O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, V. Exª me concedeu a palavra, pela ordem, e infelizmente vou falar antes do representante de Deus, que poderá, com suas luzes, mostrar a verdade e apaziguar este Plenário.

Senador Sibá Machado, V. Exª me perdoe, mas a sua irritação com relação à minha questão de ordem foi despropositada. Totalmente! Eu não entendi V. Exª. Não entendi, porque, na realidade, o que cobrei do Partido foi a omissão com relação a um fato, que pode criar a indignação ou a solidariedade. V. Exª indignou-se, no primeiro momento, e pediu a expulsão do Juvenil. V. Exª arrependeu-se, retirou a expulsão e deu a solidariedade pela metade - muito comum na doutrina partidária que lhe abriga.

Também concordo, ninguém pode ser condenado. Mas cabia ao PT, pelo menos, exigir providências e registrar o fato. Reclamei da omissão de um Partido que, durante toda sua história, foi por demais rígido com brasileiros, muitos dos quais tiveram suas vidas moralmente estraçalhadas pela língua ferina e também caluniosa dos que faziam oposição àquela época. Quero mostrar, Senador Sibá, que “o pau que dá em Chico dá em Francisco”. É o Billy Blanco cantando, Senador Sérgio Cabral: “o que dá para rir dá para chorar”.

Quero dizer, Senador, que, com relação à discussão de V. Exª a respeito das ONGs, fiquei silencioso por dois motivos: primeiro, o meu objetivo é tirar das costas dos inocentes a injustiça da presunção de um crime ou de uma culpa, mas também tirar de um sistema das ONGs, do benefício das ONGs, os que fazem trampolinagem.

Que Deus lhe proteja, Senador Sérgio Cabral, Governador do Rio de Janeiro. V. Exª vai chegar aqui, poucos meses depois, de cabelos brancos, se não pintar, envelhecido pelas ONGs, que tantos dissabores deram ao Brasil e que cortaram inclusive algumas carreiras brilhantes. O que queremos fazer é isso, Sibá.

O segundo motivo foi por amizade e apreço pessoal. Não queria que V. Exª fosse tão veemente nessa matéria, porque age em causa própria. Senador, na ausência da titular, que é Ministra, se as acusações que pesam contra o Ministério dela, por funcionários, não forem apuradas, ela vai ficar sempre com o manto da dúvida, da culpa, ou caluniada.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Senador Heráclito, o Senador Ney Suassuna está na tribuna...

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI) - Estou concluindo, Sr. Presidente.

É preciso que isso seja apurado. E penso que V. Exª prestará um serviço ao seu Partido, ao seu País e, acima de tudo, à Ministra Marina Silva, por quem tenho a maior admiração, se colaborar para a apuração rápida desses fatos para que não permaneçam culpas no Ministério e que V. Exª, aqui, continue a exercer brilhantemente o mandato; e ela, lá, trabalhando, mas sem deixar desvios de recursos dos cofres públicos a serviço de aparelhamento partidário ou, em alguns casos, de causas inconfessáveis.

Muito obrigado.