Discurso durante a 167ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comentários sobre a matéria intitulada "Berzoini mandou comprar o dossiê", publicada no jornal Correio Braziliense de hoje. Observações sobre o avião presidencial, o "Aerolula". Apelo às autoridades da cidade de Manaus, no sentido de que ajudem a Sociedade Pestalozzi, instituição que tem prestado relevantes serviços às pessoas portadoras de deficiência, e que está fechada, por falta de recursos.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES. DESENVOLVIMENTO REGIONAL. POLITICA SOCIAL. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Comentários sobre a matéria intitulada "Berzoini mandou comprar o dossiê", publicada no jornal Correio Braziliense de hoje. Observações sobre o avião presidencial, o "Aerolula". Apelo às autoridades da cidade de Manaus, no sentido de que ajudem a Sociedade Pestalozzi, instituição que tem prestado relevantes serviços às pessoas portadoras de deficiência, e que está fechada, por falta de recursos.
Aparteantes
Mão Santa, Tião Viana.
Publicação
Publicação no DSF de 12/10/2006 - Página 30802
Assunto
Outros > ELEIÇÕES. DESENVOLVIMENTO REGIONAL. POLITICA SOCIAL. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • LEITURA, TRECHO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, CORREIO BRAZILIENSE, DISTRITO FEDERAL (DF), CRITICA, MEMBROS, EX PRESIDENTE, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), AQUISIÇÃO, DOCUMENTO, DIFAMAÇÃO, CANDIDATO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, GOVERNADOR, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB).
  • COMENTARIO, INVESTIGAÇÃO, POLICIA FEDERAL, EMPRESARIO, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), DESCOBERTA, NEGOCIAÇÃO, DOCUMENTO, MEMBROS, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), VENDA, ENTREVISTA, PERIODICO, ISTOE, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), EPOCA, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ).
  • REGISTRO, NECESSIDADE, INVESTIGAÇÃO, ORIGEM, DINHEIRO, AQUISIÇÃO, DOCUMENTAÇÃO, POSSIBILIDADE, PROCEDIMENTO, RECURSOS FINANCEIROS, BANCO ESTRANGEIRO, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), JOGO DO BICHO, BINGO, TRAFICO, DROGA, BRASIL.
  • CRITICA, DECLARAÇÃO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DAS COMUNICAÇÕES (MC), PRESIDENTE DA REPUBLICA, AUSENCIA, PRIORIDADE, ZONA FRANCA, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DO AMAZONAS (AM), CONSTRUÇÃO, INDUSTRIA, TELEVISÃO, TECNOLOGIA DIGITAL, PREJUIZO, PRODUÇÃO, FATURAMENTO, EMPREGO, REGIÃO.
  • QUESTIONAMENTO, DESNECESSIDADE, PRESIDENTE DA REPUBLICA, AQUISIÇÃO, AERONAVE PUBLICA, INFERIORIDADE, QUALIDADE, SUBMARINO, PAIS ESTRANGEIRO, ALEMANHA, CONTRADIÇÃO, DECLARAÇÃO, CHEFE DE ESTADO, PROTEÇÃO, ESTALEIRO, INDUSTRIA NACIONAL.
  • SOLICITAÇÃO, SOCIEDADE CIVIL, GOVERNADOR, PREFEITO, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DO AMAZONAS (AM), AUXILIO, SOCIEDADE PESTALOZZI DO BRASIL (SPB), INSTITUIÇÃO BENEFICENTE, PESSOA PORTADORA DE DEFICIENCIA, MOTIVO, AUMENTO, DIVIDA, PREJUIZO, FUNCIONAMENTO, INSTITUIÇÃO ASSISTENCIAL, ATENDIMENTO, EXCEPCIONAL.
  • SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, PRONUNCIAMENTO, AUTORIA, ORADOR, CRITICA, INEXATIDÃO, DECLARAÇÃO, MEMBROS, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), HIPOTESE, VITORIA, ELEIÇÕES, GERALDO ALCKMIN, CANDIDATO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, ELIMINAÇÃO, BOLSA FAMILIA, ABASTECIMENTO, ENERGIA ELETRICA, PRIVATIZAÇÃO, BANCO DO BRASIL, CAIXA ECONOMICA FEDERAL (CEF), PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), COMPARAÇÃO, NAZISMO, PAIS ESTRANGEIRO, ALEMANHA, QUESTIONAMENTO, MANUTENÇÃO, CONTRIBUIÇÃO PROVISORIA SOBRE A MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA (CPMF), AUMENTO, QUANTIDADE, MINISTERIOS, POSTERIORIDADE, POSSE, GOVERNO, COMENTARIO, RELATORIO, TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (TCU), INVESTIGAÇÃO, SUPERIORIDADE, DESPESA, CARTÃO DE CREDITO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, inicialmente, trato da matéria estampada hoje na primeira página do jornal Correio Braziliense sob o título “Berzoini mandou comprar o dossiê”.

            Recentemente, em função desse desastrado dossiê orquestrado contra os candidatos José Serra e Geraldo Alckmin, acabei recomendando à direção do meu Partido que examinasse a possibilidade de representar contra o Deputado Berzoini no Conselho de Ética da Câmara depois de ele ter admitido que o que o Presidente Lula fala está falado, e ele se calaria, em função de ter sido o chefe dos tais “aloprados” na operação que se convencionou chamar de “tabajara”.

