Discurso durante a 169ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Elogios ao trabalho da Polícia Federal. Questionamentos com relação à origem e ao destino do dinheiro encontrado com o assessor do ex-secretário da Fazenda de Santa Catarina Max Bornholdt. Manifestação sobre matéria publicada pela revista Veja, a respeito de Freud Godoy, que desencadeou uma série de ações e pedido de intervenção do TSE.

Autor
Ideli Salvatti (PT - Partido dos Trabalhadores/SC)
Nome completo: Ideli Salvatti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), AMBULANCIA. ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), GOVERNO ESTADUAL. ELEIÇÕES. IMPRENSA.:
  • Elogios ao trabalho da Polícia Federal. Questionamentos com relação à origem e ao destino do dinheiro encontrado com o assessor do ex-secretário da Fazenda de Santa Catarina Max Bornholdt. Manifestação sobre matéria publicada pela revista Veja, a respeito de Freud Godoy, que desencadeou uma série de ações e pedido de intervenção do TSE.
Publicação
Publicação no DSF de 18/10/2006 - Página 31289
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), AMBULANCIA. ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), GOVERNO ESTADUAL. ELEIÇÕES. IMPRENSA.
Indexação
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, POLICIA FEDERAL, EFICACIA, RESULTADO, INVESTIGAÇÃO, ESPECIFICAÇÃO, TENTATIVA, MEMBROS, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), AQUISIÇÃO, DOCUMENTO, DIFAMAÇÃO, ADVERSARIO, ELEIÇÕES, NECESSIDADE, DESCOBERTA, ORIGEM, DINHEIRO, ATO ILICITO.
  • CRITICA, EMPRESARIO, EX MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA SAUDE (MS), ANTERIORIDADE, GOVERNO, PARTICIPAÇÃO, FRAUDE, LICITAÇÃO, AMBULANCIA, QUESTIONAMENTO, BARJAS NEGRI, EX MINISTRO, NEGAÇÃO, DEPOIMENTO, POLICIA FEDERAL, NECESSIDADE, SOLICITAÇÃO, PROTEÇÃO, POLICIAL, SUSPEITO.
  • QUESTIONAMENTO, CANDIDATO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), ESCLARECIMENTOS, ORIGEM, DESTINO, DINHEIRO, ASSESSOR, SECRETARIA DE FAZENDA, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), COLIGAÇÃO, REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), PARTIDO DA FRENTE LIBERAL (PFL).
  • LEITURA, TRECHO, ARTIGO DE IMPRENSA, PUBLICAÇÃO, CRITICA, PERIODICO, VEJA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), MANIPULAÇÃO, INFORMAÇÕES, FAVORECIMENTO, ELEIÇÃO, CANDIDATO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), ESPECIFICAÇÃO, INEXATIDÃO, ACUSAÇÃO, ASSESSOR, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, PARTICIPAÇÃO, SOLICITAÇÃO, OPOSIÇÃO, INTERVENÇÃO, TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE), INVESTIGAÇÃO, ATO ILICITO.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, agradeço-lhe.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em primeiro lugar, quero dizer que inúmeras vezes já ocupei esta tribuna para elogiar o trabalho da Polícia Federal, que recentemente tem dado demonstrações inequívocas, contundentes, da eficiência de seu trabalho e do resultado irrepreensível de suas mais de 300 operações - ainda nesta semana houve o resultado de mais algumas delas -, desmontando quadrilhas, desmontando esquemas. Em grande parte, eram situações que se arrastavam há muitos e muitos anos, em alguns casos até décadas, de contravenções, de ilícitos, de crimes.

Tenho vindo com muita freqüência elogiar esse trabalho, como no caso da tentativa de compra de informações, de documentos, que só vieram a público, que só apareceram por conta do trabalho dessa Polícia Federal.

Várias vezes, vim à tribuna para falar da importância de que as investigações ocorram com toda a tranqüilidade, porque a Polícia Federal, que vem demonstrando uma atitude absolutamente republicana e eficiente, não pode - é o que estão tentando fazer agora, entre ontem e hoje - ser desqualificada, desmerecida. Estão, inclusive - usando uma palavra que voltou à baila -, querendo privatizar a ação da Polícia Federal, porque precisa haver gente lá para supervisionar se ela está trabalhando de acordo, tendo em vista que o resultado não aparece, conforme, talvez, alguns líderes de Oposição gostariam.

