou pior do que ninguém. As diferenças exteriores desaparecem para sobressair a unidade fundamental que existe entre todas as pessoas, devido a sua essencial condição humana.

Sr. Presidente, o apogeu do Círio de Nazaré ocorre todo segundo domingo de outubro. A procissão começa na sexta-feira anterior, quando a imagem de Nossa Senhora sai da Basílica de Nazaré, - que, aliás, foi elevada pela Igreja, neste ano, à condição de santuário. Devo passar a dizer, portanto, Santuário de Nazaré.

            Retomando o relato do itinerário da imagem da santa, ela sai do Santuário de Nazaré, no centro de Belém, e segue até a igreja matriz do Município. Já na madrugada de sábado, a santa é conduzida pela multidão até a rodoviária da cidade. De lá vai até o trapiche da Vila de Icoaraci, de onde parte, já de dia, e motiva um dos mais belos espetáculos que já presenciei na minha vida, que é a romaria fluvial, com centenas de barcos enfeitados em cortejo. É verdadeiramente emocionante, - Sr. Presidente.

Singrando as águas da Baía de Guajará, a bordo de um barco repleto de adereços, a santa chega ao cais do porto de Belém. Depois, colocada em um carro, a imagem percorre o caminho que a leva até o Colégio Gentil Bittencourt, e é nesse momento que o Arcebispo de Belém oferece em contemplação, em suas próprias mãos, a imagem ao povo, que a pode ver de perto. À noite, ainda no sábado, dá-se a Transladação para a Catedral, com queima de fogos de artifício, também um lindo evento.

E, finalmente, no domingo, temos o auge da festa: a população praticamente inteira de Belém toma as ruas da cidade. A reverência, a esperança, a boa vontade com o próximo, todos os bons sentimentos que a religiosidade sincera é capaz de evocar nas pessoas parece que se juntam num amálgama de entusiasmo coletivo.

Assim, mais uma vez, em mais um ano, desta privilegiada tribuna do Senado Federal, convido a todos os brasileiros que ainda não tiveram a oportunidade de experimentar o Círio de Nazaré que o façam na companhia amistosa do povo da capital de meu Estado. E aqueles que já o fizeram, que o façam novamente. É motivo de muito orgulho para o povo paraense poder receber seus concidadãos na festa do Círio.

Sr. Presidente, Srªs e Srs Senadores, não poderia encerrar o discurso de hoje sem fazer uma menção à figura carismática e caridosa de Dom Orani Tempesta, monge da Ordem Cisterciense que, desde dezembro de 2004, tem honrado nossa cidade como Arcebispo Metropolitano de Belém.

Pela segunda vez, Dom Orani Tempesta preside a organização da maior festa mística do povo do Pará. Nosso Arcebispo, em pouco menos de dois anos, conquistou a amizade, o respeito e o carinho dos paraenses, que o acolheram de braços abertos e que sempre o festejam.

Vestindo invariavelmente um sorriso nos lábios e um semblante amistoso e sereno, Dom Tempesta é um verdadeiro mensageiro da fé em Cristo, não perdendo jamais uma oportunidade para semear no coração de todos os cristãos o valor primordial que deve ter a família na vida em sociedade.

Era o que eu tinha a dizer na tarde de hoje, Sr. Presidente.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/10/2006 - Página 30153