Discurso durante a 191ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro sobre a reunião que aconteceu, ontem, com um grupo de senadores eleitos do PMDB.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Registro sobre a reunião que aconteceu, ontem, com um grupo de senadores eleitos do PMDB.
Publicação
Publicação no DSF de 23/11/2006 - Página 35169
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, CANDIDATO ELEITO, SENADOR, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), REUNIÃO, DEBATE, CONTINUAÇÃO, REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA, BANCADA, OPOSIÇÃO, GOVERNO, OBJETIVO, MANUTENÇÃO, DEMOCRACIA, BRASIL.
  • CRITICA, GOVERNO FEDERAL, OFERECIMENTO, CARGO PUBLICO, BANCADA, OPOSIÇÃO, TROCA, APOIO, GOVERNO, SEMELHANÇA, ATUAÇÃO, PRESIDENTE DE REPUBLICA ESTRANGEIRA, PAIS ESTRANGEIRO, CUBA, VENEZUELA.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente João Batista, quero apenas comunicar um fato muito importante na história política democrática deste País.

O PMDB, Partido ao qual pertenço, ainda é atraído pela história de Ulysses, que está encantado no fundo do mar, pela história de Teotônio, Tancredo, Juscelino. No passado, um grupo escreveu a mais bela história da democracia: o PMDB Autêntico. Eles imaginaram que deveriam começar a lutar mesmo no Congresso, e um grupo minoritário surgiu com a idéia do anticandidato - não foi o Ulysses, eles convidaram Sobral Pinto. Mas Ulysses, inteligente, viu que era oportuno ser o anticandidato.

Esse grupo foi tão autêntico, que a campanha brilhante levou ao País o desejo de redemocratizar-se. Mas os Autênticos combinaram que Ulysses não viria no dia da eleição - eleição que Geisel evidentemente ganharia. O Senador Suplicy é testemunha desse fato histórico. Realmente, Ulysses se empolgou e fez um belo discurso pela democracia. Petrônio Portella, do Piauí, também falou para o Geisel, um grande momento político. Mas os autênticos não votaram em Ulysses, porque acharam que o governo da ditadura aproveitaria aquela festa como propaganda de que o País vivia momentos de democracia.

Ontem, a história se repetiu: reunimo-nos um grupo de Senadores já eleitos com dois outros que vão tomar posse, porque temos uma visão da democracia como Rui Barbosa. Está ali Rui Barbosa! Temos de ter uma noção do valor da política. O povo quem decide. Quem ganha tem o compromisso de governar, governar bem. Quem perde, o povo mandou para a Oposição. E a Oposição é grandiosa. Aqui estamos neste Senado. Cento e oitenta anos de Senado. Passou muita gente aqui, Senador Almeida Lima, mas só está ali em cima Rui Barbosa. Ele não foi governo nem no Império, porque ele levantou a abolição. Na República, ele só foi com Deodoro e Floriano. Quiseram colocar o terceiro militar, e ele disse: “Tô fora!”. Ofereceram o Ministério da Fazenda, de novo, e ele disse: “Não troco as trouxas de minhas convicções por um ministério”. Essa lição, os de hoje não aprenderam.

Queremos dar continuidade a esta mensagem de Rui Barbosa: estamos na Oposição porque o povo nos mandou. Votaremos sempre com o povo e com a Pátria, mas teremos a condição e a coragem de não nos comprometer e não trocar nossos mandatos, nossa independência e nossa dignidade por cargo.

Então, éramos seis, mas seremos nove para tranqüilizar o País, salvaguardando a democracia como os Autênticos do passado.

Este Senado não deixou o PT de José Dirceu enveredar pelo regime de Cuba, pelo regime do neolíder da América, Hugo Chávez. Foi aqui que combatemos o bom combate, foi aqui que garantimos essas eleições. Foi aqui que nós, juntos, revivemos a grandeza do PMDB Autêntico. Vamos dar essa contribuição para levarmos o País a uma democracia melhor.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/11/2006 - Página 35169