Discurso durante a 166ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Manifestação sobre o debate do último domingo, uma demonstração inequívoca de que o Presidente da República deverá ser Geraldo Alckmin, que demonstrou superioridade em relação ao candidato Lula.

Autor
Antonio Carlos Magalhães (PFL - Partido da Frente Liberal/BA)
Nome completo: Antonio Carlos Peixoto de Magalhães
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES.:
  • Manifestação sobre o debate do último domingo, uma demonstração inequívoca de que o Presidente da República deverá ser Geraldo Alckmin, que demonstrou superioridade em relação ao candidato Lula.
Publicação
Publicação no DSF de 11/10/2006 - Página 30645
Assunto
Outros > ELEIÇÕES.
Indexação
  • REGISTRO, VITORIA, GERALDO ALCKMIN, CANDIDATO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, DEBATE, EMISSORA, TELEVISÃO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), CRITICA, INSUFICIENCIA, QUALIFICAÇÃO, CHEFE DE ESTADO, LIDERANÇA, GOVERNO, PAIS.
  • CRITICA, INEFICACIA, POLITICA EXTERNA, GOVERNO FEDERAL, NEGLIGENCIA, SOLUÇÃO, CRISE, PAIS ESTRANGEIRO, BOLIVIA, QUESTIONAMENTO, DECLARAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, DEFESA, GOVERNO ESTRANGEIRO, ESTATIZAÇÃO, RECURSOS NATURAIS, REGIÃO.
  • REPUDIO, INEXATIDÃO, DECLARAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, ACUSAÇÃO, CANDIDATO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), POSSIBILIDADE, PRIVATIZAÇÃO, CAIXA ECONOMICA FEDERAL (CEF), BANCO DO BRASIL, BANCO DO NORDESTE DO BRASIL S/A (BNB), PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), ELIMINAÇÃO, BOLSA FAMILIA.
  • LEITURA, TRECHO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), REGISTRO, DADOS, AUMENTO, DESPESA, CARTÃO DE CREDITO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, SUSPEIÇÃO, UTILIZAÇÃO, IRREGULARIDADE, NOTA FISCAL.
  • CRITICA, CONDUTA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, NECESSIDADE, ESCLARECIMENTOS, ORIGEM, DINHEIRO, AQUISIÇÃO, DOCUMENTO, DIFAMAÇÃO, ADVERSARIO, ELEIÇÕES.
  • COMENTARIO, PROMESSA, CAMPANHA ELEITORAL, GERALDO ALCKMIN, CANDIDATO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, APERFEIÇOAMENTO, AMPLIAÇÃO, BOLSA FAMILIA, REGISTRO, PREVISÃO, VITORIA, ELEIÇÕES, EX GOVERNADOR, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), OBJETIVO, MELHORIA, SITUAÇÃO, PAIS.

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o debate realizado no domingo na TV Bandeirantes, ao qual V. Exª assistiu ao vivo - eu o vi bem na tela - foi uma demonstração inequívoca de que o Presidente da República deverá ser Geraldo Alckmin.

Nunca vi em debate de televisão uma superioridade tão grande em todos os sentidos, do primeiro ao último bloco. Desde o início o público notou que Geraldo Alckmin estava muito melhor preparado, porque está melhor preparado e porque não pode ser comparado ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Era preciso, sim, um debate público para se ver ao final que o Presidente Lula não poderia ser presidente e não poderá ser presidente porque não tem as qualificações indispensáveis para dirigir um país como o Brasil.

Não houve um ponto. O nocaute começou, Sr. Presidente, quando Alckmin perguntou: “De onde vem o dinheiro?”

Atordou-se o Presidente Lula. Aliás, até hoje ninguém sabe de onde veio o dinheiro. Disseram que veio dos Estados Unidos! E a versão de hoje de alguns policiais federais é de que veio do jogo do bicho, levando-se em conta que eram muito pequenas as notas, notas de jogador de bicho. Paira essa dúvida.

