O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, agradeço a generosidade capixaba que predomina sobre o seu espírito.

Quero apenas deixar registrado nos Anais desta Casa um artigo do jornalista da Veja Reinaldo Azevedo, em seu blog. O título é o seguinte, Senador Eduardo Suplicy, homem que tem um caminho trilhado pela vida que respeita a democracia, a liberdade de imprensa e, sobretudo, as leis: “Grabrielli e a inaceitável agressão ao repórter de O Globo”. O subtítulo é : “E estou em campanha: “ Vamos estatizar a Petrobras, que foi privatizada pelo PT.”

Jornalista respeitado faz um comentário profundo sobre o comportamento do Sr. Grabrielli nas dependências da Petrobras, quando disse que um repórter, por ter feito uma matéria, não era bem-vindo nas dependências de uma estatal, que, pelas suas características, tem o Sr. Gabrielli como Presidente por indicação do sócio majoritário - no caso o Governo -, mas que, no entanto, tem de prestar conta aos sócios, principalmente aos minoritários. Não é propriedade privada nem dele nem de ninguém, é do País. E toma essa atitude truculenta que me surpreendeu - eu tinha outra impressão do Sr. Gabrielli -, mas já me disseram que é um homem chegado inclusive à violência. Não quero acreditar.

Sr. Presidente, os meus conceitos do PT vão caindo pedra por pedra, o dominó está faltando. O Sr. Gabrielli era um dos poucos que restavam. Mas quem tem essa prática tem de ter o repúdio da Nação.

A matéria do jornalista é exatamente neste sentido, de protesto. Tenho certeza de que o Senador Eduardo Suplicy, mais uma vez corajoso na sua cruzada em respeito à liberdade, não vai concordar com o cerceamento das atividades de um repórter que estava nas dependências da Petrobras no cumprimento do seu dever.

O título, Senador Tasso Jereissati, é “Vamos estatizar a Petrobras, que foi privatizada pelo PT”. A propósito, e pegando o gancho, já agora apoiado aqui, à minha direita, pela Senadora Patrícia Saboya Gomes, quero dizer que o PT que, durante a campanha, criticou duramente as privatizações feitas pelo Partido de V. Exª, Senador Tasso Jereissati, não as combateu e não as desfez. Pelo contrário, anuncia hoje, Senador Mão Santa, na palavra abalizada e séria do Ministro do Planejamento, que está tomando as providências finais para privatizar o Banco do Estado do Piauí. Aliás, em praça pública, o Presidente Lula, ovacionado por funcionários do Banco, declarou que a instituição era intocável. Não é preciso, Senador Almeida Lima, ter-se o dom da premonição para se adivinhar a má intenção de governo sem compromissos.

Daquela tribuna, Senador Mão Santa, no período eleitoral, alertei que estava em marcha uma movimentação de privatização envolvendo não apenas o Banco do Estado, mas também as centrais elétricas do Piauí. Os fatos começam a acontecer. As conexões, no momento devido, serão esclarecidas. É exatamente o estelionato eleitoral promovido pelo Governo com funcionários indefesos do Banco do Estado, que devem ter usado slogan, adesivos, camisetas do Presidente, mandando não trocar o certo pelo duvidoso. E está aí o certo! Teremos de amargar.

Senador Tasso Jereissati, Senador Mão Santa, Senador Eduardo Azeredo, estou pensando seriamente em mandar fazer um adesivo, preventivamente, dizendo: “Eu não optei” ou “Eu não votei no Lula”. Não quero ser confundido, daqui a quatro, cinco ou seis meses, com os que induziram a sociedade brasileira, por meio de uma fantasiosa campanha publicitária, de fatos irreais, de factóides e que, após conseguir êxito, estão traindo o povo brasileiro.

Vamos ver que destino o Governo vai dar à menina dos olhos de Lula, o Bolsa-Família; vamos ver que tratamento dará ao projeto do Senador Efraim Morais. Se o Governo for sincero, vai me estimular, Senador Tasso, a entrar com um projeto concedendo aposentadoria aos beneficiários do Bolsa-Família.

Aliás, o PT, lá atrás, na Constituinte, fez isso com o trabalhador rural. E como é contra a discriminação, não podemos separar o beneficio dado ao homem do campo do concedido ao homem da cidade ou onde quer que ele esteja.

Aliás, o nosso Presidente venezuelano já declarou que a instalação da refinaria de Pernambuco não é prioridade. Os fatos, então, começam a acontecer: o preço do gás subiu; do gasoduto da Venezuela, que seria maior do que a muralha da China, também não se fala mais.

E os metrôs? Enfim, quero me prevenir. Isso é como quem toma vacina: nunca pegou sarampo, mas não quer pegar.

Vou mandar fazer esses adesivos: “Não votei no Lula”. Ficarei mais tranqüilo e mais protegido perante a sociedade brasileira.

Muito obrigado.

*****************************************************************************

DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR HERÁCLITO FORTES EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

***************************************************************************

Matéria referida:

“Grabrielli e a inaceitável agressão ao repórter de O Globo”.(Revista Veja)