Discurso durante a 180ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

A aquisição da empresa canadense Inco pela Companhia Vale do Rio Doce, que se tornou a segunda maior empresa mineradora do mundo.

Autor
Luiz Otavio (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PA)
Nome completo: Luiz Otavio Oliveira Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA MINERAL.:
  • A aquisição da empresa canadense Inco pela Companhia Vale do Rio Doce, que se tornou a segunda maior empresa mineradora do mundo.
Publicação
Publicação no DSF de 08/11/2006 - Página 33889
Assunto
Outros > POLITICA MINERAL.
Indexação
  • ELOGIO, COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD), AQUISIÇÃO, EMPRESA ESTRANGEIRA, PAIS ESTRANGEIRO, CANADA, EXPLORAÇÃO, NIQUEL, PREVISÃO, AUMENTO, RECEITA, EMPRESA DE MINERAÇÃO, REGISTRO, DADOS.
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD), SUPERIORIDADE, EXPLORAÇÃO, FERRO, MANGANES, COBRE, CAULIM, OURO, POTASSIO, NIQUEL, BAUXITA, ALUMINIO, MUNICIPIOS, ESTADO DO PARA (PA).
  • REGISTRO, ATENÇÃO, EMPRESA DE MINERAÇÃO, POLITICA DO MEIO AMBIENTE, PRESERVAÇÃO, RECUPERAÇÃO, FLORESTA AMAZONICA, IMPLANTAÇÃO, MANEJO ECOLOGICO, EDUCAÇÃO, MEIO AMBIENTE.
  • SAUDAÇÃO, PRESIDENTE, COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD), CONTRIBUIÇÃO, AUMENTO, FATURAMENTO, EMPRESA DE MINERAÇÃO, AMPLIAÇÃO, SUPERAVIT, BALANÇA COMERCIAL, BRASIL.

            O SR. SENADOR LUIZ OTÁVIO (PMDB - PA. Sem apanhamento taquigráfico.) - Vale do Rio Doce - Segunda maior empresa mineradora do mundo

            Sr Presidente, Srªs Senadoras e Srs Senadores,

            A Companhia Vale do Rio Doce tornou-se a segunda maior empresa mineradora do mundo, ao comprar a canadense Inco, líder no mercado mundial de níquel.

            A aquisição da prestigiosa empresa canadense, Senhor Presidente, vem coroar um processo de contínuo crescimento e de grandes conquistas da Companhia Vale do Rio Doce, que se inicia, a bem da verdade, com a sua fundação no Governo Getúlio Vargas, há pouco mais de 60 anos.

            Cerca de um ano atrás, registrei, deste Plenário, a aquisição pela Vale do Rio Doce do controle acionário de outra mineradora canadense, a Canico, dona da mina de níquel de Onça Puma, no Pará, o que demonstra o impressionante dinamismo econômico da companhia brasileira.

            Trata-se, sem dúvida, de um feito notável constituir, em um país em desenvolvimento, uma empresa mineradora de tamanho porte e competência, presente hoje em 18 países de 5 continentes.

            A aquisição de 75% do capital da centenária Inco, a International Nickel Company, pela Vale do Rio Doce, ao custo de 13,4 bilhões de dólares, causou considerável impacto no mercado econômico-financeiro e na imprensa de todo o mundo. Não por acaso, pois foi a maior aquisição já realizada por uma empresa latino-americana em toda a história. Ainda em desdobramento da transação comercial, nesta segunda-feira, dia 06 de novembro, Senhor Presidente, foi anunciada a adesão de mais acionistas da canadense Inco à oferta de compra da Companhia Vale, subindo para 86,57% a participação do grupo brasileiro no capital da empresa.

            Eis mais uma confirmação, Senhoras e Senhores Senadores, de que as empresas brasileiras podem não apenas ser bem sucedidas, mas também competir com ousadia no mercado globalizado. "Pensar grande" e globalmente já não é uma prerrogativa das empresas dos países desenvolvidos.

            A Vale que sai dessa operação será muito maior e mais forte do que a atual empresa, já uma incontestável gigante da mineração.

            A Companhia Vale do Rio Doce continua a ter no minério de ferro o carro-chefe de sua produção, responsável atualmente por 55% da receita da empresa. Ela é a maior produtora e exportadora de minério de ferro do mundo, com participação de quase um terço - 32% - do mercado transoceânico.

