Discurso durante a 177ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Repúdio ao constrangimento sofrido por jornalista da revista Veja pela Polícia Federal.

Autor
Antonio Carlos Magalhães (PFL - Partido da Frente Liberal/BA)
Nome completo: Antonio Carlos Peixoto de Magalhães
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
IMPRENSA.:
  • Repúdio ao constrangimento sofrido por jornalista da revista Veja pela Polícia Federal.
Publicação
Publicação no DSF de 01/11/2006 - Página 33164
Assunto
Outros > IMPRENSA.
Indexação
  • CRITICA, MEMBROS, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), AGRESSÃO, PERIODICO, VEJA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), EMISSORA, TELEVISÃO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ).
  • REGISTRO, NECESSIDADE, SENADO, SOLICITAÇÃO, MARCIO THOMAZ BASTOS, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA JUSTIÇA (MJ), ESCLARECIMENTOS, ATUAÇÃO, POLICIA FEDERAL, INTIMIDAÇÃO, JORNALISTA, PERIODICO, VEJA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP).

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Rui é sempre figura citada: “Com a lei, pela lei, dentro da lei, porque fora da lei não há salvação”. Rui afirma isso porque acredita que o primado da lei prevalece sobre a violência, e, infelizmente, isso não está acontecendo.

Ainda ontem, durante o desembarque do Senhor Presidente da República, não somente a Veja era agredida, como também a TV Globo, por militantes do Partido que estavam lá preparados para isso, como sempre.

Hoje, a coisa é mais grave. Na medida em que estão incomunicáveis esses jornalistas da Veja, cabe uma ação imediata do Senado Federal junto ao Ministro Márcio Thomaz Bastos, que tem o dever de mandar na Polícia Federal - se não manda, não poderia ser Ministro. Conheço o Ministro Thomaz Bastos e dele sou amigo, mas não posso admitir que silencie diante de tal violência.

Essa violência, Srª Presidente, já vem de longe, porque a direção da Petrobras telefonou para a Veja dizendo que jamais aquela revista teria uma matéria paga do Governo ou da Petrobras. Conseqüentemente, é algo premeditado, é algo que está acontecendo não por acaso, mas porque o Governo está autorizando.

A Polícia Federal, que é tão zelosa no cumprimento dos seus deveres, não poderia permitir esse cerceamento que está havendo com os jornalistas da Veja.

Devemos mandar o nosso protesto agora. Não sei se V. Exª pode fazê-lo, mas, se puder, que faça chegar ao Diretor da Polícia Federal, já que o Ministro está viajando, o protesto desta Casa em relação a essa violência que se dá na cidade de São Paulo contra os repórteres da revista Veja, que é uma das mais importantes - é a terceira ou quarta - do mundo. Conseqüentemente, não pode ficar à vontade de qualquer beleguim a serviço da desordem que quer predominar na Polícia Federal.

A Polícia Federal já é um antro de luta, onde grupos os mais diversos lutam. Ela já pecou e já foi pega pecando. É, portanto, uma obrigação nossa defender que isso não aconteça, e eu pediria ao Senador Romeu Tuma, que foi da Polícia Federal e é amigo do Sr. Paulo Lacerda, que telefonasse para São Paulo para não permitir que aconteça com a Veja o que está acontecendo: o cerceamento da liberdade dos seus repórteres, numa sala praticamente de prisão, para serem ouvidos em São Paulo.

Eu quero lançar o meu protesto, o protesto do Senado, e pedir à Presidente do Senado do momento que oficie ao Sr. Paulo Lacerda para que não permita que a lei seja subjugada pela vontade de qualquer beleguim, de qualquer policial.

Obrigado a V. Exª.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/11/2006 - Página 33164