O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, eu gostaria apenas de dizer que o fato é mais grave do que se imagina, a partir do momento em que a Liderança do Partido dos Trabalhadores tenta justificar o ato. E isso porque não questionei o teor da matéria. Apenas mencionei o fato de se terem colocado os repórteres sob movimentação limitada, cerceando-lhes o direito de ir e vir, e a maneira como os fatos aconteceram.

            Creio que tudo isso é de uma gravidade que nem sei como justificar, mas, a partir do momento em que a Liderança do Partido dos Trabalhadores tenta justificar essa atitude, quero crer que esse assunto não é surpresa e que o episódio é bem mais grave do que imaginamos.

Alguns integrantes desse Partido passaram por vexames e constrangimentos em busca de caminhos para a liberdade de imprensa, em busca de caminhos para o reencontro do País com a liberdade. E a imprensa brasileira teve um papel fundamental e predominante nesse feito. Portanto, não é aceitável que esse Partido esqueça tudo isso e justifique atitudes arbitrárias - e nem quero chegar a dizer que isso ocorreu por ordem ou por determinação de quem quer que seja.

O fato é que a violência não se justifica.

A imprensa brasileira tem um código a ser respeitado. Existe a Lei de Imprensa, que coloca penalidades e responsabilidades sobre aqueles que infringem essa legislação. Daí por que o melhor caminho é o da Justiça e não o das salas fechadas da Polícia Federal, para, usando a prerrogativa que o poder lhes confere, fazer esse tipo de abordagem, sem sequer dar o direito de defesa por intermédio de um advogado, assegurado por lei.

É muito triste ouvir-se no dia de hoje, em que se prega de norte a sul o início de uma era de conciliação, uma justificativa como essa, que é, nada mais, nada menos, a manifestação de um desejo autoritário e apenas o início do que, pelo que se prevê, vem por aí.

Muito obrigado.