Discurso durante a 178ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Congratulações ao presidente Lula pela vitória alcançada no pleito eleitoral e expectativa quanto aos compromissos assumidos com o povo brasileiro e o Estado de Rondônia.

Autor
Valdir Raupp (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Valdir Raupp de Matos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES. DESENVOLVIMENTO REGIONAL. POLITICA ENERGETICA.:
  • Congratulações ao presidente Lula pela vitória alcançada no pleito eleitoral e expectativa quanto aos compromissos assumidos com o povo brasileiro e o Estado de Rondônia.
Publicação
Publicação no DSF de 02/11/2006 - Página 33286
Assunto
Outros > ELEIÇÕES. DESENVOLVIMENTO REGIONAL. POLITICA ENERGETICA.
Indexação
  • REGISTRO, REELEIÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, ANALISE, DADOS, VOTAÇÃO, PRIMEIRO TURNO, SEGUNDO TURNO, ESTADO DE RONDONIA (RO), CONGRATULAÇÕES, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), RESULTADO, ELEIÇÕES.
  • EXPECTATIVA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, REFORMULAÇÃO, PAIS, INCENTIVO, CRESCIMENTO ECONOMICO, NECESSIDADE, INVESTIMENTO, SANEAMENTO BASICO, RODOVIA, FERROVIA, HIDROVIA, FAVORECIMENTO, ESCOAMENTO, PRODUÇÃO, AGRICULTURA, ESTADO DE RONDONIA (RO).
  • COBRANÇA, URGENCIA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, CONSTRUÇÃO, USINA HIDROELETRICA, RIO MADEIRA, GASODUTO, RIO URUCU, ESTADO DO AMAZONAS (AM), PORTO VELHO (RO), ESTADO DE RONDONIA (RO), PREVENÇÃO, CRISE, ENERGIA, REGISTRO, CONFLITO, GOVERNO BRASILEIRO, GOVERNO ESTRANGEIRO, PAIS ESTRANGEIRO, BOLIVIA, PREJUIZO, FORNECIMENTO, GAS NATURAL.

O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, com certeza, vou economizar um pouco desse tempo para os próximos oradores.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, com muita alegria, com imensa satisfação, quero cumprimentar o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela brilhante vitória alcançada no último domingo. Uma vitória incontestável, Srªs e Srs. Senadores. Quando mais de 60% da população deposita sua confiança num homem público, há que se pensar sobre o assunto; há que se admitir que muita coisa boa ele fez por seu povo e por seu País.

Para mim, especialmente, o resultado foi ainda mais gratificante por uma razão particular: em meu Estado, Rondônia, o Presidente Lula conseguiu uma vitória consagradora no segundo turno. Na primeira rodada das eleições, realizada em 1º de outubro, o Presidente obteve cerca de 330 mil votos, correspondentes a 45% do total. Pois bem, no segundo turno, quatro semanas depois, seu crescimento foi espantoso: foram dados ao Presidente 397 mil votos, quase 400 mil votos, que representaram 55% do total. Um avanço de dez pontos percentuais em menos de um mês. E o Presidente perdeu a eleição no meu Estado no primeiro turno. Acredito que, infelizmente, as alianças que o candidato Alckmin realizou em outros Estados, inclusive em Rondônia, fizeram com que ele diminuísse a votação do primeiro turno, e o Presidente Lula, assim, se consagrasse o mais votado no meu Estado. Em três Estados, o Presidente conseguiu virar a seu favor no segundo turno: Distrito Federal, Rondônia e no Estado do Acre.

Para esse resultado, diga-se, a bem da verdade, que muito contribuiu a atuação do PMDB no Estado de Rondônia; uma atuação coordenada, com grande empenho, pela Deputada Marinha Raupp, a mais votada do Estado, a quem também gostaria de cumprimentar nesta ocasião.

De modo, Sr. Presidente, que temos muito a comemorar: não só a votação consagradora do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em todo o território nacional, como, particularmente, os bons resultados alcançados por ele e por meu Partido no meu querido Estado de Rondônia.

Mas, se o momento é de comemorações, Srªs e Srs. Senadores, isso não impede que tenhamos os olhos postos no futuro. É por esse motivo que me permito, aqui, falar dos compromissos assumidos em campanha pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E é por esse motivo que me permito falar, em especial, dos compromissos assumidos com o povo de Rondônia.

Eu sei que quatro anos é pouco. Eu, que já fui Prefeito por duas vezes, fui Governador do meu Estado, sei que quatro anos, às vezes, é pouco tempo para planejar e para construir, principalmente, grandes empreendimentos. Mas o Presidente Lula tem uma chance de ouro, tanto para planejar o País, porque parte já está planejada, como para construir o futuro deste País. Ele tem uma chance de ouro também para fazer as reformas necessárias no Congresso Nacional, reformas que não foram possíveis no primeiro mandato. Com certeza, algumas já engrenadas, já iniciadas e não concluídas ainda, como a reforma tributária, a reforma política e tantas outras importantes para a sustentação do crescimento econômico do País.