Com essa pergunta, que, aliás, o Presidente Lula deveria saber que iria surgir, Lula ficou grogue e, do princípio ao fim, não acertou coisa nenhuma.

Discordo dos Senadores que falaram na sua política externa. É o contrário. Há muito tempo a política externa do Brasil não vem dando certo, mas nunca esteve pior. A luta por um lugar no Conselho de Segurança tem feito o País atravessar situações dificílimas, cedendo coisas a todos os países e sempre sendo derrotado na política externa.

Foi assim com a China; sim, foi! A China lhe negou apoio. Foi assim com a Bolívia. Foi assim até com o Presidente Chávez, para quem o Presidente Lula deita-se para que ele passe por cima. No caso da Bolívia, ele próprio confessou no debate que a Bolívia estava certa e que o Brasil deveria perder bilhões para o povo boliviano, que a Petrobrás tinha de perder - ele confessou.

E mais, Sr. Presidente, a mania que ele tem em relação ao ex-Presidente Fernando Henrique me faz perguntar: por que o Presidente Lula não chama para um debate o Presidente Fernando Henrique? Poderia ser um debate interessantíssimo. Em vez de cobrar do Presidente Alckmin, iria o próprio ex-Presidente Fernando Henrique mostrar que ele Presidente Fernando Henrique é o autor principal da auto-suficiência do petróleo. Ele, nos anos do seu Governo, foi o responsável pela grande subida da exploração do petróleo. Fernando Henrique iria demonstrar que os números que Lula apresenta são falsos, tanto na saúde quanto na educação.

A mentira é o mote principal do Presidente Lula. Mente de forma inacreditável, afirmando que o Governador Alckmin, futuro Presidente da República, vai privatizar a Petrobrás, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e o Banco do Nordeste. Enfim, tudo que não é verdade. E disse claramente que era o PFL e o PSDB quando Alckmin distribui a gravação em que ele diz às rádios: “Presidente do País que mente não merece respeito”.

Alckmin foi até bondoso quando tratou do cartão de crédito. Vejam bem: o cartão de crédito foi criado por Fernando Henrique Cardoso, mas o sigilo do cartão de crédito é obra de Lula. Ele pode dizer que foi José Dirceu, que foi outro, mas foi Lula. E ele não pode exibir os gastos do cartão de crédito, como prova a Folha de S.Paulo de hoje, que publica:

Números oficiais mostram o crescimento nos gastos com cartões nos últimos anos: somaram R$14,1 milhões em 2004; R$21,7 milhões em 2005; e, até agosto deste ano, se aproximavam de R$21 milhões, no total da administração direta.

Ora, Sr. Presidente, sobre o destino de R$3,6 milhões, diz que não são dados, são protegidos por sigilo, nos termos da legislação. Foi ele quem fez a legislação para tornar sigilosos esses dados.

Embora os pagamentos com cartões tenham sido autorizados no final do Governo Fernando Henrique, repito que a regra que impôs o sigilo é de 2003, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.

Nova auditoria do TCU, concluída neste ano, cobrou explicações para os gastos de R$608 mil, em um ano e meio, com bebidas e alimentos “refinados”. Técnicos rastreiam a existência de notas fiscais frias entre os comprovantes de gastos dados pelo Planalto. O resultado deve ser divulgado em novembro.

A Casa Civil informou que aguardará a conclusão da auditoria para se manifestar. Em 2005, a assessoria da Ministra Dilma Rousseff confirmou a existência de notas frias entre os documentos, que comprovam a compra de cartuchos de impressoras para a Presidência por R$3 mil.

Vê-se que cartão de crédito na Presidência da República é um grande perigo. O mínimo que compram é bebidas e refinados, mas há também compras de outras coisas.

O Presidente não pode mostrar. Por que ele não mostra logo hoje? Por que não dizer: está aqui; nós gastamos no cartão de crédito essas coisas - e apontar os itens? Mas ele não faz isso. Ele não tem coragem de fazer isso. Os cartões de crédito estão aí, com despesas pessoais inacreditáveis, e o Presidente da República se vale do sigilo que ele mesmo impôs e não o Presidente Fernando Henrique.