            Vejo que, naquela época, eu não estava equivocado em relação ao comportamento do Deputado Berzoini e passo a não ter praticamente nenhuma dúvida após ler esta substanciosa matéria do jornal Correio Braziliense:

O Deputado Júlio Delgado diz que as investigações da Polícia Federal sobre o caso desmontam a hipótese de operação desastrada para virar a eleição em São Paulo.

A armação teria começado antes de agosto e contaria com o aval do então Presidente do PT. Ao ser informado do dossiê antitucano, Berzoini teria autorizado Lorenzetti a levantar o dinheiro para comprá-lo.

            A origem do R$1,7 milhão é a informação que falta para a Polícia Federal fechar o cerco aos petistas ou aos tais petistas.

O delegado Diógenes Curado, responsável pelo inquérito aberto pela Polícia Federal para investigar o caso do dossiê, já tem montada uma história com começo, meio e fim sobre o caso.

O PT” [ parte dele] procurava para jogar a máfia dos sanguessugas no colo da gestão anterior. Uma vez confirmada a informação, Expedito a teria passado a Jorge Lorenzetti, amigo pessoal, churrasqueiro preferido do Presidente da República e Chefe do Grupo de Análise de Risco da Campanha. Lorenzetti assumiu a operação do caso.

            Já portando as informações sobre os elos dos sanguessugas com o PSDB, Expedito Veloso foi três vezes a Cuiabá, no mês de agosto, negociou pessoalmente com Luiz Antonio Vedoin o conteúdo do dossiê, assim como uma entrevista dele [Vedoin] atestando a papelada a algum veículo de amplitude nacional. Lorenzetti o acompanhou em duas dessas viagens.

            Animado com o que viu, Lorenzetti teria negociado o preço do dossiê (que baixou de R$20 milhões para R$2 milhões)”.

            Eles faziam aquela história de mercado, de R$20 milhões para R$2 milhões. Enfim, não compram nada sem pechinchar. No Governo, aumentam os gastos fiscais, irresponsavelmente, no País. Na hora de comprar dossiês, eles pechincharam porque, afinal de contas, já tinham incorporado o dinheiro como deles.

            O Sr. Alvaro Dias (PSDB - PR) - Senador Arthur Virgílio, é por isso que muitos foram estimulados a oferecer dossiê nessa campanha.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - É?

            O Sr. Alvaro Dias (PSDB - PR) - O que apareceu de interessado em vender dossiê nessa campanha não é brincadeira.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - V. Exª tem razão. Esse é o lado escuso da vida pública.

            Então, o preço baixou de R$20 milhões para R$2 milhões, “e foi informado ao então Presidente do PT, Ricardo Berzoini, que valia a pena comprá-lo”. Teria recebido desse - o cidadão Berzoini, o Deputado Berzoini - sinal verde para comprá-lo. Aí, Lorenzetti foi à luta.

            Parlamentares da CPI dizem que, pelo quadro montado pela Polícia Federal, a partir do cruzamento dos vários depoimentos dados até aqui, Lorenzetti teria, autorizado por Berzoini, movimentado a máquina petista de arrecadação a fim de juntar o dinheiro necessário.

O encarregado para a tarefa foi Hamilton Lacerda. Lacerda é personagem ativo desde o início, participou de reuniões com Lorenzetti e Expedito no início de setembro e no período de negociação do dossiê. Trocou telefonemas com Berzoini com o Presidente do PT paulista e coordenador da campanha de Lula em São Paulo, Paulo Frateschi.

            A parte final do acordo com Vedoin, isto é, a entrevista e a troca dos documentos pelo dinheiro, movimentou outro membro importante do comitê de Lula pela reeleição, Osvaldo Bargas, amigo de longa data do Presidente da República e coordenador de um dos capítulos do programa de Governo. Bargas foi incumbido de arranjar a publicação da entrevista em alguma das grandes revistas”.

            Na segunda semana de setembro, ofereceu-a à revista Época. Como não obteve a confirmação de que as acusações seriam publicadas, passou a negociar com a ISTOÉ, que, por fim, garantiu imprimi-las o quanto antes.

            Na semana seguinte, Bargas foi a Cuiabá junto com Expedito Veloso. A dupla acompanhou pessoalmente a entrevista concedida por Vedoin à revista ISTOÉ. Paralelamente, no circuito São Paulo/Rio/Brasília, a engrenagem entregue a Hamilton Lacerda reunia o dinheiro pedido pelo chefe da máfia. É onde a Polícia Federal encontra uma espécie de zona escura.

            No fim de agosto, os policiais federais de Cuiabá começaram a desconfiar das andanças de Luiz Antonio Vedoin e de suas conversas suspeitas com personagens não identificados. Receberam autorização para grampeá-lo e descobriram a venda de provas, a data e a hora do pagamento. Abortaram a entrega de parte do dossiê prometido e trataram de prender os encarregados do pagamento efetivo, Valdreban Padilha e Gedimar Passos, ambos petistas, no dia 15 de setembro. Com eles, estavam R$1,7 milhão em dinheiro vivo, sendo R$1,1 milhão em reais e US$248.8 mil.

