O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho à tribuna para requerer que conste dos Anais desta Casa discurso em homenagem aos 100 anos de nascimento do deputado Paulo Pinheiro Chagas, passados no dia 1^o de setembro.

Mineiro, de Oliveira, Pinheiro Chagas foi, além de figura estrelar da política e ilustre representante do estado de Minas Gerais neste Congresso Nacional, notável jornalista, escritor e historiador. Isso tudo somado ao dom de ter sido intrépido orador parlamentar, honrando as bancadas mineiras no período de 1951 a 1971. Paulo Pinheiro Chagas conseguiu, como poucos, dedicar-se com devoção aos assuntos da política, do governo, do estado, do Parlamento e, simultaneamente, produzir vasta obra jornalística, literária e no campo da história.

         Oliveira, no centro-oeste mineiro, sempre foi uma cidade onde se exercitou a controvérsia e o debate. A democracia local sempre mostrou lutas políticas duras e acirradas. E foi esse cenário em que nasceu Paulo Pinheiro Chagas, também herdeiro da tradição política de seus familiares.

Cedo deixou Oliveira e foi para Barbacena, onde concluiu o curso ginasial, no Colégio Militar. De lá, partiu para o Rio de Janeiro, graduando-se em Medicina pela Universidade do Brasil. Em Belo Horizonte, foi convidado a integrar a equipe do conceituado médico Pedro Nava, ao mesmo tempo em que lecionava na Faculdade de Medicina de Minas Gerais.

            Assim como Juscelino Kubitschek - de quem foi amigo e colaborador - Pinheiro Chagas deixou a medicina para se dedicar à política. Integrando a militância do antigo Partido Republicano Mineiro (PRM), participou de todos os episódios que marcaram as tumultuadas décadas de 20, 30 e 40, como a Revolução Constitucionalista de 1932.

Em 1934, Pinheiro Chagas fundou o jornal “Debate”, de ideário democrático. Diplomou-se também pela Faculdade de Direito de Minas Gerais, alavanca fundamental de sua carreira política, que perpassou os governos de Getúlio Vargas, JK e Jânio Quadros até os governos militares.

Foi deputado estadual em Minas Gerais e deputado federal na Assembléia Constituinte de 1934. Em 1951, voltou à Câmara dos Deputados, onde permaneceu por 20 anos, já como parlamentar do legendário Partido Social Democrático (PSD). Foi Secretário de Segurança Pública de Minas Gerais, entre 1956 e 1958. Foi eleito líder da Maioria no governo Jânio Quadros e reconduzido no governo João Goulart.

De sua obra literária, destacamos os livros e ensaios, dentre eles, “Esse velho vento da aventura” e “Teófilo Otoni, o ministro do povo”.

Pelo exposto, dou como lido discurso em homenagem a Paulo Pinheiro Chagas, solicitando que se torne parte integrante dos Anais do Senado.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. EDUARDO AZEREDO EM SEU PRONUNCIAMENTO

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

“Discurso em homenagem aos 100 anos de nascimento do Deputado Paulo Pinheiro Chagas.”