O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI. Pela Ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, isto é que é memória seletiva fantástica a da Líder do Governo! Ninguém manipulou mais dados em CPIs do que a Senadora Ideli Salvatti na CPI do Banestado. Utilizou-se de uma questiúncula, envolvendo a política de Santa Catarina, e trouxe para cá questões que se transformaram em questões nacionais. O que dá para rir dá para chorar. Agora, vem aqui com esse manto de pureza e de inocência estranhar um procedimento que não conheço, mas vou tomar o devido cuidado. Cuidado para não sujar o “shortinho”, Ideli.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é lamentável. A Senadora trouxe alguns esclarecimentos sobre o debate de domingo, mas não trouxe outros sobre, por exemplo, o cartão corporativo, que a Nação toda quer saber. Na questão do avião presidencial, o ponto é outro: por que ele foi pago adiantado? Por que ele se submeteu à revisão nos Estados Unidos sessenta dias depois da compra? Por que ele não atende às características da licitação? Quem concorreu para a compra? Quais os preços colocados pelos outros fabricantes? A modalidade e a forma da compra do aerolula é que estarrece, é que cria dúvida, é que gera polêmica.

Esperei que a Líder do Governo, que chegou aqui tão afobada no plenário, trazendo um texto pronto - possivelmente do 3º andar do Palácio do Planalto - prestasse esclarecimentos à Nação, e não viesse apenas trazer dados seletivos. Acho que é hora de a Líder do Governo vestir a camisa do Lula e vir defendê-lo, explicar sobre as ONGs que estão aí espalhadas pelo mundo inteiro e as investigações que correm em segredo de justiça.

Esse tipo de engodo a Nação brasileira não aceita. Essa memória seletiva que toma conta do Partido dos Trabalhadores o brasileiro não aceita mais. É preciso que seja esclarecido. Trouxe esclarecimentos que lhe interessavam e faltou com esclarecimento do cheque corporativo, gasto de maneira abusiva pelo Palácio do Planalto, pelo Gabinete do Presidente da República.

Sr. Senador José Agripino, o que nós vemos aqui é isso. Vamos falar das ONGs que estão por aí, da origem de um milhão e setecentos mil reais, que é o que o povo brasileiro quer saber. Enquanto o Governo não esclarecer de onde saíram, não adiantam os subterfúgios. Não adianta, Sr. Presidente, querer se tapar o Sol com a peneira. É preciso que se diga de quem era o dinheiro, como veio o dinheiro e quem é o responsável por ele.

Muito obrigado.