            A Polícia Federal tem informações de que Hamilton Lacerda encontrou Gedimar nos dias 12 e 13 de setembro. Pequena parte dos R$25 mil veio embalada em cintas do Bradesco, do Safra e do BankBoston. O delegado Diógenes Curado disse à CPI que a maior parte do dinheiro era formada por notas pequenas, de R$5,00 e R$10,00. Nestas, havia pequenas cintas não identificadas. Algumas com os números 118 e 119. A princípio, a Polícia Federal achou tratar-se de bancos. Agora, suspeita serem bancas. Bancas do bicho, bancas de contravenção. Obviamente, do jogo do bicho. “Nós não vimos às cédulas, mas ele (Curado), contou que estavam fedendo, umas a mofo, outras pelo manuseio mesmo. Não há dúvida que era dinheiro ilícito. E que veio de várias fontes diferentes. Agora, que fontes são essas, ainda não se sabe”.

            Diz o Deputado Júlio Delgado: “Que fontes são essas, ainda não se sabe. Pode ser jogo do bicho, bingo ou outras coisas piores”. Não sei o que é pior do que dinheiro que vem do jogo. Enfim, pode ser droga. O que pode ser pior?

            Quanto aos dólares, o montante equivalente a US$109,8 mil estava ordenado pelo número de série, o que possibilitou identificá-los como parte de um lote importado de Miami, Estados Unidos, pelo banco paulista Sofisa e revendido a uma série de corretora de valores, casas de câmbio e pessoas físicas no Brasil. O nome desses clientes, bem como dos clientes desses clientes que adquiriram moeda estrangeira, já está nas mãos do delegado Luiz Flávio Zampronha, encarregado de identificá-los. A parte restante dos valores, ou seja, US$189 mil, era formada por notas soltas, que já estavam dentro do Brasil e dificilmente serão rastreadas.

            No que tange aos mais de R$1 milhão em espécie, somente uma parte teria sido sacada de bancos brasileiros, e não necessariamente às vésperas da prisão dos petistas. Para rastrear essa parte, a Polícia Federal estuda saques maiores que R$10 mil em dinheiro vivo feitos nos últimos dois anos nos bancos Bradesco, Safra e BankBoston. Os dados já foram mandados pelas instituições. Sabe-se que há mais de duzentas mil operações dentro dos parâmetros só nas praças do Rio, São Paulo e Brasília, onde as buscas estão concentradas. O desafio é encontrar algo que os ligue a operadores do PT. Já a origem das notas miúdas e malcheirosas só virá à tona se alguém desse partido revelar.

            Peço que se anexe a matéria do jornal Correio Braziliense, Sr. Presidente, apenas as manchetes.

            E passo a tratar de um outro assunto, que tem a ver não só com a economia do meu Estado...

            O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - V. Exª me permite-me um aparte, Senador Arthur Virgílio?

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Tem V. Exª o aparte.

            O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - O Brasil está neste mar de corrupção. O povo precisa ver o sentido desse valor. Certa vez, fui a uma CPI, e um descarado desses do PT, ao se falar em cheque, disse que não se lembrava, porque o cheque era de R$400 mil. Ele só se lembra de cheque acima de R$500 mil. Essa é a organização criminosa que é o PT. O povo tem que ter noção. Atentai bem, Senador Arthur Virgílio, esse dinheiro, para o povo ter uma noção, o Brasil tem 506 anos. Vamos fazer os cálculos desde Pedro Álvares Cabral, Professor Cristovam Buarque. Um trabalhador normal, em um ano, ganha R$4 mil. Com esse salário, em cem anos, não junta esse dinheiro. Em cem anos, ele ganha R$400 mil; em duzentos anos, R$800 mil; em trezentos anos, R$1.200,00; em quatrocentos anos, R$1.600,00.

            É como se Pedro Álvares Cabral tivesse saltado aqui e trabalhado, ganhando salário mínimo. É esse dinheirão todinho. Para o PT, isso nada significa. Eles estão acostumados a assaltar o Banco Rural para comprar deputados. Mas temos que chamar a atenção desses valores para o povo entender. É uma roubalheira grande. Para mim, o PT não é um partido, é uma organização criminosa que se associa com o poder econômico perverso e imoral dos banqueiros, levando-nos a essa derrocada. Só há uma salvação. Sou do Piauí, Arthur Virgílio. Sei que o seu Amazonas tem índios, mas machos mesmo fomos nós, que fomos para uma guerra sangrenta - 13 de março de 1823 - e expulsamos os portugueses, que eram muito melhores que o PT. A derrama de Portugal era de um quinto - a novela O Quinto dos Infernos -, era 20% de imposto: cinco barras de ouro, uma para Portugal; cinco bodes, um para Portugal; cinco vacas, uma para Portugal. Agora, é uma banda de impostos. E é essa camarilha aí. Como o Piauí decretou guerra contra Portugal, temos que decretar guerra contra a corrupção e contra o PT, no dia da eleição. E a salvação é o Presidente Geraldo Alckmin, para um Brasil decente.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Obrigado, Senador Mão Santa, Parlamentar que honra, como ninguém, as tradições de dignidade e bravura do povo piauiense.