Muitas vezes vim à tribuna para dizer que é absolutamente imprescindível que haja a conclusão das investigações, para se descobrir quem esteve envolvido na tentativa de compra, para se descobrir de onde veio o dinheiro. Também é absolutamente imprescindível descobrir o que há de verídico ou não nos tais tão famosos documentos do tão famoso dossiê.

Aliás, o Sr. Abel Pereira, que, conforme toda a imprensa noticia, é um dos principais vínculos com o esquema no período em que mais se superfaturou e se comercializou ambulância no sistema sanguessugas, que foi exatamente o período em que estiveram à frente do Ministério o Sr. Serra e o Sr. Barjas Negri, não foi depor ontem, não apareceu. Talvez tenhamos até de pedir proteção, não é, Senador Suplicy? O homem desapareceu e talvez até esteja correndo perigo. Talvez seja necessário, como já aconteceu outras vezes aqui, pedir proteção policial para que ele possa vir prestar as informações absolutamente necessárias, para que a investigação daquele período, em que, nada mais nada menos, do que setecentas das quase novecentas ambulâncias foram comercializadas, possa ter publicidade, para que a investigação flua.

Com relação à origem do dinheiro, estou aguardando a informação com muita ansiedade, Senador Marcos Guerra. Nosso adversário na disputa presidencial vai visitar Santa Catarina no dia 21. Como ele tem insistido na pergunta “de onde veio o dinheiro, de onde veio o dinheiro, de onde veio o dinheiro?”, estou louca para que ele chegue a Santa Catarina e continue perguntando de onde veio o dinheiro. Em Santa Catarina, em agosto, houve a apreensão de, nada mais nada menos, dois milhões de dólares, de reais e de euros, com alguém que era o principal assessor do Secretário de Fazenda do Governo do Estado de Santa Catarina, que está preso. O advogado pediu habeas corpus, para que ele pudesse responder em liberdade o inquérito, mas o juiz não o concedeu. Na decisão do juiz, estão explicitados os motivos, e, entre muitas razões, está a de que há fortes indícios no rastreamento que eles estão fazendo do dinheiro... Veja que lá ainda não conseguimos descobrir de onde veio o dinheiro, e também não se sabe para onde ia o dinheiro efetivamente. Mas, na decisão do juiz negando habeas corpus para o Sr. Aldo Hey, assessor especial do ex-Secretário da Fazenda Max Bornholdt, do Governo do Estado de Santa Catarina, é dito que há fortes indícios de que uma parte do dinheiro poderia ir para o alto escalão do Governo do Estado. Isso está na decisão do juiz, para negar o habeas corpus.

Estou com muita expectativa de que o Sr. Geraldo Alckmin chegue a Santa Catarina. Ele está embalado e preparado para continuar só perguntando de onde veio o dinheiro, e eu estou louquinha para que ele pergunte, em Santa Catarina, para a tríplice aliança, que envolve PMDB, PSDB e PFL no Estado, de onde vieram os mais de dois milhões apreendidos em agosto, pois ainda não temos bem claro de onde esse dinheiro veio e para onde ia. Talvez eu ouça alguém do PFL ou do PSDB cobrando isso com a mesma veemência que já tive oportunidade de impor aqui, da tribuna, porque temos, como o Presidente também já disse, todo o interesse em elucidar tudo isso, para que todas essas investigações cheguem efetivamente ao...

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - V. Exª me permite um aparte?

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - O Regimento me dá o direito de conceder o aparte se eu quiser ou não, não é, Senador Marcos Guerra? Eu não ia falar nada sobre isso hoje.

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - V. Exª me permite um aparte?

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Não, Senador, não.

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - V. Exª me permite um aparte?

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Não, Senador, eu não permito o aparte.

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - Mas que coisa! Que democracia! Que arrogância! Que prepotência!

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Senador Heráclito Fortes, o tempo é meu.

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - V. Exª acabou de dizer que quer ouvir do PFL. O PFL está aqui para responder a V. Exª. Abaixe o dedo! Seja humilde!

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Senador Heráclito, eu não lhe concedi o aparte. Portanto, deixe-me falar, até porque eu não ia falar sobre esse assunto.

O SR. PRESIDENTE (Marcos Guerra. PSDB - ES) - Senador Heráclito...

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Eu não ia falar sobre esse assunto.

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - Ela não quer falar sobre outros processos de Santa Catarina.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Eu ia falar sobre outro assunto.

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - Ela não quer falar de outros processos que tramitam na Justiça de Santa Catarina.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Sr. Presidente, V. Exª pode me garantir a palavra?

