Discurso durante a 191ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comenta matéria de imprensa em que o presidente da Petrobrás, Sérgio Gabrielli, em vez de discutir méritos de convênios, ataca jornais e autores de reportagens.

Autor
Heráclito Fortes (PFL - Partido da Frente Liberal/PI)
Nome completo: Heráclito de Sousa Fortes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
IMPRENSA. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Comenta matéria de imprensa em que o presidente da Petrobrás, Sérgio Gabrielli, em vez de discutir méritos de convênios, ataca jornais e autores de reportagens.
Publicação
Publicação no DSF de 23/11/2006 - Página 35131
Assunto
Outros > IMPRENSA. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • CRITICA, DECLARAÇÃO, PRESIDENTE, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), DIVULGAÇÃO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, O GLOBO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), QUESTIONAMENTO, REQUERIMENTO, CRIAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), INVESTIGAÇÃO, ORGANIZAÇÃO NÃO-GOVERNAMENTAL (ONG), ESCLARECIMENTOS, ORADOR, APRESENTAÇÃO, MATERIA, POSTERIORIDADE, ELEIÇÕES.
  • COMENTARIO, INDICIO, CORRUPÇÃO, MEMBROS, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), IRREGULARIDADE, AQUISIÇÃO, AMBULANCIA, DOCUMENTO, DIFAMAÇÃO, ADVERSARIO, ELEIÇÕES.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, peço a palavra para repercutir o que foi dito agora há pouco pelo Senador Antonio Carlos em seu pronunciamento, a respeito de matéria publicada no jornal O Globo:

“Gabrielli, irritado, não explica ligações políticas”.

Para mim, Senador Antonio Carlos Magalhães, seria mais uma matéria de um Governo que tenta justificar erros, pecados, seja lá o que for. Em determinado momento da matéria, o Sr. Gabrielli diz: “Eu poderia, por exemplo, fazer uma ilação de que há coincidência muito grande entre a posição do PFL neste momento e o que você está fazendo (no caso o jornalista). Com o que o senhor Heráclito Fortes (Senador do PFL - PI) - eu sou um senhor para ele, com muito prazer, com muita honra - que apresentou requerimento de criação de CPI para investigar ONGs (...).” O jornalista não diz respeito à imprensa? Ao Globo? E, dentro daquela linha de autoritarismo do poder sobre a liberdade de escrever dos repórteres brasileiros, tenta fazer uma ligação entre mim e o jornal O Globo, dando a entender que isso é uma matéria preparada. Em primeiro lugar, quero dizer ao Sr. Gabrielli que, entre ter uma ligação com O Globo e com o submundo da Petrobras, ficarei com O Globo, porque é transparente e não me submeterei a alguns vexames. Acho que o Sr. Gabrielli está mal informado, porque dei entrada... anunciei, melhor dizendo, a intenção dessa CPI, Senador Antonio Carlos Magalhães, em agosto ou setembro. Esses fatos eram desconhecidos. E não venha ele querer me conferir o dom da premonição. Quero que a imprensa compreenda, principalmente o repórter de O Globo; se aqui estiver ou não, não vou me preocupar com isso porque daqui a pouco ele saberá. Não se irrite com Gabrielli. A sua assessoria de imprensa, representada pelo Sr. Santarosa, ocupou-se em trocar telefonemas com a gangue dos sanguessugas e não teve tempo de informá-lo dos fatos. Se o Sr. Santarosa tivesse apenas a tarefa de informar o Presidente dos fatos acontecidos, não cairia Sua Excelência nessa triste esparrela de querer atribuir-me um fato recente que é antigo. Eu tive tanto cuidado com essa CPI que disse que só daria entrada após o período eleitoral, até para que não houvesse nenhuma má interpretação dos fatos. Mas nesses episódios, Senador Antonio Carlos Magalhães, é que a gente descobre as verdades, os atos falhos. Veja com quem conversava Santarosa! Com Lorenzetti! Quando eu era menino, Lorenzetti era nome de um tradicional chuveiro e agora virou referência de trambiqueiro. Os donos dessa indústria cinqüentenária estão possessos de ódio com essa infeliz coincidência. Não há dúvida, Sr. Presidente, de que o Sr. Lorenzetti tem culpa no cartório. Ontem, ele, apertado, disse na CPI - e o jornal e a televisão mostraram isso muitas vezes -: “Se encontrarem alguma ligação minha com esse dinheiro, eu posso afirmar que pisou na lua”. Ato falho, ele quis falar Plutão. Plutão, nós vamos ver que o caminho está certo; é só esperar e vamos ver que o primeiro navegante a chegar a Plutão - aquele Plutão que todos quiseram ridicularizar, aquele Plutão que todos quiseram usar para desconstruir o objetivo da CPI, Senador Mão Santa -, realmente está mostrando quem são esses habitantes do mundo da Lua em que o Governo vive; Lorenzetti desceu em Plutão. É apenas o primeiro, Senador Osmar Dias; vamos aguardar o resto. Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/11/2006 - Página 35131