            Mas, Sr. Presidente, ainda sem sair da questão nacional, porém envolvendo a economia do meu Estado, tenho aqui que o Ministro das Comunicações, nosso colega Senador Hélio Costa, fez ontem o anúncio da implantação gradual, mais longínqua do que imediata, da TV digital no Brasil. Sem dúvida, um novo avanço do Brasil na tecnologia de ponta. Sim.

            Supostamente, eis o que temo: a derradeira pá de cal do Governo Lula para jogar a Zona Franca de Manaus a um risco - real - de extinção.

            Pelo tom do noticiário e pelas entrelinhas, a eleição é o marco divisório do começo da TV digital e do começo do fim da Zona Franca de Manaus. É só passar a eleição e o Presidente Lula deverá editar uma medida provisória que poderá representar a degola da Zona Franca de Manaus. Com isso, meu Estado ficará por fora da TV digital, condenado a ir levando a TV analógica até o fim de seus dias, no máximo lá pelo ano 2016.

            Hélio Costa afirmou - e está nos jornais - que há três lugares “com mais chances de receber uma fábrica de semicondutores:” - palavras do Ministro - “o Rio Grande do Sul, Minas e, por último, a Zona Franca de Manaus”. Repito: por último!

            Aconteceu o mesmo com o set top box, aquela caixinha que será acoplada aos televisores analógicos para permitir a captação de sinais digitais. Há perigo de o Amazonas perder até isso. E se ganhar isso e perder a TV digital, a produção do set top box significará, no máximo, um prêmio de consolação. E o pólo eletroeletrônico do Parque Industrial de Manaus se esvaziará, ele que representa 63% do faturamento e 50% dos empregos da Zona Franca.

            Termino, dizendo: é só esperar o fim da eleição para se consumar grave atentado do Governo Lula contra a economia do meu Estado.

            A propósito disso, tenho aqui uma prova muito evidente. Temos um Ministro tentando ser diplomático e tentando não ofender a interesses de Estado nenhum, mas me deixando muito intranqüilo. Se isso acontecer, será um choque a ser recebido pelo povo do Amazonas, que deu ao Presidente Lula uma imerecida e consagradora votação no primeiro turno desta eleição presidencial.

            Mas leio matéria do jornal O Globo, de terça-feira, dia 10 de outubro, intitulada: “Presidente mostra nervosismo e usa palavrão em evento com empresários”.

            Depois, diz aqui que: “Xingamento foi excluído da degravação do discurso, no site do Planalto”. A matéria é assinada pela correta jornalista gaúcha Luiza Damé.

            No final:

O Presidente afirmou que será criado um grupo de trabalho para discutir o desenvolvimento do Distrito Federal,[ chamo muito a atenção do povo do Amazonas para isso] com a participação do governo local. Lula destacou que, durante muito tempo, Brasília dependeu do governo federal, mas agora é necessário implantar indústrias não-poluentes.

            E citou a produção de semicondutores, equipamentos da TV digital. Ou seja, Brasília, que merece tudo de bom, que é a terra que nos hospeda, até ela já recebe a promessa de receber semicondutores de um presidente desesperado por obter a sua reeleição. O que significa uma clara razão, aí sim, de nervosismo legítimo por parte dos trabalhadores amazonenses que estão, sem dúvida nenhuma, até agora, muito iludidos com o jogo de cena do Presidente Lula. Mas vejo que o Presidente Lula tem a decisão de permitir que incentivos da lei de informática possam ser usados para a fabricação da TV digital. Se isso acontecer, o Amazonas não estará dentro da fabricação de TVs digitais, porque não concorrerá com Estados que dispõem de uma malha rodoviária, de uma logística de transporte melhor. Os incentivos fiscais que erigiram o poderoso Pólo Industrial de Manaus vieram precisamente, pela lucidez de Roberto Campos e do Marechal Castello Branco, para compensar dificuldades locais do Estado do Amazonas. Então, abrir para todos significa fechar para o Amazonas, que, ao longo de décadas, tem sido o único produtor de televisões do Brasil, e deixaria de produzir televisões, justamente as digitais. E ficaria com um pólo morto, um pólo em inanição, o pólo de tevê analógica.

            Vamos aguardar porque o povo aprende com seus próprios passos e até com seus próprios erros; o povo aprende também com seus próprios acertos. Vamos aguardar. Não é por falta de aviso de um Parlamentar vigilante, como me considero, em relação aos interesses do Estado que represento com muita honra nesta Casa.

            Sr. Presidente, eu gostaria de aproveitar o tempo que me resta para tocar em outro assunto. O candidato Geraldo Alckmin abordou de maneira rápida a questão do avião. Não quero discutir aqui se Presidente deve ou não ter avião, quero discutir, sim, o que significa o Aerolula. O Aerolula não passa de uma limusine de luxo. Ele foi comprado por meio de mera tomada de preço, foi pago praticamente à vista, em três ou quatro parcelas, embora ninguém compre, a não ser a longo prazo, uma maquinaria desse porte, um bem semovente desse porte. Havia duas proponentes: a Lufthansa e a Airbus. A Luftansa ofereceu ao Presidente Fernando Henrique, que recusou. A Lufhtansa tinha quatro aviões presidenciais depois da unificação das Alemanhas e não precisa de tudo isso. Avião do porte do “Aerolula” só quem tem é Chávez e os Emirados Árabes.