O SR. PRESIDENTE (Marcos Guerra. PSDB - ES) - A recusa da permissão para o aparte será sempre compreendida em caráter geral, ainda que proferida em relação a um só Senador.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Agradeço-lhe.

O SR. PRESIDENTE (Marcos Guerra. PSDB - ES) - O aparte proferido sem permissão do orador não será publicado.

Tem a palavra a nobre Senadora.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Agradeço-lhe, Sr. Presidente.

Não há uma vez em que eu use a tribuna e em que eu não seja provocada antes, durante ou depois. Então, use o tempo que quiser, mas não venha usar o meu tempo, até porque meu tempo hoje não era para falar sobre isso! Só estou falando disso, porque o assunto veio e, então, tem de ser respondido.

Volto a afirmar: estou com muita ansiedade, aguardando a chegada do Sr. Geraldo Alckmin a Santa Catarina, para que ele faça a pergunta aos que estão aliados no Estado, que sofreram essa apreensão.

O caso em Santa Catarina é bastante interessante: o Sr. Aldo Hey veio, trazido pelo Governo do Estado, do Paraná. Ele não é de Santa Catarina. Ele veio porque ele estudou junto - esta, pelo menos, foi a informação prestada - com o Vice-Prefeito de Joinville, o filho do Sr. Max Bornholdt, que era Secretário de Estado. O Prefeito de Joinville é do PSDB - ali há uma coligação -, e o Secretário da Fazenda o colocou lá para fazer algo muito interessante. Ele veio para implantar em Santa Catarina um procedimento de redução de impostos na área de importação, que foi desmontado exatamente pela Operação Dilúvio, na qual ele foi preso, o que ocorreu exatamente por estas questões: redução de impostos e pagamentos na área de importação de forma fraudulenta.

Então, veicula-se toda a ligação: é amigo do filho do Secretário da Fazenda, que é, nada mais, nada menos, o Vice-Prefeito de Joinville, a maior cidade do Estado, administrada pelo PSDB. A aliança entre PSDB, PMDB e PFL tem o apoio integral e efusivo do Presidente Nacional do PFL.

Por isso, estou aguardando com muita ansiedade que a resposta de onde veio e onde iria ser utilizado o dinheiro lá de Santa Catarina também possa ser feita com a mesma ênfase com que nos cobram permanentemente em uma investigação que está em andamento e que, inclusive, é bem mais recente do que a investigação de Santa Catarina.

Mas o que me trouxe à tribuna foi outra questão. Eu queria dar ciência de várias matérias e de artigos que tratam da imprensa, de alguns episódios que pontuaram a última quinzena, por meio de reportagens que saíram ou que deixaram de sair, e de como vários jornalistas de grande peso e de renome em nosso País os estão avaliando. Não vai dar tempo de fazê-lo, obviamente - terei de produzir isso no próximo pronunciamento -, mas eu não poderia deixar de registrar o caso da reportagem da revista Veja, que desencadeou uma série de ações da Oposição, entre elas a reunião de Líderes, a ida ao Tribunal Superior Eleitoral, a questão do pedido de intervenção ou de acompanhamento. Não entendi bem o que querem do Tribunal Superior Eleitoral com relação à investigação que a Polícia Federal está comandando.

Há algumas coisas que gostaria de reproduzir, como o texto de Alceu Nader. Passo, portanto, a lê-lo:

A quinze dias da eleição, a revista Veja mostra outra face de seu “jornalismo moderno” com reportagem de capa de difícil digestão. A intenção da revista é mostrar que Freud Godoy, o assessor de Segurança da Presidência que acompanha Lula desde os anos 80, tem culpa no cartório - apesar de o noticiário mostrar exatamente o contrário. Freud Godoy esteve sob suspeição unânime da imprensa até dia 8 passado, quando o jornalista Elio Gaspari escreveu:

FREUD GODOY precisa ser explicitamente exonerado...

(Interrupção do som.)

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Permita-me concluir, Senador. Foi conturbado o pronunciamento, mas faço questão de fazer a leitura do artigo, se V. Exª permitir.

FREUD GODOY precisa ser explicitamente exonerado das suspeitas que o levaram a um patíbulo moral. De acordo com o atual estágio das investigações das traficâncias petistas, ele nada teve a ver com o episódio do dossiê Vedoin. Enquanto houver alguém assegurando o contrário, a injustiça e o linchamento prevalecerão sobre a lei e o direito.

Gaspari foi diretor-adjunto da revista e formou a direção e mais da metade de seus editores. Por medo ou respeito, a reportagem não se refere a ele, mas apenas que “Freud tem desfilado por colunas jornalísticas e eventos sociais como um injustiçado”.