Ah, Sr. Presidente, quantas mentiras e ofensas!

Por que o Presidente não quer explicar esse problema do dossiê? Diz que um dia, daqui a dez anos, isso será apurado. Ora, meus senhores, o Presidente da República, dono da Polícia Federal, amigo pessoal do Ministro Márcio Thomaz Bastos, ainda vai se equivocar querendo ofender a classe de V. Exª, Senador Romeu Tuma, chamando o delegado de porta de cadeia?! É um ato falho do Presidente. Mas os atos falhos de Sua Excelência estão prejudicando o Brasil porque estão levando o País a bancarrota. Este País está economicamente, ao contrário do que se diz, em situação gravíssima, dada a roubalheira, a falta de ética, o mensalão, os sanguessugas e o valerioduto. Esses são os que nós conhecemos. Em qualquer área existe muito mais.

Quantos ministros são trocados, inclusive presidentes e chefes de campanha e presidentes de partido? José Dirceu, Berzoini... Berzoini falou mal de José Dirceu; depois, o caso do dólar na cueca do cunhado do presidente do Partido.

Tudo isso acontece, neste País, e o povo não está sabendo. O que se sabe é que Alckmin, pela mentira de Lula, vai acabar o Bolsa Família, quando vai é aumentar o Bolsa Família. Quero dizer ao Brasil inteiro, principalmente, ao Nordeste, que o Bolsa Família vai ser aumentado no Governo Alckmin. O que vai ser é fiscalizado, porque muita gente que não merece recebe Bolsa Família, e os pobres deixam de recebê-la. Temos que aumentar o valor, porque, na verdade, R$65,00 estão valendo muito, mas ninguém pode dizer que tem três refeições por dia, durante trinta dias, com R$65,00.

Isso é um engodo, e esse povo, principalmente o povo pobre do Nordeste, não pode ficar enganado a vida toda por um Presidente incompetente, que não zela pela honestidade pessoal, nem mesmo pela honestidade dos seus auxiliares.

Todo dia... É o diretor do Banco do Brasil, é o churrasqueiro... Imagine-se um churrasqueiro ter, em ONGs, 17 milhões, e o povo passando necessidade?!

O Freud - e quero repetir, pois houve um equívoco em um dos discursos, que não me refiro ao psicanalista - do Palácio do Planalto, o amigo que passeia diariamente com o Presidente para perder as suas gorduras, que são do bolso povo brasileiro, emagrece andando e engorda roubando. Essa é a situação do País.

Daí por que peço a V. Exªs, meus caros colegas, que façam um grande esforço. Eu tive um insucesso - já disse isso aqui antes de V. Exª, Senador Tião Viana, estar na Presidência -, mas um insucesso não vai me tirar a coragem de lutar para dar a vitória a Geraldo Alckmin no segundo turno, porque não é uma vitória da Bahia, do Nordeste; é uma vitória do Brasil. Já se está verificando o aumento, em todos os lugares, da diferença dos candidatos que estão com Alckmin. Isso vai acontecer também no Nordeste. Pelo menos, vai-se diminuir a diferença. E isso acontecendo, teremos um Governo sério, de homens competentes. Não haverá essa coisa triste que o Brasil enfrenta, que é o Governo do Presidente Lula.

O Presidente Lula se mostrou no debate. Por isso ele fugia. Fugia com razão. É um fujão mesmo! Fugia com razão, Sr. Presidente. Ele não tem como debater.

No próximo debate ele vai agredir de saída para ver se tumultua. Mas até lá o povo estará esclarecido de que o Presidente da República não pode continuar. Se ele continuar, pobre do Brasil. Mas, felizmente, o Brasil vai se reabilitar elegendo Geraldo Alckmin Presidente da República.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/10/2006 - Página 30645