            Vou descrever as características que condeno: dizia-se, à época da tomada de preço, que o avião deveria ser capaz de ir direto do Brasil à Europa, e esse não é. Houve uma viagem em que ele foi obrigado a fazer uma parada técnica em Recife - e aí inventaram uma reunião de Ministério às pressas por lá para mascarar a fragilidade do avião. Essa compra, para mim, é obscura, desconfio dela. As informações que tenho são gravíssimas.

            Se o avião fizer uma perna maior para o exterior, todo mundo tem que ir para a parte de trás porque, como tem muita gasolina, para o avião levantar vôo, para imbicar, é preciso todo mundo ir para a parte de trás, inclusive o Presidente. E, aí, o avião levanta vôo, com o risco de quem carrega combustível demais. Eu digo que ele é uma limusine de luxo porque ele não pertence à Força Aérea Brasileira; ele pertence ao Gabinete da Presidência. Ele é um bibelô. Ao contrário do Air Force One, do Presidente Bush ou do Presidente Clinton, do Presidente americano, ele não é um avião das Forças Armadas, conversível, capaz de, por exemplo, resgatar os corpos das vítimas do desastre da Gol. Ele não é um avião capaz de, se precisar, numa emergência, se tornar um hospital. Não. Ele serve apenas para passeio vip, para viagem vip. Ele só transporta passageiros, só transporta autoridades, supostamente.

            A minha pergunta, então, é a de sempre: por que não encomendaram à Embraer, se queriam ter um avião? Eu sou contra comprar avião. Eu entendo que o Presidente deve sempre viajar num avião de ultima geração, fazendo a tomada de preços entre as empresas nacionais; vai sempre viajar num avião pertencente à Gol ou à TAM ou à Varig, aquela que oferecer melhor preço e melhor atendimento. Esse avião, daqui a pouco, vai estar velho, vão ter que fazer outra compra. Mas, digamos que tivesse que comprar um avião. Por que não negociar esse avião com a Embraer? Por que não com a Embraer? Ele que fala tanto em nacionalismo... Por que não com a Embraer?

            Muito bem, Sr. Presidente, na verdade, eu considero o Aerolula não um avião mas uma farra. Tem até churrasqueira. E a primeira obra que fizeram lá dentro foi para aumentar a capacidade de uma prateleira para portar copos.

            Eu quero também fazer aqui um alerta. Ainda não é uma denúncia, Senador Heráclito Fortes, ainda não é uma denúncia, mas é um alerta. E é bom porque a imprensa, alertada, quem sabe, pode cumprir a sua parte e nos ajudar nisto.

            Assim como o primeiro AeroLula foi comprado às vésperas das eleições municipais, coincidentemente, às vésperas de outra eleição, comprou-se um submarino da Alemanha. Estranhamente e contrariando o discurso presidencial de proteger os estaleiros nacionais, comprou-se um submarino com padrão de casco igual ao brasileiro, quando precisaríamos de casco duplo até para podermos trabalhar a propulsão nuclear. Esse submarino não traz a figura da transferência de tecnologia portanto. Foi comprado às pressas, às vésperas de um pleito, fora, sem atender à exigência nacional dos dois cascos e, repito, às vésperas de uma eleição. Sr. Presidente, eu vou investigar isso. Vou ficar muito atento também à lista de doadores do Presidente Lula quando se abrir, enfim, quando o nome dos doadores vierem à baila.

            Por hora, Sr. Presidente, encerro fazendo um apelo ao Governador do meu Estado e ao Prefeito da minha cidade, Manaus, no sentido de que ajudem a Sociedade Pestalozzi, que está fechada depois de 29 anos de atuação no ensino e na assistência a crianças de família de baixa renda portadoras de deficiência. Está fechada. Apelo para que atentem para o fato de que a Sociedade Pestalozzi tem uma dívida que considero pequena, R$60 mil, e esse socorro do Governo do Estado, mais do que viável, junto com o da Prefeitura de Manaus, é necessário.

            Li no jornal A Crítica, de Manaus, que a crise financeira da Sociedade Pestalozzi é antiga e vem se agravando. Mesmo assim, as aulas, dadas por professores do Estado e do Município, continuaram até setembro último. Agora, é um vazio só. A diretora da Pestalozzi, professora Sílvia Luísa Simões, ainda acredita numa ação do Poder Público. Os funcionários não recebem há três meses, e a conta de luz já acumula uma dívida de R$9 mil. Devo dizer que lá, de uma forma gratuita, eles ensinam, Senador Tião Viana, alfabetizam portadores de Síndrome de Down.

