O SR. AELTON FREITAS (Bloco/PL - MG. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Papaléo Paes, Srªs e Srs. Senadores, é com muita alegria e consciente da enorme responsabilidade a mim imposta que, neste momento, venho fazer uso da tribuna do Senado Federal para agradecer, de todo o coração, a confiança dos mais de 85 mil mineiros que votaram em mim nessa eleição.

            Em tempo, agradeço a dois deles que se fazem presentes na Tribuna de Honra do Senado: meu querido amigo vigário da Igreja São José de Araxá, Padre Sérgio, e meu particular amigo Edson Ney, também da cidade de Araxá.

            Esses 85 mil mineiros deram-me a condição de assumir, a partir de fevereiro de 2007, uma cadeira na Câmara dos Deputados. Esse resultado vitorioso, Sr. Presidente Papaléo Paes, vem coroar um trabalho sério e obstinado que procuramos fazer em quatro anos nesta Casa, principalmente ao lado de V. Exª, por meio da defesa e da apresentação de projetos importantes para Minas Gerais e para o Brasil.

            Desde que assumi o mandato de Senador, em janeiro de 2003, tinha como objetivo construir um trabalho que me desse condição de dar continuidade à minha carreira política. Para isso, precisava mostrar resultados, e o apoio de grande parte dos nobres Pares que nos acolheram da melhor forma possível foi fundamental nesse processo.

            Não era uma missão fácil substituir uma das maiores reservas morais deste País, como é o caso do Vice-Presidente da República José Alencar. Tive a felicidade de receber a aprovação dele próprio, que abriu o peito e pediu abertamente voto para minha candidatura no nosso Estado de Minas Gerais.

            A minha maior satisfação, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é a certeza de que alcancei uma vitória sem passar por cima de ninguém, nem dos meus princípios éticos que sempre valorizei. Respeitei o espaço de Deputados que já trabalhavam em regiões como Triângulo Mineiro, como Alto Paranaíba, como sul e sudoeste de Minas Gerais, e consegui avançar de maneira progressiva, sempre com o único intuito de somar forças em benefício dos Municípios daquelas regiões.

            Enfrentei resistências, o que é natural em política, mas elas sempre foram menores do que o reconhecimento aos inúmeros serviços que prestamos em favor das comunidades, das associações, das instituições de saúde e de educação.

            Quero, a propósito, Sr. Presidente Senador Papaléo, fazer uma menção especial a três Deputados Federais que deixaram de ser candidatos e emprestaram apoios pontuais à nossa candidatura. Foram eles os Deputados Vittorio Medioli, Osmânio Pereira e o meu amigo de longa data Romel Anízio, que, dessa forma, abriram-nos maiores chances de eleição nessas regiões, apesar de o apoio ter sido pontual.

            Chegarei à Câmara dos Deputados realmente preparado, pois tenho aproveitado ao máximo a experiência no Senado Federal. Passei por quase todas as Comissões Permanentes desta Casa, com maior ênfase nas de Educação e Infra-Estrutura, Comissão esta presidida pelo nosso amigo Senador Heráclito Fortes, que muito nos ensina, e, na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, além de ser Presidente da Subcomissão de Liquidação de Instituições Financeiras até 31 de janeiro próximo, fui Relator também de matérias de grande repercussão social, como o Estatuto do Idoso e a Lei da Agricultura Orgânica.

            Conseguimos também a aprovação no Senado do projeto que regulamenta o sistema de consórcios no Brasil. Espero ver aprovado, em breve, outro projeto de minha autoria, queridos Pares, que tramita na Comissão de Assuntos Econômicos. Trata-se do projeto que estende o FCO ao Triângulo Mineiro, beneficiando 58 Municípios da minha região e do Alto Paranaíba entre os beneficiários do Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Centro-Oeste.

            Esse Fundo hoje já beneficia - e muito - os Estados de Mato Grosso, de Mato Grosso do Sul, de Goiás e o Distrito Federal, e o nosso projeto pretende estendê-lo a 58 Municípios do Triângulo e do Alto Paranaíba, sem trazer nenhum dano e sem tirar nenhum recurso desses quatro Estados citados.

            Trabalhamos também pela redução de impostos e manutenção de isenções para o setor agropecuário na reforma tributária, por incentivos à produção de biodiesel e à produção sucroalcooleira, pela revitalização turística do sul de Minas, do Triângulo Mineiro, em especial da nossa Araxá, e também do sul de Minas, e pela liberação de verbas para a recuperação dos trechos mais críticos das rodovias federais, pois 20% delas cortam o nosso Estado, de leste a oeste e de norte a sul.

            Atuei continuamente junto aos Ministérios do Governo Lula no sentido de atender às necessidades patentes dos Municípios mineiros, como é o caso da saúde, da educação e da zona rural.