O enrolado da semana cobre Godoy de suspeitas e juízos prévios, envolvendo o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e a Polícia Federal, instituição que hoje é respeitada pelos serviços apresentados. A trama delituosa descrita pela revista reside na denúncia de suposta quebra de procedimento burocrático da custódia da PF, que teria sido inspirada pela ação do ministro da Justiça para impedir o aprofundamento das investigações sobre Godoy, dentro de “um padrão mais ou menos constante na crônica policial do Governo petista”.

Com uma ilação aqui e outro pré-juízo prévio ali, a capa sustenta-se em telefonemas que a reportagem diz ter presenciado entre terceiros, além de um “relatório encaminhado a Veja por três delegados”.

Nomes dos delegados? Não. Provas da seqüência delituosa? Nenhuma. Coragem de assumir tudo o que está escrito? Também não.

Entre uma suspeita e outra contra Godoy, entre fatos e fotos já divulgados, o texto desmente o que dissera pouco antes, ressaltando que não há prova para confirmar as ilações e juízos. Incapaz de apresentar indícios mais consistentes, sugere a quebra do sigilo bancário de Godoy que, desgostosamente, depende da Justiça.

O único fato concreto relatado na reportagem é o testemunho de dois telefonemas, que a reportagem diz ter presenciado, e uma folha impressa, sem timbre, com “um relato escrito por três delegados da Polícia Federal encaminhado a VEJA”.

Os inominados relatam uma quebra de procedimento que possibilitou a realização de um encontro entre Godoy e Gedimar Passos, preso pela Polícia Federal, junto com Valdebran Padilha, com o R$1,7 milhões que seria pago pelo dossiê furado. Segundo o “relato”, Gedimar reuniu-se a portas fechadas com aquele que ele mesmo incriminara horas antes com o “Freud ou Froud”. O encontro, diz a revista, ocorreu fora da área de carceragem e sem protocolo assinado - o que é irregular.

O diretor da Polícia Federal em São Paulo, Severino Alexandre, nega a possibilidade disso ter acontecido, mas pouco adianta. Para a revista, os autores não identificados do “relato” têm maior credibilidade. Para eles, Severino Alexandre é suspeito, pois “facilitou” o encontro e pressionou Jorge Herculano, chefe da custódia, a atropelar a burocracia para salvar a pele de Freud Godoy.

Herculano seria a testemunha-chave do enredo criminoso. Ele é o que estaria do outro lado da linha dos telefonemas de dois delegados (também não identificados) que a reportagem diz ter presenciado. Mas Herculano também nega a história. De novo, pouco adiantou. A revista diz que ele “não confirmou a história que narrara aos colegas pelo telefone. Mas deu um jeito de dizer que também não a desmentia”.

Que jeito foi esse? Uma piscadinha? Um movimento de sobrancelha? A revista não explica.

A aposta na estupidez do leitor aparece logo nas primeiras linhas da reportagem. “Nessa operação aparece o que pode ser a impressão digital de um personagem muito próximo do presidente Lula”. Pode ser como também não pode, mas isso não é problema. Não se discute a credibilidade nem a ética jornalística. Para se livrar de qualquer responsabilidade, a revista aventa a possibilidade de os denunciantes não identificados serem do PSDB.

Tudo bem, publica-se assim mesmo e, por cima, com destaque de capa. O que vale é dar munição para o horário político de Alckmin na tevê na reta de chegada da campanha. É esperar para ver. (Sic.)

Essa matéria mostra o que foi essa reportagem que serviu de base para todos os factóides criados desde a sua publicação - os que foram criados ontem e hoje e os que o serão nos próximos dias.

Tenho comigo, Sr. Presidente, outras matérias, outros depoimentos de jornalistas a respeito dos procedimentos adotados no primeiro turno e, agora, no segundo turno, bem como a respeito da manipulação de informações, de dados, da veiculação de situações, pela metade, por órgãos da imprensa. Mas sobre essa matéria da Veja eu não poderia deixar de fazer o registro, pela forma tendenciosa e absurda com que busca objetivamente influenciar o resultado eleitoral, como já ocorreu em outros episódios, em outras eleições.

Não bastasse tudo isso, vale o registro da decisão do Tribunal Superior Eleitoral, que mandou a Veja retirar, em todo o País, os outdoors. Ela sabe que está proibida a veiculação de imagens por meio de outdoors na campanha eleitoral, mas sua capa estranhamente traz o Sr. Geraldo Alckmin.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/10/2006 - Página 31289