            No meu Estado, está fechando também a Associação Amazonense dos Amigos dos Autistas, que exige tão pouco para funcionar. É um pouco de falta de sensibilidade de cada um de nós porque não dá para ficar só apelando para o Poder Público. Seria fundamental que a sociedade se manifestasse, percebesse o alcance de uma entidade como essa que, enfim, dá cidadania a cidadãos que não são anormais, nem inferiores e, sim, diferentes. Hoje, está cada vez mais possível uma vida completamente normal para um portador de Síndrome de Down; está cada vez mais possível se aproveitar até profissionalmente a genialidade de certos autistas severos, aquele tipo mais grave de autista. Não me refiro ao portador da Síndrome de Asperger, que é o autista leve, que leva a vida completamente normal, ninguém percebe que ele é autista. Mas está fechada a Sociedade Pestalozzi de Manaus e vejo que é tão irrisório o que ela deve que deveriam montar uma engenharia financeira não só para tirá-la desse sufoco inicial, mas também para sustentá-la juntamente com a sociedade civil. O Governador e o Prefeito poderiam liderar uma campanha junto à sociedade civil de modo a não se permitir que entidades como a AMA, Associação dos Amigos dos Autistas do Amazonas, e a Sociedade Pestalozzi se fechem porque isso é sinal de falência social e moral de uma sociedade.

            Tirar os olhos do problema do autista, do problema do portador de Síndrome de Down, dos deficientes mentais e de tantos outros que são diferentes e são cidadãos por outro lado, é sinal de crise moral. Temos que olhar para isso com atenção. Não posso me conformar com o fechamento da Sociedade Pestalozzi e da AMA.

            Concedo um aparte ao Senador Tião Viana.

            O Sr. Tião Viana (Bloco/PT - AC) - Meu caro amigo, Senador Arthur Virgílio, me sensibiliza muito esta parte do debate de V. Exª - das minorias e dos setores esquecidos pela sociedade. Hoje temos um conjunto de doenças chamadas doenças órfãs - são exatamente aquelas doenças que não fazem parte do mercado, não fazem parte do interesse comercial e atingem milhões de pessoas no planeta. No caso de uma organização não-governamental, como V. Exª ilustra, trago uma situação que vivi há dois meses. Um padre de descendência alemã que há 40 anos atua na Amazônia ocidental, nas comunidades mais isoladas, falava-me da sua angústia porque ele criou um grupo de cuidadores dos portadores de doença mental na sua cidade, um grupo de jovens voluntários que cuidam de 250 portadores de doença mental. Ele queria apenas um apoio da ordem de R$30 mil de algum órgão governamental para dar conta do cuidado anual de 250 portadores de doença mental. São medidas dessa natureza que nos mostram ser possível governar às vezes com alto impacto e baixo custo. V. Exª pondera uma questão que deve atingir e contaminar positivamente toda autoridade que tenha poder de prestar homenagem e apoio a organizações institucionais como essas para que este País seja mais justo e aplique melhor os recursos públicos. A minha solidariedade é imediata. Sem dúvida alguma, se eu puder estar ao seu lado, ficarei, porque sei que é uma causa de vida sua, como é minha, esse tipo de sensibilidade. Lembro do debate de V. Exª a respeito das células-tronco, o qual mostrou o nível de sensibilidade de V. Exª com matérias dessa natureza.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Senador Tião Viana, a Associação de Amigos do Autista, a AMA, tem lá praticamente todos eles em nível severo. Um deles, o Vladimir, é capaz de dizer o dia da semana que cai o seu aniversário se você lhe disser o dia do seu aniversário, pedindo para ele dizer em que dia da semana cai daqui a três anos. Ele diz na hora. Quer dizer, é um gênio na verdade.

            Há um outro menino que decorou todas as linhas de ônibus de Manaus. Se você perguntar: como faço para ir do bairro tal ao bairro qual, ele dá as dez, ou doze, ou quinze, ou cinco linhas que podem servir aquele bairro.

            Existe um outro que é um gênio no computador. Ele podia muito bem ser aproveitado.

            Existe outro que é desenhista, o filho do casal que toma conta da AMA, a Professora Telma Viga e seu esposo, Edimando. O Edinho é um pintor e é autista severo.

            Podia dar o exemplo dessa menina que trabalha na novela das oito, da TV Globo. É portadora da Síndrome de Down. Perguntaram para ela como estava se sentindo trabalhando no cast da Globo. Ela disse que se sentiu uma estrela, com enorme humor, com enorme inteligência.

            Há um menino - este tem 20 anos de idade, algo assim - que é campeão de judô. Sabemos que a síndrome de Down tira um pouco da tonicidade muscular, eles ficam com a tonicidade muscular menor. Ele é o Breno. Mas o Breno não é campeão só disputando com portadores outros de síndrome de Down. Ele luta também de igual para igual, com pessoas do peso dele, que não são portadores de síndrome de Down, muitas vezes perdendo, muitas vezes ganhando.

            Certa vez ele disputou numa cidade brasileira um campeonato de judô. Quando ele viu que o campeonato só tinha o pódio para ele, que foi o campeão, ele não subiu no pódio enquanto não fizeram um com três lances, que era o dele, um com dois lances para o vice-campeão e um com um lance só para o medalha de bronze, o terceiro colocado. Perguntaram para ele por que ele tinha feito aquilo. Ele, com muito bom humor, disse apenas que tinha pena dos outros, porque ele não queria atingir a auto-estima dos outros companheiros que perderam dele. Perguntaram para ele o que faria naquela noite. Ele disse que ia para a vila olímpica ou para o alojamento em que estava e que, depois, sairia com a turma, pois havia treinado muito e estava louco para ir a uma boate e namorar um pouco.

