O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, prezado Ministro Hélio Costa, que nos honra com a sua presença; Sr. Presidente, V. Exª já nos representou a todos no falecimento e no enterro do nosso colega Ramez Tebet.

Enquanto há vida, há esperança. Por isso, nós todos admirávamos o seu esforço e a sua luta para sobreviver. Talvez poucos tenham feito tanto para atuar, para demonstrar que estava vivo, para demonstrar que estava honrando o seu Estado, que estava defendendo os seus princípios, como o Senador Ramez Tebet.

Falo, sim, com a autoridade de quem com ele teve muitas divergências. Não foram poucas; foram muitas. Contudo, falo também com a tranqüilidade de quem por ele foi reconhecido, nesta Legislatura, de maneira altamente generosa - talvez entre todos os colegas fosse o mais generoso em relação a qualificar-me.

Daí porque nós confiávamos, tanto eu quanto V. Exª, Sr. Presidente, na figura do seu correligionário Ramez Tebet. Nesse período da Legislatura, ou melhor, neste mandato que ele conquistou e honrou agora, sempre teve uma posição firme, correta e, sobretudo, digna de um representante do povo brasileiro.

Não era dos maiores opositores ao Governo, mas era muito firme em sua posição contra o Governo. Eu diria não contra o Governo; contra atos do Governo. Lutava conosco, por exemplo, para que terminassem as medidas provisórias. Sempre estava com as oposições em determinadas causas. Sempre estava com o seu Partido, fiel à sua própria consciência, que é, sem dúvida, de todos nós, o ponto maior do político.

O político tem deveres com o seu Partido, o político tem deveres com o seu povo, mas nenhum dever maior do que com a sua consciência. E ele, nessa fase do seu mandato, estava consciente de que o Brasil teria de melhorar, teria de passar por novos métodos, e lutou por isso.

Não quero, nesta hora, politizar a figura de Ramez Tebet, porque quando a polêmica entra no homem público ele não se torna tão grande quanto na realidade é. Mas o esforço de Ramez Tebet lutando pela vida para poder atender aos anseios do seu povo merece que nós o exaltemos nesta hora como uma das grandes figuras desta legislatura.

Exerceu vários postos em seu Estado e na área nacional. Mas o que mais comovia a mim, como político, era a sua fidelidade ao Município natal, a Três Lagoas. Em tudo que fazia nesta Casa, ele via o seu Município. E é muito bom quando se olha para o Município, para o seu Estado e quando se coloca, acima de tudo, o amor à terra natal.

Por isso, quando todos aqui... E há uma unanimidade nesta hora. Costuma-se sempre ter boa vontade com aqueles que se vão. Mas, no caso de Ramez Tebet, há uma unanimidade nesta Casa, pela força que ele fez para sobreviver dentro dos princípios da lealdade, da correção e da dignidade.

Por isso, Sr. Presidente, V. Exª, que tem sido um grande intérprete do pensamento desta Casa, nos representou a todos, levando o nosso adeus, a nossa despedida, a esse homem público que nós tanto queríamos.

Mais uma vez, Presidente Renan, V. Exª significou o autêntico Presidente de todos, sem exceção de um só dos Senadores brasileiros.

Quero, neste instante, portanto, trazer a minha homenagem pessoal. Já agora, passadas as divergências, havia uma amizade muito íntima entre nós. E ele foi tão generoso em suas qualificações em relação à minha atuação, que eu não posso deixar de transmitir, neste instante, também em nome do meu Estado, da minha Bahia, que eu tanto amo, como ele amava o seu Mato Grosso e Três Lagoas, o pesar de todo o Brasil pelo seu passamento, pela lacuna que vai deixar nesta Casa, em virtude da sua atuação, sobretudo no final da sua vida.

Muito obrigado.