O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Sras e Srs. Senadores, volto a esta tribuna para registrar o excelente artigo do ex-Embaixador do Brasil nos EUA e na Grã -Bretanha, Rubens Barbosa, intitulado “Alckmin e as Negociações Comerciais”, veiculado no jornal O Globo, edição de 24 de outubro de 2006.

                   Na matéria, o Exmº Sr. Embaixador faz uma análise da política externa proposta no programa de governo do candidato Geraldo Alckmin, em contraposição à adotada pelo atual Governo. Barbosa ressalta que a fragilidade da política externa de Lula faz com que o Brasil experimente um momento de extrema delicadeza frente ao mercado internacional.

                   Segundo ele, a principal prioridade do governo do PT é a Rodada Multilateral de Doha, “que se encontra em grandes dificuldades para ser concluída de maneira satisfatória para os interesses do agrobusiness e da indústria nacionais”, comprometendo uma estratégia adotada pelo Brasil, desde 1990, de estabelecer relações comerciais externas em três níveis: multilateral, regional e bilateral, com resultados sempre positivos.

                   O Mercosul está praticamente paralisado, do ponto de vista institucional, e os acordos com o Grupo Andino não têm sido aprofundados, o que compromete inclusive a integração da América do Sul. Também não se observam os devidos esforços para a consolidação do Mercosul com a União Européia. O desinteresse demonstrado pelo Governo Federal acabou por suspender as negociações com a Alca. Enfim, o Brasil tem tido uma acanhada pífia no cenário de comércio internacional.

                   Em síntese, as principais ações a serem desenvolvidas serão:

1-     contribuir para o avanço e conclusão das negociações da Rodada de Doha ;

2-     concluir as negociações do acordo bilateral do Mercosul com a União Européia;

3-     promover reflexão sobre o Mercosul para melhor defender o interesse nacional;

4-     rever a proposta de criação da ALCA, reconhecendo as atuais dificuldades de forma a retomar a negociação hemisférica;

5-     ampliar o relacionamento bilateral com o Japão, EUA e União Européia, resguardando sempre os interesses nacionais;

6-     propor aprofundamento dos acordos bilaterais com os países membros da Aladi;

7-     ampliar o comércio com os países em desenvolvimento (Sul-Sul);

8-     criar iniciativas para melhor aproveitar as oportunidades de exportação para China, defendendo a indústria brasileira da competição chinesa;

9-     reduzir consideravelmente a burocracia na área de comércio exterior.

                   Cabe ainda salientar que o excelente artigo mereceu destaque na imprensa internacional, em matéria do jornal Le Monde. Nela, o diário francês reconhece que o programa de governo de Alckmin apresenta importantes correções de rumo em relação à atual política de comércio.

                   Sr. Presidente, por enriquecermos a nossa história nacional em momento marcante da nossa vida, requeiro a V. Exª o registro do artigo nos Anais do Senado Federal.

                   Era o que eu tinha a dizer.

                   Muito obrigado.

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR EDUARDO AZEREDO EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

“Alckmin e as Negociações Comerciais”, O Globo