            Quer dizer, uma pessoa completamente normal. Não existe essa história de dizer “eu sou normal, ele não é”. Ele é diferente. Quanto mais pudermos trabalhar para ter uma sociedade em que não tenhamos que dizer “infelizmente ele é diferente”, percebemos que o Breno é um campeão, um sujeito que merece ser apoiado pelos governos, merece ser patrocinado, assim como a menininha da novela é uma estrela mesmo, assim como são geniais alguns autistas.

            Entendo que é tão pouco o que precisa para se manter funcionando uma engrenagem como essa, e elas são tão insuficientes ainda.

            A AMA não funciona dando assistência todos os dias. Lá, essa moça, Telma Viga, que é uma heroína, recebeu um menino que ninguém queria receber em Manaus. O menino é, ao mesmo tempo, Senador Tião Viana, cego, surdo, mudo, epilético e autista. Parece que o destino o sorteou para fazê-lo passar uma provação. Ele está lá. Esse menino tem que fazer ginástica, ele tem que cansar saudavelmente, tem que fazer hidroginástica. Como ele só podia ir - não sei nem como está agora - duas vezes por semana, esse menino fica em casa com sua hiperatividade exacerbada e fica malvisto pelos vizinhos. A família dele é uma família da Paraíba muito pobre que passou a morar no meu Estado.

            Creio que o apelo que faço ao Governador do meu Estado e ao Prefeito da minha cidade deve ser um apelo feito a todos os Governadores, a todos os Prefeitos e a todos os Presidentes da República. Temos que ampliar a assistência a essas pessoas...

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - ... e não viver uma cena deplorável de instituições desse porte serem fechadas por falta de R$60 mil, R$9 mil ou de R$30 mil. V. Exª acabou de demonstrar que com pouco se pode fazer tanto. Fico muito feliz com seu aparte e agradeço, portanto, Sr. Presidente, pela tolerância.

            Pude abordar aqui uma variedade de temas, na verdade, dois: a questão nacional e, num dos itens envolvendo a economia do meu Estado, o risco que corre a Zona Franca de Manaus com a não-instalação da TV digital lá e essa questão que me toca muito de perto, que é o fechamento lamentável da Sociedade Pestalozzi do Estado do Amazonas.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.

            Era o que eu tinha a dizer.

 

            O SR. PRESIDENTE (Marcos Guerra. PSDB - ES) - Senador Arthur Virgílio, V. Exª pediu para constar nos Anais da Casa algumas manchetes de jornais. A Mesa aguarda o recebimento das matérias.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - E peço também, Sr. Presidente, que conste essa matéria em que o Presidente Lula fala da distribuição da oportunidade de fábrica de semi-condutores também aqui para o Distrito Federal, o que me parece que foi sincero da parte dele. Mas, de qualquer maneira, está nítido que a intenção não é deixar no meu Estado. E aí vai fazendo média com todo mundo enquanto a eleição não chega.

 

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DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inseridos nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matéria referidas:

“Presidente mostra nervosismo e usa palavrão em evento com empresários”;

“CPI: Berzoini mandou comprar dossiê.”

“PF fecha cerco a Berzoini.”

 

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SEGUE, NA ÍNTEGRA, DISCURSO DO SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO.

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            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr Presidente, Srªs e Srs Senadores, Lula diz que vai ganhar a eleição. Duvido. Mas se ganhar, será difícil apontar essa suposta vitória com o mesmo argumento de sempre, de que decisão do povo é soberana.

            É soberana, sim. E assim seria se o Brasil estivesse vivendo uma fase normal. Não, não está. A fase do Brasil da era Lula é de completa anormalidade. Fase nazista, como bem definiu o Deputado e Vice-Governador eleito de São Paulo, Alberto Goldman.

            Formalmente, denuncio: o Brasil vive sob o signo petista da mentira, do terror, do medo, que o Sistema Petista de São Paulo propaga com o uso da máquina pública, do dinheiro público.

            O Sistema Petista de São Paulo é uma incrível versão lulista do Ministério da Propaganda Nazista, que, durante o regime de Hitler na Alemanha, era conduzido por Joseph Goebbels. Era a época da 2a. Grande Guerra Mundial.

            A Alemanha de Hitler queria dominar o mundo por anos e anos a fio. Lula quer implantar o SPSP no Brasil por 30, 40 anos. Goebbels estava certo de que qualquer mentira repetida à exaustão acaba se tornando verdade. O Sistema Petista de Lula segue o mesmo caminho. E mentem de Norte a Sul do Brasil.

            Como agem os agentes do Sistema Petista de São Paulo? Primeiro, cadastram famílias pobres que recebem o Bolsa-Família e, atrás vão os agentes petistas, espalhando brasas em forma de mentiras. Brasa quente para minar a alma do ordeiro povo brasileiro.

            Dizem mais ou menos isso: Se Alckmin ganhar a eleição, vai acabar o Bolsa-Família, vai acabar a energia elétrica, vão ser privatizados o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e a Petrobrás.

            Mais atrás um pouco, lá vem um Ministro, o Paulo Bernardo, do Planejamento, e anuncia: a CPMF vai se tornar permanente. Tradução: o Sistema Petista vai manter a pesada carga tributária que sacrifica o povo brasileiro.

            Por último, nessa fila, aparece o Presidente Lula, como se tivesse um realejo nas mãos e sai por aí realejando, fazendo a única coisa que ele sabe: pilhérias, gracinhas sem graça. Foi o que ele fez ontem, ao dizer: “Faltam 20 dias para a oncinha beber água”.