            Portanto, Sr. Presidente, conheço os caminhos e poderei, com fé em Deus e com apoio dos mineiros e das mineiras que em mim confiaram o voto, desempenhar um papel ainda melhor na Câmara dos Deputados.

            Minha votação para Deputado Federal abrangeu todas as regiões do Estado de Minas Gerais, numa clara demonstração de que procurei cumprir com o máximo zelo no Senado Federal o papel de representar Minas como um todo, sem discriminar essa ou aquela região. Naturalmente, os índices foram melhores em regiões onde meus vínculos pessoais são maiores, como no Triângulo Mineiro e no Alto Paranaíba, no sul e no sudoeste de Minas Gerais. No geral, fui votado em 691 Municípios dos 853 que compõem o nosso Estado.

            Faço questão de cumprimentar publicamente e, sobretudo, agradecer a cada um dos eleitores que entenderam o nosso projeto e nos ajudaram a vencer essa empreitada.

            Foi a primeira eleição proporcional que disputei e saio dela com a consciência de que não é fácil manter uma carreira política no Parlamento brasileiro.

            Grandes nomes não conseguiram se reeleger, e, em minhas andanças, percebi claramente o quão crescente é a desilusão da nossa gente com os políticos. A atual legislatura reservou momentos muito obscuros com a descoberta de diversos esquemas de corrupção e fraude aos cofres públicos. E caso esse cenário venha a permanecer, chegará o dia em que não conseguiremos mais fazer com que o eleitor saia de sua casa para votar.

            Portanto, meus nobres Pares, teremos pela frente uma enorme responsabilidade para os próximos quatro anos, que é a de recuperar a credibilidade e o respeito da população pelo Congresso Nacional. Cada um de nós que aqui continuará, seja no próprio Senado ou na Câmara dos Deputados, deve estar empenhado em ouvir com atenção os anseios de sua base e buscar atendê-los com máxima transparência e idoneidade. Em política, não dá para dizer sempre que os fins justificam os meios. A representação parlamentar de um Estado ou Município é uma tarefa muito nobre para que seja exercida de maneira irresponsável.

            Como Deputado Federal eleito pela coligação que dá sustentação ao competente Governador Aécio Neves, meu trabalho estará voltado sobretudo para a recuperação do agronegócio, da renda do produtor rural e para o incentivo à educação superior e tecnológica. Temas como o reforço à assistência social, apoio ao turismo, investimentos na melhoria dos serviços de saúde e da infra-estrutura de transportes, incentivos à prática esportiva, geração de empregos para maiores de 40 anos também continuarão entre as bandeiras que empunharei sempre na minha carreira política.

            Aos mineiros, assumo desde já o compromisso de exercer o meu mandato de Deputado Federal com a mesma dignidade, respeito e sensibilidade social com que tenho trabalhado aqui no Senado Federal, e continuarei trabalhando até 31 de janeiro próximo.

            Tenho a certeza de que, atuando em parceria com o Governador Aécio Neves, dando-lhe o suporte necessário no Congresso, continuaremos juntos, em Minas, uma história de conquistas que poderá culminar num grande projeto político para o Brasil, em 2010.

            Ouço o nobre Senador Mão Santa.

            O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Senador Aelton Freitas, já que estamos no Brasil, terra do futebol, eu me lembro que, em 1962, se não me engano, o País ficou apreensivo: “Pelé se contundiu, está fora de campo, não vamos ganhar a Copa”. Aí, Amarildo entrou. Saiu o Senador José Alencar, V. Exª assumiu. S. Exª também é uma conquista boa. É difícil encontrarmos gente boa ao lado de Lula. Mas toda regra tem exceção. José Alencar é gente. É difícil. Ontem, eu disse aqui - e houve uma discussão teológica sobre se isto estava na Bíblia ou não -: “Diga-me com quem andas e dir-te-ei quem és”. Recebi até e-mails justificando que não está na Bíblia, mas existe uma palavra semelhante. Mas isso é outro caso. José Alencar é raro, porque encontrar gente boa entre os que cercam Lula é raro. V. Exª foi como Amarildo e foi como Fernando Henrique também, suplente de Franco Montoro, que era muito bom. Mas ele, FHC, chegou aqui e foi destaque. V. Exª foi, sem dúvida alguma, nestes quatro anos que aqui passou, uma figura relevante. V. Exª faz jus ao povo mineiro, àquela tradição histórica do Libertas quae sera tamem. Agradeço a Deus a oportunidade de ter convivido com a fidalguia e a honradez de propósito de V. Exª. Ninguém o excedeu nos pronunciamentos ou nos debates em comissões, defendendo os interesses da agricultura do Brasil. De qualquer maneira, Deus escreve certo por linhas tortas. O povo mineiro sabe o que faz, enviando-o de volta ao Congresso Nacional. Sem dúvida, V. Exª continuará com brilho.

            O SR. AELTON FREITAS (Bloco/PL - MG) - Muito obrigado, Senador Mão Santa.

