Discurso durante a 166ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Relato da indesejável escalada de mentiras arquitetadas com o propósito de prejudicar a candidatura tucana à Presidência da República. (como Líder)

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES.:
  • Relato da indesejável escalada de mentiras arquitetadas com o propósito de prejudicar a candidatura tucana à Presidência da República. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 11/10/2006 - Página 30661
Assunto
Outros > ELEIÇÕES.
Indexação
  • COMENTARIO, FALTA, ETICA, CAMPANHA ELEITORAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), MANIPULAÇÃO, OPINIÃO PUBLICA, INEXATIDÃO, ALEGAÇÕES, EXTINÇÃO, BOLSA FAMILIA, RETIRADA, ZONA FRANCA, ESTADO DO AMAZONAS (AM), POSSIBILIDADE, PERDA, REELEIÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, REGISTRO, DENUNCIA, MA-FE, PUBLICAÇÃO, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, O ESTADO DE S.PAULO, PERIODICO, VEJA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP).
  • COMENTARIO, DEBATE, EMISSORA, TELEVISÃO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), DIFERENÇA, NIVEL, CANDIDATO, CRITICA, DECLARAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, cheguei esta madrugada de Manaus e tive tempo, a bordo, de conferir o noticiário desses últimos dias.

Já não há dúvida de que o Brasil vive sob uma indesejável escalada de mentiras, arquitetada com o propósito, por sinal inatingível, de prejudicar a candidatura tucana à Presidência da República.

No entanto, essa postura progressiva de armas, cada vez menos ética, numa guerra existente apenas no imaginário petista, prejudica duramente as populações mais pobres do Brasil. Gente simples que agora vive clima de pavor, de medo.

Querem um exemplo? No pequeno Município de Manaquiri, no meu Estado, a população vive sob o espectro desse medo, criado por cabos eleitorais de Lula, que andam mentindo escancaradamente, de norte a sul do Brasil. Suas presas são as pessoas mais pobres.

Em Manaquiri, a ribeirinha Marineuza Pereira Pinheiro disse ao jornal Folha de S.Paulo: “O pessoal está falando que se o Lula perder vão tirar a luz e a bolsa [ela se refere ao Bolsa-Família]. Aí, ficamos com medo”.

Esse “pessoal” a que ela se refere - “o pessoal está falando...” - são os agentes do sistema petista de São Paulo, algo execrável e próprio dos regimes totalitários. O sistema petista de São Paulo é real, existe! E, no momento, prega a cizânia entre os brasileiros. O jornal O Estado de S. Paulo e a revista Veja desta semana estampam dois mapas diferentes, os Brasis, resultado da escalada de impropriedades que aqueles sinistros agentes se dispõem a espalhar. Os agentes de São Paulo devem ter freqüentado cursos de terrorismo. Agem tanto nas pequenas como nas grandes cidades Brasil adentro.

Agora, eles se propõem, criminosamente, a minar as bases da Zona Franca de Manaus. Eis o que o aposentado José Raimundo Lopes, de Andiroba, disse, também à Folha de S.Paulo - certamente uma pessoa de boa fé, contrastando com a má-fé do Presidente Lula e dos seus agentes de informação:

“Tenho fé que ele (Lula) vai ganhar. Esse outro (Alckmin) vai tirar a Zona Franca de Manaus; vi isso na televisão. Não voto nele é nunca.”.

Eu pergunto: existe mentira maior? Será que vou ser contraditado por alguém? Alguém vai dizer algo em defesa? Alguém vai argumentar ou haverá silêncio por parte dos que representam o Governo nesta Casa? Vale a pena alguém tentar se eleger mentindo?

Afora isso e todo o desserviço dos agentes petistas, a peta mais presente é a de que Alckmin, se eleito, vai acabar com o Bolsa-Família, tirar a energia elétrica e fechar as escolas.

Lamento, profundamente, esses desvãos do PT. Não há registro de nada igual na história política brasileira.

Tudo isso ocorre por outro medo. Não o medo que toma conta das populações pobres, vítimas da mentira. O medo é outro. É o medo que os petistas - e eu não quero ser injusto -, que certos petistas têm de uma derrota.

Há outros fatos que explicam o temor petista.

O desnível entre Alckmin e Lula no debate da Band explica, por exemplo, o frenesi do Presidente, que só após a noite do domingo se recompôs do susto de enfrentar o candidato tucano.

Ontem, Lula retomou seu habitual estado de delirante excitação e derramou impropérios que não ficam bem para um Presidente.

Recolho as palavras com que, desesperado, Lula supõe atingir Alckmin: “Alckmin se comporta como cidadão do samba de uma nota só”, “Alckmin se comportou como um ‘delegado de porta de cadeia’” - já falei sobre isso ainda há pouco.

O Presidente começa errando e agride os delegados de Polícia de todo o Brasil. Não há delegado de porta de polícia! Delegado é o guardião da cadeia. O ditado popular menciona “advogado de porta de cadeia”.

Lula, no fundo, tentou, freudianamente, falar mal dos delegados - seu governo não pode gostar de delegados - e, arrogantemente, insultar os advogados menos aquinhoados pela sorte, com banca mais modesta.

E mais: “Alckmin é arrogante, pedante, que fala com o nariz em pé, como se tivesse mais autoridade que os outros.” Mais ainda: “Alckmin parecia uma velha sanfona quebrada que só faz o mesmo som.” E mais: “Alckmin é o candidato das elites.”

Lula pode falar o que quiser. A Nação sabe que suas palavras não formam frases corretas; formam, no máximo, palavreados chochos, sem suco, secos, sem miolo, sem grão; engelhados, ocos, fúteis, vãos, tolos, tontos, simplórios, enfraquecidos, débeis. Enfim, o que Lula fala é goro, o ovo choco, aquele que falhou.

Não faço essas comparações com gosto nem com alegria. Faço-as lamentando que quem anda destrambelhado e se põe a esse tipo de adjetivação seja nada mais, nada menos do que o Presidente da República Federativa do Brasil. O mesmo que agora quer se reeleger à custa de uma postura inadequada para o mais alto posto da Nação.

Infelizmente, como trombeteiro, Lula se coloca no lugar do sem graça, sem espírito, sem sal, insípido, o insulso Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente do Brasil até 31 de dezembro, por concessão nossa. Presidente, eu repito: por concessão nossa. Tivéssemos nós o espírito golpista do PT, teria saído antes e não exatamente por razões golpistas, até porque fraude e corrupção o seu Governo praticou à farta aos olhos de uma Nação perplexa. Portanto, Presidente da República até 31 de dezembro e nem mais um dia.

O PT acha que pode iludir o povo brasileiro com essa tática de inspetor de quarteirão. Equivoca-se.

Lula, coitado, faz pena e merece certa comiseração. Não é equívoco o que ele diz. Não é mesmo! Ele, simplesmente, não sabe o que diz e vacila mesmo quando lê o que escrevem no Planalto para ele recitar.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/10/2006 - Página 30661