Pronunciamento de João Batista Motta em 21/11/2006
Discurso durante a 190ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Efeitos da taxa de câmbio no emprego.
- Autor
- João Batista Motta (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/ES)
- Nome completo: João Baptista da Motta
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.
COMERCIO EXTERIOR.:
- Efeitos da taxa de câmbio no emprego.
- Publicação
- Publicação no DSF de 22/11/2006 - Página 34968
- Assunto
- Outros > POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA. COMERCIO EXTERIOR.
- Indexação
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- CRITICA, FALENCIA, AGRICULTOR, PECUARISTA, MOTIVO, VALORIZAÇÃO, REAL, INFERIORIDADE, DOLAR, PREJUIZO, EXPORTAÇÃO, ECONOMIA NACIONAL.
- PROTESTO, AUMENTO, IMPORTAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, CHINA, ESPECIFICAÇÃO, MATERIAL DE CONSTRUÇÃO, CALÇADO, VESTUARIO, SOLICITAÇÃO, CONGRESSO NACIONAL, GOVERNO FEDERAL, ALTERAÇÃO, POLITICA CAMBIAL.
O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, pretendo trazer ao conhecimento da Casa alguns fatos que nos deixam aterrorizados. Há muito, vínhamos pregando e falando desta tribuna da quebradeira que ia cair sobre os agricultores e pecuaristas brasileiros. Não deu outra coisa: todos estão quebrados, todos estão falidos, a situação do País é terrível em relação a isso.
Há muito estamos alertando o Governo Federal que não podemos conviver com o dólar a R$2,00, R$2,10, porque estamos exportando nossos empregos, estamos gerando emprego na China e em outros países, estamos facilitando as importações e dificultando as nossas exportações.
Hoje eu queria que o Brasil, através da TV Senado, fizesse a avaliação, dentre as pessoas conhecidas de todos os brasileiros, comerciantes, empresas, de um fato que está ocorrendo no Brasil. No Espírito Santo, na semana passada, chegou uma missão que veio da China; dentre eles, vários empresários. Presidente Papaléo, vou citar aqui o caso de uma empresa que produz granito para exportação e que, ao mesmo tempo, é dona de um shopping em construção; seu proprietário está importando piso de porcelanato da China a R$10,00 o metro quadrado. Ele não vai colocar no shopping de sua propriedade o piso fabricado na indústria também de sua propriedade; ele vai colocar piso oriundo da China.
Estou sabendo mais: a Eliane, que é uma empresa de Santa Catarina, e que tem outra empresa no meu Estado, no Espírito Santo, está trazendo cinqüenta contêineres de pisos de porcelanato da China. Empresa produtora de piso frio no Brasil está virando importadora de piso chinês para revender no Brasil. E o pior: empresa de um amigo particular meu, que constrói hoje aproximadamente dez edifícios em parceria com uma empresa construtora do Rio de Janeiro, também vai trazer da China todo o material para os seus edifícios em construção. Pasme, ex-Presidente José Sarney, material de construção importado da China! Será que esse governo não acorda, Senador Antonio Carlos Magalhães, para esse fato?
O brasileiro sabe que do lado de sua casa ou dentro de casa, ele tem um filho comprando camisa, calça e tênis chineses? Sabemos do problema da indústria calçadista do Brasil, que perde espaço para vários países, inclusive a China! Como este País vai enfrentar a situação de ter que crescer? Crescimento não está mais em discussão, crescimento já é um assunto superado! Todo brasileiro sabe que este País necessita crescer, mas como crescer com o dólar a R$2,00? Como crescer com importações? Como crescer, dificultando as exportações?
Acorde o Parlamento nacional! Acorde o Governo Federal! Acordem todos os brasileiros para aquilo que estou falando aqui, nesta tarde: ou o Brasil tem responsabilidade com aquilo que faz com o mercado exterior, ou levaremos, cada vez mais, nossos filhos à miséria e à desgraça!
Muito obrigado, Presidente.