Discurso durante a 177ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Esclarecimentos sobre o episódio narrado pelo Senador Heráclito Fortes, obtidas junto ao Dr. Paulo Lacerda, da Polícia Federal.

Autor
Ideli Salvatti (PT - Partido dos Trabalhadores/SC)
Nome completo: Ideli Salvatti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA. IMPRENSA.:
  • Esclarecimentos sobre o episódio narrado pelo Senador Heráclito Fortes, obtidas junto ao Dr. Paulo Lacerda, da Polícia Federal.
Aparteantes
Romeu Tuma.
Publicação
Publicação no DSF de 01/11/2006 - Página 33169
Assunto
Outros > SEGURANÇA PUBLICA. IMPRENSA.
Indexação
  • REGISTRO, INFORMAÇÕES, PAULO LACERDA, DIRETOR, POLICIA FEDERAL, EXISTENCIA, INQUERITO, INVESTIGAÇÃO, DENUNCIA, PERIODICO, VEJA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), IRREGULARIDADE, ATUAÇÃO, POLICIAL MILITAR, ENCONTRO, MEMBROS, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), VINCULAÇÃO, AQUISIÇÃO, DOCUMENTO, DIFAMAÇÃO, ADVERSARIO, ELEIÇÕES, ESCLARECIMENTOS, DEPOIMENTO, JORNALISTA, TESTEMUNHA.

            A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Agradeço a V. Exª, Srª Presidente.

            Conforme havia me comprometido, busquei entrar em contato com o Ministro Márcio Thomaz Bastos, que já estava no vôo. Iniciei a conversa, mas a ligação caiu e, portanto, não foi possível obter as informações do Ministro. Em seguida, tive a oportunidade de falar por telefone, com o Dr. Paulo Lacerda, que me deu as seguintes informações: há um inquérito aberto na Polícia Federal para investigar se houve ou não algum crime praticado por alguém daquela instituição, com relação ao que foi publicado na reportagem da revista Veja a respeito de uma reunião fora do horário, fora da legalidade da revista Veja a respeito de uma reunião fora do horário, fora da legalidade, entre o Sr. Gedimar e o Sr. Freud.

            Então, o inquérito que está aberto na Polícia Federal não é um inquérito para investigar jornalista não. É um inquérito para investigar se houve algum crime praticado, algum desvio de conduta de algum policial federal no episódio relatado na reportagem. Portanto, o inquérito tem como objetivo investigar os procedimentos da própria Polícia Federal, de pessoas que estão trabalhando na Polícia Federal.

            Para corroborar com esse inquérito, solicitou-se o testemunho de três jornalistas da Veja, que foram os responsáveis pela reportagem. Estavam acompanhando o depoimento o Ministério Público, na pessoa de uma procuradora, e também o advogado da revista Veja. A primeira a prestar depoimento foi a jornalista que respondeu a todas as perguntas. Respondeu o que quis, não sofrendo, segundo a informação do Dr. Paulo Lacerda, qualquer tipo de constrangimento.

            O delegado que promoveu o questionamento acompanhou a jornalista até a saída. No corredor, ela tentou conversar com o segundo jornalista que ia entrar para depor, o que não é permitido em depoimentos, até para que não haja contaminação ou combinação do que será apresentado no depoimento.

            Quando a jornalista tentou conversar com o segundo jornalista que ia depor, o delegado a advertiu de que não poderia conversar com ele antes do depoimento. Assim, a conversa não existiu. A jornalista saiu, e o segundo jornalista entrou para prestar depoimento. Isso é o que o Dr. Paulo Lacerda me informou do ocorrido.

            Portanto, como não tenho nenhum motivo para duvidar da palavra do Dr. Paulo Lacerda, faço questão absoluta de apresentar esse relato aqui no Plenário, conforme havia me comprometido.

            O Sr. Romeu Tuma (PFL - SP) - Senadora Ideli, queria só confirmar que o Paulo Lacerda...

            A SRª PRESIDENTE (Heloísa Helena. P-SOL - AL) - Tem a palavra V. Exª, Senador Romeu Tuma, e, depois, o Senador Heráclito, quando a Senadora concluir, com o aparte do Senador Romeu Tuma.

            O Sr. Romeu Tuma (PFL - SP) - O Dr. Paulo Lacerda realmente deu essas informações. O Dr. Geraldo, Superintendente de São Paulo, procurou saber e confirma esse depoimento da Senadora, que o recebeu do Paulo Lacerda. Ele se dispôs, se necessário for, mandar um fax para cá, dando todos os dados necessários. Realmente houve esse encontro na saída do local do depoimento. Eles garantem que ela foi acompanhada pelo advogado da Veja e também pela representante do Ministério Público, uma procuradora, que acompanhou o depoimento. E na saída, ao cruzar com o outro depoente, ela tentou falar com ele, mas foi aconselhada pelo delegado que não o fizesse, sob pena de trazer prejuízo aos dois depoimentos e dificuldade na conclusão do inquérito, que foi aberto em razão da denúncia feita pela Veja, para apurar se houve ou não encontro clandestino entre o policial aposentado e o Freud. Então não sei se é isso que o Paulo comunicou.

            A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Era isso, Srª Presidente. Acho que duas fontes. Quem sou eu? Mas o próprio...

            O Sr. Romeu Tuma (PFL - SP) - A fonte é uma só.

            A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - É a fonte é uma só.

            Mas o próprio Senador Romeu Tuma, que é uma das nossas principais autoridades quando se trata de Polícia Federal.

            É importante prestar os esclarecimentos, deixando bem consignado porque houve a reportagem - não quero mais tecer nenhum comentário a respeito dela. A reportagem provocou a abertura de um inquérito que vai investigar se houve ou não algum ato delituoso com relação a comportamento de delegados ou de servidores da Polícia Federal

            O Sr. Romeu Tuma (PFL - SP) - É de policiais.

            A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - É de policiais.

            O Sr. Romeu Tuma (PFL - SP) - Teriam facilitado o encontro clandestino ou dentro do xadrez, ou fora dele porque se noticiou que foi durante a madrugada. É isso que está sendo apurado por ordem da diretoria-geral para saber se houve comprometimento da atividade funcional de desrespeito à própria Instituição. 

            A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Era isso.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/11/2006 - Página 33169