            A Vale é a segunda maior produtora de manganês e ferro-ligas, participando com 11% no mercado transoceânico. Outros minerais por ela explorados com competência tecnológica e econômica são o caulim, o potássio, o cobre, o ouro e a cadeia bauxita-alumina-alumínio.

            A exploração de níquel pela empresa brasileira ainda se encontra em patamares modestos, mas o suficiente para torná-la, com a aquisição da Inco, a maior produtora desse metal, uma vez que a canadense detém o título de segunda produtora mundial e a primeira na posse de reservas.

            A Vale, ao adquirir a Inco, vai ampliar sua presença física de 18 para 40 países, passando a ter 40% de seus ativos no exterior. O faturamento anual da nova Vale deve chegar ao patamar de 21 bilhões de dólares, valor que supera as receitas mundiais de gigantes como a Coca-Cola e a Goodyear, como assinala matéria da revista IstoÉ Dinheiro.

            A compra das ações da Inco com depósitos à vista, fundamental para a vitória da oferta da Vale, foi viabilizada por uma linha de financiamento de dois anos com 4 grandes bancos, que garantiu os 18 bilhões de dólares necessários para a compra de 100% das ações. A Vale pode substituir este financiamento por empréstimos de longo prazo, já tendo obtido ofertas de 18 bancos que chegam a 33 bilhões de dólares.

            Não há como deixar de parabenizar a lucidez e o arrojo empresarial do presidente da Vale, Roger Agnelli. Na direção da empresa desde 2001, ou seja, 4 anos após sua privatização, o economista e executivo, juntamente com sua equipe, tem incontestes méritos no crescimento mais que significativo apresentado nesse período.

            Para todo o Brasil e, em particular, para o nosso Estado do Pará, a importância da Vale do Rio Doce é muito grande. 

            A Vale está presente em 14 estados brasileiros, empregando diretamente 33 mil pessoas. Mas é no Estado do Pará que a empresa concentra seus maiores investimentos, nele explorando quase todos os seus principais produtos: minério de ferro, manganês, caulim, cobre, bauxita, alumina e alumínio.

            Destaca-se, antes de tudo, o grandioso Projeto Carajás, onde está a maior mina da Vale e a maior jazida de minério de ferro do mundo. Para viabilizar sua implementação, foram construídas as usinas de Tucuruí e a ferrovia de quase mil quilômetros que conduz aos portos maranhenses de Itaqui e Madeira, induzindo vigorosamente o progresso na região até os dias de hoje.

            Mas o melhor desse progresso, Senhoras e Senhores Senadores, é que as variáveis ambientais foram consideradas desde a fase de concepção do Projeto, ou seja, em um momento em que essa prática ainda não era exigida pela legislação e estimulada pelos certificados internacionais.

            A preocupação com a qualidade ambiental, reconhecida como um dos mais rigorosos requisitos do mercado internacional, permanece como uma marca da Vale do Rio Doce. A companhia é responsável pela preservação de mais de 1 milhão e 200 mil hectares de florestas nativas, a maior parte deles em terras paraenses.

            As atividades de conservação, de recuperação de áreas degradadas, de manejo de florestas e de educação ambiental, entre outras, são coordenadas pelo Instituto Ambiental Vale do Rio Doce, que abriu em 2003 uma filial em Carajás.

            Também estão em nosso Estado, Senhor Presidente, as duas minas onde a Vale iniciava sua exploração de níquel - a já referida Onça Puma e a mina de Vermelho, em Carajás. Certamente, ambos os projetos vão beneficiar-se da transferência de tecnologia de mineração do níquel da tradicional empresa canadense recém-adquirida.

            Não quero deixar de referir-me à ampla política de responsabilidade social desenvolvida por meio da Fundação Vale do Rio Doce, com grande destaque para a área de educação. Estima-se que 3 milhões de pessoas sejam beneficiadas pelos projetos sociais da Vale, com um orçamento anual de cerca de 40 milhões de reais.

            Por fim, Senhoras e Senhores Senadores, devemos mencionar que é a Vale a maior empresa de logística nacional, operando mais de 9 mil quilômetros de malha ferroviária e 10 terminais portuários próprios; e, não por acaso, ela é a empresa que mais contribui pra o superávit da balança comercial brasileira.

            Por todas essas razões, Senhor Presidente, por tudo que a Companhia Vale do Rio Doce conquistou para o nosso País e o muito mais que irá conquistar, devemos apontá-la como exemplo e parabenizá-la.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/11/2006 - Página 33889