O SR. ROBERTO CAVALCANTI (Bloco/PRB - PB. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, minha paciência é extraordinária. Eu teria, inclusive, a grande honra de ceder, se fosse o caso, o tempo ao Senador Romero Jucá, pela profunda admiração e construção de uma amizade que fiz, ao longo desses dias, nesta Casa. Mas, como o Senador Romero Jucá não quis usar desse espaço de amizade, tentarei ser breve para que S. Exª venha à tribuna o mais rápido possível.

Trago hoje ao Plenário desta Casa o tema do biocombustível. Ocorre em Brasília uma série de eventos da maior importância, que gostaria de destacar para esta Casa, para os ouvintes da Rádio Senado e para os telespectadores da TV Senado.

Está acontecendo em Brasília a Feira Internacional de Agroenergia e dos Biocombustíveis - Enerbio 2006. Também estão se realizando, simultaneamente, a Conferência Internacional dos Biocombustíveis, o Simpósio Brasileiro de Agroenergia e o Encontro Franco-Brasileiro dos Biocombustíveis. Este evento está ocorrendo no Blue Tree Park e é da maior importância para o nosso País.

O SR. PRESIDENTE (Leonel Pavan. PSDB - SC) - Senador, permita-me interrompê-lo para prorrogar a sessão por trinta minutos para que V. Exª possa terminar o seu pronunciamento, para que o Senador Garibaldi Alves Filho possa falar pela Liderança do PMDB e o Senador Romero Jucá, pela Liderança do Governo - com a concessão do Senador Garibaldi Alves Filho, o próximo será o Senador Romero Jucá.

Prorrogada a sessão por trinta minutos.

O SR. ROBERTO CAVALCANTI (Bloco/PRB - PB) - Agradeço ao Sr. Presidente a prorrogação da sessão.

Dando continuidade, quero dizer da importância para o Brasil e para o mundo da energia renovável. É um tema no qual nós, brasileiros, somos líderes. Essa é uma oportunidade ímpar de o Brasil se posicionar no mundo como líder nesse segmento.

A bioenergia é uma fantástica conquista brasileira, fantástica e irreversível. O Brasil está dando uma lição ao mundo sobre a maneira de produzir energia renovável. Há poucos dias, assisti pela televisão, a uma declaração do ex-presidente norte-americano Bill Clinton, que, ao tratar dos problemas de escassez de combustível na Califórnia, citou o exemplo do Brasil e disse que os Estados Unidos deveriam imitá-lo na busca de uma solução nova no tocante ao biocombustível e à energia renovável.

Imaginem os Estados Unidos, líder mundial em tecnologia em vários segmentos, espelhando-se em um País que no mundo internacional é considerado e carimbado de Terceiro Mundo. O Brasil tem uma lição a dar no tocante à geração da energia renovável.

O Ministro da Agricultura, em pronunciamento por ocasião do referido evento, deu uma verdadeira lição à imprensa internacional e aos representantes de outros países que lá estavam. S. Exª o Ministro Luiz Carlos Guedes Pinto, em seu pronunciamento, descreveu a realidade histórica do desmatamento brasileiro. S. Exª, o Ministro da Agricultura, deu uma lição, principalmente aos representantes da União Européia, que está habituada a atirar pedras contra o Brasil, a acusá-lo de fazer desmatamentos e causar prejuízos irreparáveis à humanidade, ao citar dados concretos, obtidos ao longo de extensa pesquisa, mostrando que o Brasil é um exemplo para o mundo no tocante à preservação de florestas.

Esse levantamento foi elaborado considerando milhões de anos, desde a origem das florestas, e demonstrou que o Brasil, líder na América do Sul, tem dado ao mundo uma lição de preservação. Lição essa que vem da História do Brasil, lição essa que vem desde sua civilização, dos indígenas, e principalmente da pós-colonização européia, da colonização portuguesa. Portugal, mesmo se baseando na atividade extrativa do pau-brasil entre outras, ainda assim, deu ao mundo uma lição sobre preservação das florestas brasileiras. A União Européia, que atira pedras contra o Brasil, que tenta macular a nossa imagem, essa, sim, dá ao mundo uma demonstração de que, ao longo da sua história, dizimou completamente as suas florestas.

O Sr. Ministro salientou que o Brasil poderá dobrar a produção de derivados de sua agricultura ou de sua pecuária sem que nenhuma árvore seja cortada em nosso País, simplesmente com a ocupação de áreas degradadas que serão reutilizadas fundamentalmente em função de novas tecnologias, de novos processos produtivos desde a semente até o aprimoramento da genética, das tecnologias de colheita, das tecnologias de extração, das tecnologias de produção industrial do segmento agroindustrial brasileiro.

Sr. Presidente Leonel Pavan, o Brasil precisa de demonstrações como essa, mostrando que não se submete às críticas internacionais, principalmente a críticas internacionais não merecidas. O Brasil precisa fundamentalmente não perder o momento histórico pelo qual passamos, o momento histórico em que haverá uma valorização da bioenergia, dos biocombustíveis.

Nós necessitamos fundamentalmente liderar toda a cadeia do biocombustível, da sua tecnologia até o seu cultivo, e darmos ao mundo um exemplo de como um país chamado de Terceiro Mundo consegue dominar essa tecnologia e liderar esse setor em todo o mundo.

Era isso, Sr. Presidente.

Muito obrigado.