O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, não é novidade para este Plenário que, em toda a minha vida, nunca tive outro Partido político senão o PMDB. O PMDB é o nascedouro de muitos outros Partidos. Na época da repressão, lá estava inserido no PMDB o PT; depois, estava inserido no PMDB o PSDB. São muitos os Partidos que se originaram no berço deste Partido-mãe, que é o PMDB.

O PMDB enfrenta muitas dificuldades, porque, sendo muito grande, sempre tem divisões, alas, tendências. Mas, apesar de todas essas dificuldades, é um Partido que está na lembrança do povo brasileiro a cada eleição. Na última, fizemos maioria nas duas Casas e fizemos muito bonito em relação a Governadores.

O Governo Lula era apoiado pela maior parte do PMDB, mas havia uma ala que não o apoiava, e isso foi um divisor. Ele sempre contou com a ala batizada de “ala governista”. Tivemos oito embates, e, em todos os embates, essa ala governista saiu vitoriosa, mas era dolorosa para todos nós essa divisão. Ela não era construtiva, e, muitas vezes, algumas pessoas eram incentivadas por forças exógenas, por forças externas, que buscavam tornar maior a divisão.

Sr. Presidente, veja a nossa alegria! Hoje, conseguimos unir as alas do PMDB. Na reunião do Conselho Político do PMDB, estavam reunidas 150 pessoas. Feita a votação, houve uma abstenção e dois votos contrários, ou seja, o resultado foi praticamente unânime, porque, de 150 pessoas, apenas três pessoas discordaram.

Como Líder do PMDB no Senado Federal, como membro da Executiva e como membro do Conselho, digo, com muita alegria, que o chamamento para essa coalizão não é pequeno. Nele, está inserida a reforma política, a reforma tributária, o crescimento, mediante uma política econômica, quer monetária, quer fiscal, de, no mínimo, 5% neste Governo. É necessário um pacto federativo que vá buscar melhor divisão do poder, seja fiscal, seja de segurança, porque todo o País clama por isso. A população clama, a todo instante, tanto por uma política fiscal quanto por uma política de segurança que pacifique e que dê tranqüilidade à população brasileira.

O Conselho Político, formado por membros de cada Partido, poderá ser consultado, debater e dar orientações para resolver os problemas por que o País passará durante este Governo e, finalmente, para consolidar as transferências de recursos para a área social, não somente dando pão, como é o caso do Bolsa-Família, mas também fazendo com que essas pessoas que estão recebendo ajuda encontrem emprego e participem do crescimento.

Esse ideário é realmente um chamamento de todos nós. A bandeira do meu Partido é a bandeira do Partido do Presidente e é a bandeira de todos os que amam este País e querem o bem dele. E são assuntos que, como eu disse, são muito importantes para todos nós.

Portanto, hoje, por unanimidade - podemos assim dizer -, o Partido uniu-se e ofereceu ao Presidente Lula essa possibilidade de coalizão. Tenho a certeza de que, com isso, vamos dirimir, vamos sanar, vamos encerrar, vamos estancar muitos dos problemas e de que um horizonte mais azul, mais luminoso, raiará no céu de nosso País.

Estou muito feliz com isso e não poderia deixar, como Líder do PMDB nesta Casa, de fazer esse registro e de agradecer a todo o PMDB, que amo tanto e que é o único Partido da minha vida, para que possamos, dessa forma, unidos, continuar buscando o desenvolvimento e o progresso do nosso País.

Muito obrigado, Sr. Presidente.