Em meu Estado, Sr. Presidente, são inadiáveis os investimentos na área de saneamento básico, na área de estradas, de transportes, de hidrovias, de ferrovias, das vias de escoamento da produção não só de Rondônia, mas também de Mato Grosso e do Acre, Estados vizinhos interligados pelas nossas hidrovias e rodovias.

São importantes também os apoios na área da agricultura. O agronegócio vem sofrendo nos últimos anos. O Governo Lula foi bom para a agricultura nos primeiros anos, talvez nos primeiros dois anos, mas muito complicado nos últimos dois, provavelmente pela conjuntura internacional. Há certos produtos brasileiros que não dependem apenas da vontade política de um governante para que tenham bons preços. Eles dependem muito mais da conjuntura internacional do que nacional. Assim é com a soja, com o café, com o gado. As commodities, em geral, dependem do mercado internacional e não do nacional, mas, por meio do crédito, de linhas de financiamento mais fáceis, a juros subsidiados, talvez seja possível resolver de imediato o problema da agricultura e da pecuária no País.

Da mesma maneira, são inadiáveis investimentos em dois projetos da mais alta relevância para o meu Estado e para o Brasil, que são as usinas hidrelétricas do rio Madeira e o gasoduto Urucu-Porto Velho. Como sabem meus Pares, esses projetos se transformaram quase em idéia fixa para mim. Cerca de 80% a 90% de meus pronunciamentos dizem respeito a esses dois projetos que contemplam o povo do meu Estado, que são as usinas do Jirau e de Santo Antonio, no rio Madeira, e o gasoduto Urucu-Porto Velho, dois projetos importantíssimos para o desenvolvimento do Estado e também para o Brasil, porque nós sabemos das dificuldades energéticas que vamos enfrentar daqui a quatro, cinco anos. As usinas de Santo Antonio e Jirau, no rio Madeira, não são importantes apenas para o Estado de Rondônia ou para a Região Norte, mas, como já falei, Srªs e Srs. Senadores, são essenciais ao próprio desenvolvimento do Brasil, para sustentar o crescimento da economia do nosso País.

Lembro que, em novembro do ano passado - há quase um ano, portanto -, expressei aqui desta tribuna minha preocupação com as iniciativas governamentais na área de geração de energia. Naquela ocasião, apresentei uma lista de empreendimentos sem restrições legais e ambientais para entrada em operação, elaborada pela Agência Nacional de Energia Elétrica - Aneel. Pela lista, Sr. Presidente, o Brasil chega ao final desta década sem oferta de energia suficiente para dar conta da demanda.

Voltei ao assunto em outras oportunidades, sempre destacando que o complexo do rio Madeira, ao agregar mais de 7 mil megawatts à capacidade de geração de energia elétrica do nosso País, contribuirá - e muito - para que não sejamos surpreendidos por novos colapsos na oferta, como já ocorreu no passado.

Quanto ao gasoduto Urucu-Porto-Velho, a outra de minhas idéias fixas, Sr. Presidente, os argumentos para sua imediata implementação também são fortíssimos. Um deles, por sinal, é bem recente: a crise nas relações entre o Brasil e a Bolívia, por conta do gás natural. Até hoje. Nos últimos dias, são manchetes e mais manchetes dando conta da crise que se instalou entre o governo brasileiro e o governo boliviano.

Ora, Sr. Presidente, como sempre digo aqui, e não canso de dizer, temos em Urucu - a reserva petrolífera do Amazonas, muito próxima do meu Estado - imensas reservas de gás natural inexploradas. Não são da Bolívia. Não são da Venezuela. Não são dos Estados Unidos. São nossas. São reservas nacionais, do Brasil, sem interferência de ninguém. São do povo brasileiro. Não obstante, todos os dias, o gás natural de Urucu é queimado e jogado na atmosfera, ou reinjetado no solo, com grande prejuízo para nosso País. Isso enquanto nos submetemos a desgastantes e constrangedoras negociações com o país vizinho.

Além disso, Srªs e Srs. Senadores, o gás natural é mais barato e menos poluente que as fontes de energia que lhe fazem concorrência. Logo, não podemos desprezar o gás colocado em nosso território pelo Criador. Devemos viabilizar, com urgência, a construção do gasoduto Urucu-Porto Velho.

Essas, Sr. Presidente, são as razões que me trazem à tribuna.

De um lado, cumprimento o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela magnífica demonstração de força e prestígio junto aos eleitores brasileiros; de outro lado, conclamo-o a cumprir, com a máxima urgência, os compromissos assumidos com o povo brasileiro, especialmente com o povo de Rondônia.

Sr. Presidente, nobres Senadores Paulo Paim e Garibaldi Alves Filho, gostaria muito de não ter de voltar a esta tribuna para cobrar novamente essas ações do Governo Federal. Espero que os Ministros do Presidente Lula se empenhem e que o próprio Presidente se empenhe pessoalmente para resolver o mais rápido possível o início e o andamento de duas obras tão importantes para meu Estado e para o Brasil, as usinas do Madeira e o gasoduto de Urucu-Porto Velho, sem desprezar também os investimentos para rodovias, agricultura, educação, saúde, saneamento básico, ações fundamentais que beneficiam nosso povo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/11/2006 - Página 33286