            Ouço o nobre Senador Marcos Guerra.

            O Sr. Marcos Guerra (PSDB - ES) - Senador Aelton Freitas, em primeiro lugar, parabéns pela votação que V. Exª obteve em seu Estado. Há dois anos, em uma conversa que tivemos aqui em Brasília, V. Exª disse algo que guardei, que veio para o Senado, a mais alta Casa da República, para trabalhar e voltar. Nos momentos em que estive nesta Casa, acompanhei os trabalhos de V. Exª, sempre defendendo os interesses de Minas Gerais. Quando as causas eram nacionais, V. Exª também se posicionava com muita altivez. Tenho certeza de que a Câmara Federal vai ganhar um grande Parlamentar. Esta Casa fica menor com a sua saída, mas tenho certeza de que, naquela Casa, V. Exª vai defender os interesses de Minas Gerais e do País e ajudar o nosso Presidente da República, Geraldo Alckmin. Parabéns a V. Exª.

            O SR. AELTON FREITAS (Bloco/PL - MG) - Agradeço muito o aparte de V. Exª que, apesar de ser um grande empresário e um grande político capixaba, é um mineiro por naturalidade.

            Ouço o nobre Senador Almeida Lima.

            O Sr. Almeida Lima (PMDB - SE) - Nobre Senador Aelton Freitas, minhas considerações são para levar a V. Exª os mais sinceros parabéns e a alegria por saber que V. Exª estará de volta ao Congresso Nacional, para a nossa co-irmã Casa, a Câmara dos Deputados. Tenho certeza de que o trabalho que V. Exª realizou aqui para o Estado de Minas Gerais, para o seu Triângulo Mineiro, e para o Brasil realizará muito bem, pelos próximos quatro anos, no exercício do honroso mandato de Deputado Federal. Meus parabéns a V. Exª, meus parabéns ao povo de Minas Gerais, meus parabéns ao Brasil por sua eleição. Muito obrigado, e sucesso, sempre.

            O SR. AELTON FREITAS (Bloco/PL - MG) - Eu que agradeço, Senador Almeida Lima.

            Ouço o nobre Senador Heráclito Fortes.

            O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - Meu caro Senador Aelton Freitas, V. Exª pronuncia um discurso todo cheio de alegria pelo reconhecimento que lhe demonstrou ter o povo de Minas Gerais. Isso é resultado de sua atuação nestes quatro anos de Senado da República, em que se comportou com equilíbrio, mas com determinação, na defesa das questões que interessavam a Minas e ao Brasil. E, tenha certeza, V. Exª saíra daqui fazendo parte e honrando a galeria de mineiros ilustres que tiveram acesso a esta Casa do Parlamento da República.

            O povo mineiro enviou grandes homens para esta Casa. Muitos conhecidos nacionalmente, outros, nem tanto. V. Exª sai desta Casa não apenas reconhecido por seu trabalho, mas também respeitado e admirado por seus companheiros. Tenho certeza de que, na outra Casa, da qual já participei e pela qual tenho muito carinho - que é a Câmara dos Deputados -, V. Exª continuará trabalhando por Minas e pelo Brasil com a mesma dignidade com que trabalhou até agora. São duas Casas diferentes, são duas Casas distintas. Dois tratamentos e duas convivências que não se juntam. Aliás, o conterrâneo de V. Exª, Oscar Niemeyer, foi muito sábio ao separar a Casa geograficamente, não apenas pelas cores, mas pela arquitetura. São paralelas, siamesas, mas cada uma cumpre o seu papel no sistema republicano em que vivemos. V. Exª leva daqui a experiência que lhe será muito útil e permitirá alcançar o mesmo sucesso que alcançou no Senado da República. Parabéns.

            O SR. AELTON FREITAS (Bloco/PL - MG) - Muito obrigado, Senador Heráclito Fortes.

            Ouço o nobre Senador Cristovam Buarque.

            O Sr. Cristovam Buarque (PDT - DF) - Senador Aelton Freitas, não quero ficar fora das manifestações de tristeza pela conclusão de seu mandato e, ao mesmo tempo, de satisfação em vê-lo na vida pública, ainda com juventude. O Brasil precisa muito, em um momento de tanta angústia, de descontentamento e até de vergonha pela atividade política, de pessoas que assumam o compromisso de continuar nesta vida, ao invés de fazerem o mais cômodo, que é sair dela. Parabéns a V. Exª. Parabéns a Minas Gerais. De certa maneira, graças ao povo mineiro, o Senado está dando esse presente à Câmara Federal.

            O SR. AELTON FREITAS (Bloco/PL - MG) - Muito obrigado, Senador Cristovam.

            Sr. Presidente Papaléo Paes, peço que sejam incorporados ao meu discurso, na íntegra, os apartes dos nobre Senadores, que engrandeceram muito o meu pronunciamento.

            Agradeço pela oportunidade e pela compreensão.

            Um grande abraço.