O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB - RJ. Para comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente; Srªs e Srs Senadores; Senhoras e Senhores aqui presentes; Senhoras e Senhores telespectadores da TV Senado e ouvintes da Rádio Senado, hoje, eu gostaria de festejar, com os meus companheiros, o Dia de Ação de Graças, que, segundo a lei brasileira, é comemorado na quarta quinta-feira do mês de novembro.

O Dia de Ação de Graças teve origem na América do Norte com os colonos ingleses que, depois de um inverno rigoroso, sofrendo com o frio e a fome, trouxeram as primeiras colheitas em agradecimento a Deus por haver permitido que eles sobrevivessem.

Em 13 de dezembro de 1621, o Governador William Bradford institui essa data comemorativa em Massachussetts. A 26 de novembro de 1789, o primeiro Presidente americano, Jorge Washington, proclamou essa data, ficando, portanto, escolhida a última quinta-feira de novembro para expressar a gratidão nacional.

Assim foi também na época de Castello Branco. O dia que o nosso País comemorava o Dia de Ação de Graças era na última quinta-feira de novembro. Para não coincidir com o feriado americano, uma outra lei o trouxe para uma semana antes, portanto, hoje, a data comemorativa do Dia de Ação de Graças.

Sr. Presidente, neste dia em que comemoramos o Dia de Ação de Graças, Senador Edison Lobão, relembro uma passagem muito bonita, que está nos quatros Evangelhos: o da multiplicação do pão e do peixe, que pode, perfeitamente, simbolizar esse dia.

Contam os Evangelistas que, depois de três dias de mensagens, no Monte das Bem-Aventuranças, o Senhor Jesus, disse aos discípulos que não queria despedir-Se da multidão sem lhes dar o pão. Um dos discípulos, disse-Lhe: “Senhor, são milhares; são cinco mil pessoas. É impossível alimentar a todos”. Então, Jesus, perguntou-lhes: “O que vocês têm?” Disseram-Lhe: “Temos cinco pães e dois peixes”, era tudo o que um menino presente àquele evento tinha. Diz a Bíblia que o Senhor, tendo pegado aquela oferta, deu graças, e houve o milagre da multiplicação.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, esse é o espírito do dia que celebramos hoje: aprendermos a dar graças ao pouco. Cinco pães e dois peixinhos eram completamente insuficiente. No entanto, quando conseguimos entender que as grandes coisas começam pequenas, quando as pessoas aprendem a aplicar o coração no pouco que têm, acabam fazendo com que isso se multiplique.

Sr. Presidente, não há, em nenhuma página da Sagrada Escritura, o registro de Deus agradecendo a um profeta, a um enviado seu; ou Cristo dizendo a um discípulo: “Muito obrigado”. Não há nenhuma passagem em que Cristo tenha dito “muito obrigado”. Porque talvez, Sr. Presidente, dar graças, agradecer seja muito mais do que palavras. Se não há o “muito obrigado”, há os gestos do sacrifício da cruz; da benção; do ensino com a própria vida, o exemplo. Talvez aí esteja a lição do Dia de Ação de Graças. Se um simples motorista, uma pequena auxiliar do lar, um operário, um pedreiro, um carpinteiro, um servente, um trabalhador, por mais humilde que seja, entender o princípio da multiplicação do pão e do peixe, que é dar graças ao pouco, aplicar e dar o melhor de si mesmo quando aquilo que temos nas mãos é insuficiente para as nossas necessidades, certamente vamos criar novamente o milagre da multiplicação. Esta é a grande lição do Dia de Ação de Graças, que, nos Estados Unidos, é um feriado nacional de grande relevo, a ser comemorado na semana que vem.

Portanto, hoje, Sr. Presidente, no Brasil, gostaria de relembrar a data. Creio que o nosso País, na fase que atravessa, precisa voltar a buscar as suas tradições cristãs ocidentais, os seus valores, a sua espiritualidade. Meu Deus, nós construímos tantos presídios, nós temos elevados índices de violência em nosso País... Penso que precisamos falar mais da Bíblia, construir mais igrejas, nos reunir para meditar sobre os ensinamentos de Cristo, e celebrar dias como este em nosso calendário.

Senador Edison Lobão...

O Sr. Edison Lobão (PFL - MA) - Permita-me, Excelência?

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB - RJ) - Ouço V. Exª, com muito prazer.

O Sr. Edison Lobão (PFL - MA) - Senador Crivella, cinco pães e dois peixinhos, em verdade, seriam insuficientes para alimentar cinco mil pessoas, não se tratasse do Divino Espírito Santo. Para Ele, tudo era possível. E a demonstração que se fez ali foi no sentido de que a Bem-Aventurança estará presente sempre, quando o coração é grande e a alma maior ainda. O Dia de Ação de Graças é um dia que todos nós deveremos reverenciar. Aqui, no Brasil, oficialmente, se faz isso por intermédio do Ministério da Justiça. Além de outras comemorações que são feitas pelos próprios religiosos, pelos cristãos de um modo geral. Eu quero cumprimentar V. Exª por trazer este assunto, em uma tarde de quinta-feira, ao Senado da República. O Evangelho deveria ser o livro a ser exibido toda semana por um de nós nas sessões do Senado Federal. Isso feito, nós teríamos sempre a boa orientação, que é a que nos oferece Jesus, Nosso Senhor.

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB - RJ) - Muito obrigado, Senador Edison Lobão, peço que sejam incorporadas essas palavras ao meu pequeno pronunciamento, Sr. Presidente.

Termino, dizendo que o milagre da multiplicação foi o agradecimento. Quando agradecemos o pouco que temos, aquilo se multiplica. E quero deixar essa mensagem de esperança aos brasileiros, sei que muitos deles têm muito pouco, lutam para sobreviver.

Mas, se formos bons pedreiros, bons carpinteiros, bons motoristas, certamente, veremos - os mais humildes brasileiros -, em nossas vidas, multiplicar o pão, sustentaremos nossas famílias e viveremos uma existência agradável, independentemente de sermos ricos ou pobres.

Quero usar este dia para agradecer ao povo brasileiro; ao povo do meu Estado, pelo mandato que me confiou; agradecer a Deus pela vida, pela saúde, pela família, aos companheiros pelo tanto que me ensinam; ao Presidente Lula, que tem lutado por um Brasil melhor, por suas políticas de inclusão social; enfim, agradeço a Deus, do fundo do meu coração, pela vida.

Muito obrigado, Sr. Presidente.