            Isso é linguajar de um Presidente da República?

            Quem é Oncinha? Pelo jeito, o que Lula quer mesmo é bancar o Amigo da Onça dos brasileiros. Quem é Oncinha, Presidente? E que água é essa?

            Agora, pois, a Nação fica sabendo que, se por acaso der o desastre no domingo 29, o número de Ministérios de Lula vai aumentar. Ele vai criar o Ministério da Propaganda, com retrato de Goebbels na parede.

            Depois, é só prosseguir na mentira, já então institucionalizada, a partir do Palácio do Planalto.

            Não se trata de previsão vazia, como são as mentiras do Sistema Petista. São deduções claras, à luz claríssima de tudo que vem ocorrendo no Brasil.

            Vamos falar às claras: Lula vai fazer de tudo para se sustentar no Poder. Se preciso for e as mentiras se mostrarem insuficientes, não se duvide: ele venderá a própria alma!

            Por enquanto, ele se vale das mentiras. Como essas que o Sistema Petista anda espalhando sobre privatização.E bem a propósito de privatização, alguém observou ontem que Antonio Palocci, (aquele do caseiro) foi Prefeito de Ribeirão Preto e privatizou a Companhia Telefônica da região. Ele deu o começo e a privatização se completou no mandato de seu sucessor na Prefeitura de Ribeirão.

            Lula e os petistas estão mesmo é apavorados. Sabem que a vitória de Alckmin vai significar o retorno do Brasil à decência, sem vez para manobras petistas de aproveitamento.

            E como eles aproveitam! É só ler o noticiário, como este de ontem:

            Saques em dinheiro vivo no governo.

            Tribunal de Contas da União investiga uso de cartões corporativos para retiradas em espécie por funcionários da Presidência da República.

            O que é Cartão Corporativo? É um cartão de crédito criado corretamente no Governo passado, para facilitar as compras de itens urgentes.

            É, não! Era! A partir do Governo Lula, cartão corporativo de crédito virou sinônimo de farra com dinheiro do povo.

            Quem diz isso não é a oposição. É o Tribunal de Contas da União.

            Leio o noticiário:

            (...está no gabinete do ministro Ubiratan Aguiar, do Tribunal de Contas da União, um pedido de devassa em todas as prestações de contas com cartões de crédito corporativos de funcionários do Governo Federal...)

            E mais:

            (...O que o tribunal vai decidir, em suma, é a quebra do sigilo dos cartões de crédito corporativos utilizados por funcionários do Palácio do Planalto para pagar as despesas do Gabinete da Presidência da República, da Granja do Torto - onde o presidente Lula reside com sua família - e dos ministros que assessoram diretamente o presidente...)

            Mais TCU:

            (...Até a última quinta-feira 18, as faturas dos cartões corporativos do governo federal somavam exatos R$ 10.268.310,98, segundo dados do Sistema de Acompanhamento Financeiro da Administração Federal (Siafi). Do total, R$ 5.670.849,53 referem-se a despesas do gabinete do presidente...)

            Afirma ainda o noticiário da revista ISTOÉ Dinheiro (reportagem do jornalista Hugo Studart):

            (...O que mais inquieta os ministros do TCU, no entanto, é o volume de saques em dinheiro vivo feito por funcionários do Planalto através dos cartões corporativos. Entre janeiro e agosto de 2004, de um total de R$3,2 milhões em faturas, esses funcionários sacaram R$2,2 milhões em espécie - o outro R$1 milhão foi usado para pagamento de despesas, aquela que deveria ser a função primordial dos cartões...)

            Aí está: dinheiro vivo, tinindo...

            Quem paga a farra dos cartões corporativos é o trabalhador brasileiro.

            (... os saques em dinheiro vivo representaram, em média, dois terços das faturas dos cartões do Governo Lula...)

            A farra parece não ter fim. E não se trata de previsão sem fundamento. Em tudo por tudo, a era Lula é nociva. Só beneficia os petistas incompetentes que ocupam cargos comissionados no Governo e não trabalham.

            Não se trata de previsão. Baseio-me em análises sérias. Esta manhã, por exemplo, mudando de política para o esporte, recebi uma boa análise de um jornalista esportivo de 84 anos, portanto com larga experiência na área. Seu nome é Evandro Guerreiro.

            Esse correto jornalista fez um levantamento e concluiu que Lula é um tremendo azarão no esporte. E menciona:

            - O Brasil foi desclassificado na Copa do Mundo da Alemanha;

            - O cavalo do campeão Pessoa quebrou a perna e está definitivamente inutilizado para competições;

            - A Seleção Brasileira de Basquete feminino era favorita e ficou em quarto lugar;

            - Guga ameaça deixar o tênis;

            - Os dois Ronaldos estão com desempenho pífios;

            - Como ficará o Pan-Americano do Rio, no ano que vem, se o azarão Lula ganhar a eleição?

            Todas essas são conclusões do jornalista Evandro Guerreiro.

            A elas, acrescento: e o pé frio de Lula contra o Coríntians, ameaçado de rebaixamento?

            Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

“Saques em dinheiro vivo no governo.”


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/10/2006 - Página 30802